Júlia de Cartago – Wikipédia, a enciclopédia livre

Santa Júlia de Cartago
Júlia de Cartago
"A Mártir Crucificada" (1886) por Gabriel von Max – obra que retrata o martírio de Santa Júlia
Virgem e Mártir
Nascimento c. 420
Cartago
Morte c. maio de 450
Córsega
Veneração por Igreja Católica
Igreja Ortodoxa
Principal templo Igreja de Santa Júlia, Brescia, Itália
Festa litúrgica 22 de maio no ocidente
16 de julho no oriente
Atribuições Cruz, palma do martírio
Padroeira Córsega, Livorno
Portal dos Santos

Júlia de Cartago, conhecida também como Júlia de Córsega (Cartago, c. 420Córsega, c. 450), foi uma jovem mártir cristã, que segundo relatos teria sido crucificada por não renunciar a sua fé.

Vida[editar | editar código-fonte]

Estátua e pintura de Santa Júlia na igreja homônima de Nonza

Santa Júlia nasceu de pais romanos nobres de África, pertencia a família Julia. Pouco se sabe de sua infância, mas afirma-se que vivia uma vida simples e dedicada a Deus. Quando era bastante jovem, em 436 sua cidade foi conquistada pelos vândalos, liderados por Genserico. Júlia foi capturada e vendida como escrava a Eusébio, um comerciante pagão sírio, porém ela não se queixou e nem se sentiu triste, pois compreendeu que era vontade de Deus. Aceitou tudo e desempenhou as tarefas mais humildes com uma alegria maravilhosa. Amou a Deus com todo o seu coração. Em suas horas vagas e com autorização de seu próprio amo, lia livros santos e rezava fervorosamente.

No ano de 450, seu dono resolveu levá-la consigo para a França. No caminho, parou em uma vila, na ilha de Córsega, para ir a um festival pagão. Júlia se negou a ir. Contudo, parou na porta do templo local e, ajoelhada, rezou para que Jesus convertesse todas aquelas pessoas.

Félix, o governador dessa região, ficou muito enojado com ela porque não se uniu ao festejo. Convidou Eusébio para um banquete em seu palácio e ofereceu-lhe quatro de suas melhores escravas em troca dela. Seu dono recusou, já que tinha um enorme afeto por Júlia, que era uma servente muito fiel e boa.

Enquanto o comerciante dormia, o governador fez com que Júlia fizesse sacrifícios a seus ídolos. Prometeu-lhe dar a liberdade se ela consentisse em abandonar o cristianismo. Ela se negou dizendo que a única liberdade que desejava era a de servir Jesus. Félix, mandou que fosse flagelada e, por fim, crucificada e atirada ao mar.[1] Quando Eusébio acordou, era tarde.

Ela aceitou o sofrimento como contribuição para que o cristianismo crescesse e desse frutos. O seu corpo foi encontrado, no dia 22 de maio de 450, ainda pregado na cruz, boiando no mar, pelos monges do convento da ilha vizinha de Gorgona. Depois eles o transportaram para a ilha, tiram-no da cruz, ungiram-no e o colocaram num sepulcro.

No ano 762, a rainha Ansa, esposa do rei lombardo Desidério, mandou transladar as relíquias de santa Júlia para Brescia, propagando ainda mais sua veneração entre os fiéis. Um ano depois, o Papa Paulo I consagrou a Santa Júlia uma igreja naquela cidade.[2] A sua festa litúrgica ocorre no dia 22 de maio. É a padroeira da Córsega.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «St. Julia, Virgin and Martyr of Corsica - Information on the Saint of the Day - Vatican News». www.vaticannews.va (em inglês). Consultado em 22 de maio de 2022 
  2. «Santa Giulia». Santiebeati.it. Consultado em 22 de maio de 2022 
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