Isabel da Dinamarca, Princesa-Eleitora de Brandemburgo – Wikipédia, a enciclopédia livre

Isabel da Dinamarca
Isabel da Dinamarca, Princesa-Eleitora de Brandemburgo
Princesa-Eleitora de Brandemburgo
Reinado 10 de abril de 1502
a 11 de julho de 1535
Antecessor(a) Margarida da Turíngia
Sucessor(a) Madalena da Saxónia
 
Nascimento 24 de junho de 1485
  Nyborg, Fiónia , Dinamarca
Morte 10 de junho de 1555 (69 anos)
  Berlim, Alemanha
Esposo Joaquim I Nestor, Príncipe-Eleitor de Brandemburgo
Descendência Joaquim II Heitor, Eleitor de Brandemburgo
Ana, Duquesa de Meclemburgo
Isabel, Duquesa de Brunsvique-Calenberg-Göttingen
Margarida de Brandemburgo
João, Marquês de Brandemburgo-Küstrin
Casa Hohenzollern
Oldemburgo
Pai João da Dinamarca
Mãe Cristina da Saxônia
Religião Luterana

Isabel da Dinamarca, Noruega e Suécia (Nyborg, 24 de junho de 1485Berlim, 10 de junho de 1555) foi uma princesa escandinava que se tornou princesa-eleitora de Brandemburgo graças ao seu casamento com Joaquim I Nestor. Era filha do rei João da Dinamarca, Noruega e Suécia, e da sua esposa, a princesa Cristiana da Saxónia.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Em criança, Isabel tinha uma relação muito próxima com o seu irmão, o futuro rei Cristiano II da Dinamarca e sabia ler e escrever em dinamarquês e alemão. A 10 de Abril de 1502, casou-se com o príncipe-eleitor Joaquim I Nestor de Brandemburgo num casamento duplo no qual também se casaram o seu tio, o futuro rei Frederico I da Dinamarca, e a princesa Ana de Brandenburgo. Isabel e Joaquim entenderam-se bastante bem durante os primeiros vinte anos de casamento e conviveram de forma harmoniosa. Em 1507, Isabel recebeu a visita da sua mãe, em 1515 esteve presente no casamento do irmão Cristiano na Dinamarca e recebeu a sua visita em 1523.

O seu marido foi um grande defensor da Igreja Católica durante o período da Reforma protestante. Em 1523, Isabel esteve presente num sermão dado por Martinho Lutero juntamente com o seu irmão e cunhada e, partir daí, tornou-se uma Protestante convicta. Em 1527, recebeu a comunhão numa cerimónia protestante em público, o que significou o seu afastamento da igreja católica e a colocou em conflito com o marido. Em 1528, o seu marido pediu à igreja católica que o aconselhasse relativamente ao que devia fazer com a sua esposa caso esta se recusasse a renunciar à sua nova fé: pedir o divórcio, executá-la ou isolá-la. O conselho da igreja foi mandá-la prender. Para evitar a sentença, Isabel fugiu para a corte do seu tio, o príncipe-eleitor João da Saxónia, e deu-se início a um debate público: os monarcas protestantes e o seu irmão apoiaram-na, Lutero apoiou a sua liberdade de deixar o marido em nome da sua religião e Isabel declarou que só voltaria se tivesse permissão para praticar a sua religião e se o seu marido renunciasse ao adultério e ao seu interesse por astrologia. Se as suas exigências não fossem cumpridas, a princesa sugeria que o melhor seria os dois se separarem, tal como os seus pais tinham feito em 1504. Isabel recebeu uma residência perto de Wittenberg. O seu marido recusou-se a dar-lhe um rendimento e proibiu os filhos de a visitarem. Em 1532, o seu tio morreu e o seu irmão foi preso, tirando-lhe assim os seus maiores apoiantes. Em 1535, o seu marido morreu e os seus filhos pediram-lhe que voltasse para Brandenburgo, mas mudaram ideias quando ela exigiu que as terras que faziam parte do seu dote fossem convertidas ao protestantismo. Acabaria por regressar apenas em 1545, estabelecendo residência em Spandau.

O segundo casamento do seu filho Joaquim II Heitor, Príncipe-Eleitor de Brandemburgo com a princesa Hedvig da Polónia não lhe agradou, uma vez que esta impôs como condição a realização de cerimónias católicas na sua capela privada e não falava alemão.[1]

Descendência[editar | editar código-fonte]

  1. Joaquim II Heitor, Príncipe-Eleitor de Brandemburgo (13 de Janeiro de 1505 – 3 de Janeiro de 1571), príncipe-eleitor entre 1535 e 1571. Casou-se primeiro com a princesa Madalena da Saxónia; com descendência. Casou-se depois com a princesa Edviges Jagelão, Eleitora de Brandemburgo; com descendência.
  2. Ana de Brandemburgo (1 de Janeiro de 1507 - 19 de Junho de 1567), casada com o duque Alberto VII de Mecklemburgo; com descendência.
  3. Isabel de Brandemburgo (24 de Agosto de 1510 – 25 de Maio de 1558), casou-se primeiro com o duque Eurico I de Brunswick-Lüneburg; com descendência. Casou-se depois com Poppo XII de Henneberg; sem descendência.
  4. Margarida de Brandemburgo (1511 - 3 de Novembro de 1577), casou-se primeiro com o duque Jorge I da Pomerânia; com descendência. Casou-se depois com o príncipe João V de Anhalt-Zerbst; com descendência.
  5. João, Marquês de Brandemburgo-Küstrin (3 de Agosto de 1513 – 13 de Janeiro de 1571), marquês de Brandemburgo-Küstrin entre 1535 e 1571. Casado com a princesa Catarina de Brunswick-Wolfenbüttel; com descendência.

Genealogia[editar | editar código-fonte]

Os antepassados de Isabel da Dinamarca em três gerações[2]
Isabel da Dinamarca Pai:
João da Dinamarca
Avô paterno:
Cristiano I da Dinamarca
Bisavô paterno:
Teodorico de Oldemburgo
Bisavó paterna:
Edviges de Schauemburgo
Avó paterna:
Doroteia de Brandemburgo
Bisavô paterno:
João, Marquês de Brandemburgo-Kulmbach
Bisavó paterna:
Bárbara de Saxe-Wittenberg
Mãe:
Cristina da Saxônia
Avô materno:
Ernesto, Príncipe-Eleitor da Saxónia
Bisavô materno:
Frederico II, Eleitor da Saxônia
Bisavó materna:
Margarida da Áustria, Princesa-Eleitora da Saxónia
Avó materna:
Isabel da Baviera, Princesa-Eleitora da Saxónia
Bisavô materno:
Alberto III, Duque da Baviera
Bisavó materna:
Ana de Brunswick-Grubenhagen-Einbeck

Referências

  1. Chadwick, Owen (2003). The Early Reformation on the Continent. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 0-19-926578-X. Consultado em 30 de agosto de 2009 
  2. The Peerage, consultado a 3 de Novembro de 2015

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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