José de Sousa Pereira de Sampaio Vaía – Wikipédia, a enciclopédia livre

Visconde de Santa Marta

José de Sousa Pereira de Sampaio Vaía (Vila Pouca de Aguiar, 3 de Julho de 1790 - Santa Marta de Penaguião, 13 de Fevereiro de 1847), 2º visconde de Santa Marta, foi um Marechal de Campo português da ala miguelista.

Em 1808, como alferes, é integrado nos Batalhões de Caçadores 3 e 4 para lutar nas Guerras Peninsulares .

Faz parte de expedição a Pernambuco, em 1817, comandada pelo general Luís do Rego Barreto, fazendo parte com o posto de major da divisão dos Voluntários Leais de El-Rei que venceu a chamada Revolução Pernambucana. Aí igualmente combateu na campanha de Montevideu.

Quando voltou ao reino foi colocado no Estado Maior General, como coronel graduado.

Depois, na Revolução de 1820, como José de Sousa se manifestasse a favor dos princípios da Junta Suprema do Porto, chega a Ajudante General do Exército e, nesse cargo, teve notável intervenção nos acontecimentos ocorridos em 11 de Novembro, desse ano de 1820, em Lisboa.

Passados tempos, e em face da evolução dos sucessos políticos, já na qualidade de brigadeiro graduado e comandante do regimento n.° 23, apoiou o movimento da Vilafrancada e que teve por resultado a queda do regime parlamentar liberal.

Depois do triunfo do movimento conservador e do regresso de D. João VI à capital, no meio das tropas comandadas pelo infante D. Miguel, foi objecto de particular benevolência deste príncipe, é nomeado pelo exército realista sob chefe do Estado Maior General, sendo agraciado com o título de Visconde Santa Marta, em sucessão de seu pai.

Em 1828 comanda, depois, as forças de Trás os Montes e Minho, durante a revolta do Porto. Mas depois, perante certos desastres de comando principalmente devido às rivalidades com o general Póvoas seu companheiro de armas e não fazer uso de uma "mão-de-ferro", é demitido do cargo em 21 de Fevereiro de 1833[1].

Depois da guerra civil ter acabado apresenta-se a D. Pedro IV de Portugal, isola-se, a seguir, em Trás os Montes e aqui termina os seus dias.

Foi condecorado com várias e importantes condecorações, nomeadamente, a comendada das Ordens de Avis e da Torre e Espada, Cavaleiro da Legião de Honra de França e a medalha de Guerra Peninsular.

Dados genealógicos[editar | editar código-fonte]

Morreu sem ter casado e sem ter tido geração. Era filho de Manuel Gregório de Sousa Pereira de Sampaio, 1º visconde de Santa Marta, e de Antónia Vitorina Teixeira de Magalhães e Lacerda, filha de António Teixeira de Magalhães e Lacerda e de Ana Teresa Pereira Pinto de Azevedo Souto Maior, 3ª senhora do Morgado de Celeiros.

Referências

  1. Em 1828 tomou para si a chefia das divisões ligeiras de Trás os Montes e Minho na ocasião em que se deu a revolta do Porto e comandava a 4.a divisão, no Porto, quando em 1832 se deu o desembarque do Mindelo dos liberais. As autoridades miguelistas que não contavam com tal sucesso, nenhumas providências tinham tomado contra tal eventualidade. Em face das notícias, o general, na manhã de 8 de Julho de 1832, mandou recolher os dinheiros dos cofres públicos da Companhia Vinícola do Douro, destacou a 3.a brigada para a costa junto a Vila do Conde, sob o comando do brigadeiro José Cardoso Meneses, e foi ele próprio com outra fracção das forças disponíveis, milicianos de Braga e 60 dragões de Chaves, guarnecer outra zona litoral, mais a Sul, a praia do Lavre, acima de Leça. Atacadas estas forças pelos atiradores de D. Pedro e cortadas as comunicações entre os dois generais absolutistas, teve o visconde de Santa Marta de retroceder sobre Matosinhos e recolher pela noite ao Porto, com 13.000 homens, ali resolveu evacuar a cidade. As forças recuaram para Grijó e depois para Oliveira de Azeméis, onde se realizou a concentração das várias forças que defendiam a causa de D. Miguel, pois Cardoso Meneses tinha feito uma marcha exaustiva, rodeando o Porto. Avançaram as tropas até Vila Nova de Gaia e uma parte delas passou a 20 de Agosto de 1832 para a margem norte do Douro, tendo se estas últimas batido contra os liberais em Valongo e na Batalha de Ponte Ferreira. Num esforço combinado com o general Póvoas, conseguiu então fechar o cerco do Porto. A rivalidade entre estes dois chefes miguelistas frustrou todo o plano e impediu uma vitória decisiva na acção na referida ponte. O Visconde de Santa Marta não se apercebeu da confusão que pôs em debandada as forças liberais para o Porto e retirou-se por seu lado para Oliveira de Azeméis. Mais tarde conseguiu ocupar Penafiel e não prosseguiu na acção perante a propositada inércia do general Póvoas. A fim de anular os efeitos desta rivalidade, o governo miguelista nomeou Gaspar Teixeira para o lugar de comandante chefe do exército, porém este general não foi mais feliz e veio pouco depois a ser substituído de novo pelo visconde de Santa Marta, que estabeleceu o seu quartel general em Águas Santas. Operou novamente o cerco do Porto, mas limitou se a esperar que os sitiados se rendessem à míngua, em vez de desenvolver o ataque à cidade. O governo miguelista demitiu-o, por este facto, em 21 de Fevereiro de 1833, e fê-lo substituir pelo conde de São Lourenço, que nenhum êxito conseguiu - Dicionário dos mais ilustres VAÍA, José de Sousa Pereira de Sampaio, Trasmontanos e Alto Durienses, coordenado por Barroso da Fonte, Editora Cidade Berço, Guimarães, volume II.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Nobreza de Portugal e Brasil, Direcção de Afonso Eduardo Martins Zuquete, Editorial Enciclopédia, 2ª Edição

Lisboa, 1989, vol. 3, pg. 300

Ligações exteriores[editar | editar código-fonte]