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Ivo Barroso
Nome completo Ivo do Nascimento Barroso
Nascimento 25 de dezembro de 1929
Ervália, Minas Gerais, Brasil
Morte 5 de outubro de 2021 (91 anos)
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Nacionalidade brasileiro
Prémios Prémio Jabuti 1992

Prêmio ABL de Tradução (2005)

Género literário Romance, poesia
Magnum opus Nau dos náufragos : poemas (1950-1980)

Ivo do Nascimento Barroso, conhecido como Ivo Barroso OMC (Ervália, 25 de dezembro de 1929 — Rio de Janeiro, 5 de outubro de 2021)[1] foi um escritor, poeta e tradutor brasileiro [2].

Biografia e Carreira[editar | editar código-fonte]

Residindo no Rio de Janeiro desde 1945, formou-se em Direito pela UERJ, na época "Universidade da Guanabara", e em Línguas e Literaturas Neolatinas pela "Faculdade Nacional do Rio de Janeiro", hoje pertencente à UFRJ [3].

Desde cedo começou a traduzir poesia, e ligou-se ao movimento concretista, tornando-se editor-adjunto do Suplemento Literário do Jornal do Brasil, onde publicou traduções e poemas originais. Foi um dos criadores da revista de cultura Senhor (1959-64). Entre 1968 e 1970, residiu na Holanda, onde começou a traduzir os Sonetos de Shakespeare. De volta ao Brasil, foi assistente de Antônio Houaiss na edição das enciclopédias Delta-Larousse (1972) e Mirador (1976), e de Carlos Lacerda na "Enciclopédia Século XX" (1973).

Em Portugal de 1973 a 1978, foi redator-chefe da revista Seleções do Reader's Digest e começou a traduzir toda a obra poética de Rimbaud, vindo a receber o Prêmio Jabuti de tradução pela "Prosa Poética" (1998). Na Inglaterra entre 1983 e 1984, dedicou-se à poesia de T. S. Eliot, por cujas traduções foi igualmente premiado, com o Prêmio Jabuti (1992) por "Os gatos" e com o Prêmio de Tradução da Academia Brasileira de Letras (2005) por "Teatro completo". Viveu ainda na Suécia e na França, antes de voltar ao Rio de Janeiro [4].

Publicou os livros de poemas "Nau dos náufragos" (1982) e "Visitações de Alcipe" (1991) em Portugal, e "A caça virtual e outros poemas" (2001) no Brasil, tendo este último sido finalista do Prêmio Jabuti de poesia daquele ano. Organizou os livros "Poesia e prosa", de Charles Baudelaire (1995) e "À margem das traduções", de Agenor Soares de Moura (2003). Escreveu ainda "O Corvo e suas traduções" (2000), sobre a obre de Poe, e "Poesia ensinada aos jovens" (2010) [5].

Além dos já mencionados, Ivo Barroso traduziu para o português autores como: Eugenio Montale ("Diário póstumo"), André Breton ("Nadja"), André Gide ("A volta do filho pródigo"), André Malraux ("A condição humana"), August Strindberg ("Inferno"), Georges Perec ("Vida, modo de usar", "A coleção particular" "Viagem de inverno"), Hermann Hesse ("O Lobo da Estepe", "Demian"), Italo Calvino ("Seis propostas para o próximo milênio", "O castelo dos destinos cruzados", "As cosmicômicas", "Palomar"), Italo Svevo ("A consciência de Zeno", "Senilidade", "A novela do bom velho e da bela mocinha"), Jane Austen ("Razão e Sentimento", "Emma"), Marguerite Yourcenar ("Golpe de misericórdia", "O denário do sonho", "O tempo, esse grande escultor"), Nikos Kazantzakis ("Ascese"), Romain Rolland ("Colas Breugnon"), Shel Silverstein ("Uma girafa e tanto", infantil) e Umberto Eco ("O pêndulo de Foucault").

Obras[editar | editar código-fonte]

Tradução[editar | editar código-fonte]

  • André Breton, Nadja
  • André Gide, A volta do filho pródigo, precedido de cinco outros tratados
  • André Malraux, A condição humana (e prefácio)
  • Annalisa Cima, Hipóteses de amor (com Alexandre Eulálio)
  • Arthur Rimbaud, Correspondência (com notas e comentários)
  • Arthur Rimbaud, Poesia completa (com notas e comentários)
  • Arthur Rimbaud, Prosa poética: Uma estadia no inferno, Iluminações, Um coração sob a sotaina, Os desertos do amor, Prosas evangélicas (com notas e comentários)
  • August Strindberg, Inferno (com notas)
  • Erik-Axel Karlfeldt, Poesias 
  • Eugenio Montale, Diário Póstumo (com introdução e notas)
  • Georges Perec, A coleção particular
  • Georges Perec, A vida – modo de usar
  • Hermann Hesse, Demian (e prefácio)
  • Hermann Hesse, O lobo da estepe (e prefácio)
  • Italo Calvino, As cosmicômicas
  • Italo Calvino, O castelo dos destinos cruzados
  • Italo Calvino, Palomar
  • Italo Calvino, Seis propostas para o próximo milênio

Italo Calvino, Todas as cosmicômicas

Italo Svevo, A consciência de Zeno

Italo Svevo, A novela do bom velho e da bela mocinha (com introdução e notas biográficas)

Italo Svevo, Senilidade

Jane Austen, Emma

Jane Austen, Razão e Sentimento

Marguerite Yourcenar, Denário do sonho

Marguerite Yourcenar, Golpe de Misericórdia

Marguerite Yourcenar, O tempo, esse grande escultor

Nikos Kazantzakis, Ascese

Oscar Wilde, Salomé (com introdução e notas)

Peter Newell, O livro do foguete

Romain Rolland, Colas Breugnon

Shel Silverstein, Uma girafa e tanto

T. S. Eliot, O livro dos gatos

T.S. Eliot, Os gatos

T. S. Eliot, Teatro completo 

Umberto Eco, O pêndulo de Foucault

William Blake, O casamento do céu e do inferno (com introdução e notas)

William Shakespeare, 30 sonetos (e prefácio)

William Shakespeare, 42 sonetos (e prefácio)

Organização[editar | editar código-fonte]

Agenor Soares de Moura, À margem das traduções

Charles Baudelaire, Poesia e prosa

Edgar Allan Poe, O Corvo e suas traduções

Vários autores, O torso e o gato (antologia de poemas traduzidos)

Obra própria[editar | editar código-fonte]

A caça virtual e outros poemas

Caixinha de música

Nau dos náufragos

Poesia ensinada aos jovens

Visitações de Alcipe

Breviário de Afetos

Referências

  1. «Poeta e escritor Ivo Barroso morre aos 91 anos no Rio». G1. Consultado em 6 de outubro de 2021 
  2. «Principais dados biográficos retirados de: Dicionário de tradutores, UFSC». Consultado em 16 de abril de 2013 
  3. «Dados sobre Ivo Barroso no sítio da editora Cosac Naify». Consultado em 16 de abril de 2013. Arquivado do original em 24 de março de 2012 
  4. «Dados biográficos adicionais retirados de sua página pessoal». Consultado em 16 de abril de 2013 
  5. «Poemas e ensaios de Ivo Barroso no Jornal de Poesia». Consultado em 16 de abril de 2013