João Pereira Coutinho – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Se procura o jornalista homónimo, veja João Pereira Coutinho (jornalista).
João Pereira Coutinho
Nascimento 23 de junho de 1956
Lisboa
Cidadania Portugal
Ocupação empresário
Prêmios
  • Grande-Oficial da Ordem do Mérito

João Manuel de Quevedo Pereira Coutinho GOM (Lisboa, 23 de Junho de 1956) é um empresário português.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Um dos herdeiros do trono Pereira Coutinho, filho de D. Diogo Pereira Coutinho, mas atuando em separado do seu irmão D. Vasco, João Pereira Coutinho é licenciado em Organização e Gestão de Empresas, por uma universidade do Brasil, para onde foi depois do 25 de Abril.[1]

O Brasil continua a ser o principal centro de investimentos de João Pereira Coutinho. Foi lá que iniciou o seu percurso de empresário na década de 1990, quando conseguiu ter capital próprio para investir. É também neste país que a sua holding SGC fatura, por ano, cerca de 450 milhões de reais (o correspondente a 175 milhões de euros), dando emprego a cerca de 1 000 pessoas.[2] Além do imobiliário, sobretudo promoção e gestão de centros comerciais está envolvido no setor automóvel e no ambiente, nomeadamente nos serviços de água e saneamento.

Mas o empresário estendeu os seus investimentos aos EUA, à Argentina e, posteriormente, também a Portugal e Espanha. Em Portugal é conhecido sobretudo como grande empresário no mercado dos automóveis. Foi parte do seu património o grupo SAG (que controla com 75%)[3] e que é a sua única empresa cotada na Bolsa.[2] Esta empresa é a importadora nacional da Volkswagen, da Audi e da Skoda.[2]

Além dos automóveis, João Pereira Coutinho controlou em Portugal a AR Telecom.[4] Esta empresa foi responsável pela introdução da TDT, depois de ganhar o concurso para a sua instalação em Portugal. Na área das telecomunicações tem ainda a integração de sistemas em Espanha e o desenvolvimento de equipamento nos Estados Unidos.[2]

Possui, entre outros bens, uma propriedade na Argentina com 31 551 km² e uma ilhota em Angra dos Reis.[3]

Em 2008 era o 5.º mais rico de Portugal. Em 2000 era o 20.º mais rico. Em 2011, tinha caído para 34 nesta tabela nacional.[5]

Em 18 de agosto de 2018 surgiram notícias a público dando conta que, por força de dificuldades financeiras, estava em risco a continuidade da SIVA. Uma notícia do Jornal de Negócios referia que «a empresa agravou os prejuízos para 10,1 milhões até Junho».[6]

Em 2019 a SCG e o dono da SIVA aparece com uma dívida de 704 milhões de euros. Um dos maiores credores era o BCP, onde estavam em causa 309 milhões. Em 2019, Pereira Coutinho vendeu a empresa SIVA sem receber nada à Porsche Salzburg.

Distinções[editar | editar código-fonte]

Condecorações[editar | editar código-fonte]

Outros prémios[editar | editar código-fonte]

Também recebeu o Prémio Personalidade do Ano 2006, atribuído pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira.[2]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Posições pessoais[editar | editar código-fonte]

É um dos subscritores do "Manifesto dos 100", contra a possibilidade dum Governo de Coligação de Esquerda e Extrema-esquerda entre o Partido Socialista, a Coligação Democrática Unitária (Partido Comunista Português e Partido Ecologista Os Verdes) e o Bloco de Esquerda, em Novembro de 2015, em virtude de ser detrimental para a iniciativa económica e empresarial.[9]

Família, casamento e descendência[editar | editar código-fonte]

D. João Manuel de Quevedo Pereira Coutinho é o filho mais novo de D. Diogo Manuel de Castro Constâncio Pereira Coutinho, da casa dos marqueses de Soydos, e de sua primeira mulher Maria José Carlota de Castro Coutinho de Quevedo Pessanha, bisneta do 1.º Barão da Quinta do Ferro e 1.º Visconde da Quinta do Ferro e do 1.º Visconde de Portalegre e trineta do 1.º Visconde de Castelo Branco e do 1.º Barão de Oleiros e 1.º Visconde de Oleiros, e irmão do também empresário D. Vasco Pereira Coutinho, 1.º Marquês de Pereira Coutinho.[1][10]

Casou primeira vez no Brasil a 11 de Dezembro de 1980 ou 11 Fevereiro de 1990 com Gilda Pereira Fontanella, filha de Celso Augusto Fontanella e de sua mulher Lia Duarte Pereira, sem geração.[1][10]

Casou segunda vez em Oeiras, Carcavelos, 28 de Setembro de 1996 com Ana Catarina Viegas Louro Pessoa Lobo, filha de Artur Joaquim Valdemar Pessoa Lobo (Oeiras, Cruz Quebrada-Dafundo, 18 de Abril de 1922 - Oeiras, Oeiras e São Julião da Barra, 18 de Abril de 1996) e de sua mulher Maria da Conceição Pinto Viegas Louro (Lisboa, Santa Maria de Belém, 9 de Dezembro de 1931 - 15 de Junho de 2004),[1][10] de quem tem dois filhos e uma filha.

Referências

  1. a b c d de Brito, Manuel da Costa Juzarte; Borrego, Nuno Gonçalo Pereira; Guimarães, Gonçalo Manuel de Melo Gonçalves (2002), Livro Genealógico das Famílias desta Cidade de Portalegre 1.ª ed. , Lisboa, p. 133 .
  2. a b c d e «dn.pt». Diário de Notícias (Portugal) 
  3. a b «Os ricos portugueses». Correio da manhã. Consultado em 27 de outubro de 2012. Arquivado do original em 12 de novembro de 2013 
  4. «Cópia arquivada». Jornal de Negócios. Consultado em 27 de outubro de 2012. Arquivado do original em 20 de junho de 2009 
  5. «Pereira Coutinho aceita vender SIVA sem receber nada» 
  6. «SAG admite que SIVA luta pela sobrevivência». www.jornaldenegocios.pt. Consultado em 23 de junho de 2021 
  7. a b «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Estrangeiras». Resultado da busca de "João Vasco de Quevedo Pereira Coutinho". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 1 de dezembro de 2018 
  8. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "João Manuel de Quevedo Pereira Coutinho". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 1 de dezembro de 2018 
  9. Elisabete Felismino (6 de Novembro de 2015). «Empresários subscrevem 'Manifesto dos 100' contra governo de esquerda». Diário Económico. Consultado em 7 de Novembro de 2015 
  10. a b c de Matos e Silva, António Luís Cansado de Carvalho (2006), Anuário da Nobreza de Portugal, Tomo IV 1.ª ed. , Lisboa: Dislivro, p. 395 .