Irakli Tsereteli – Wikipédia, a enciclopédia livre

Irakli Tsereteli
Irakli Tsereteli
Nascimento 20 de novembro de 1881
Gorisa
Morte 21 de maio de 1959
Nova Iorque
Sepultamento Cemitério de Leuville
Cidadania Império Russo, República Democrática da Geórgia, Estados Unidos
Progenitores
  • Giorgi Tsereteli
  • Olympiada Yakovlevna Tsereteli
Irmão(ã)(s) Elene Tsereteli
Ocupação diplomata, historiador, jornalista, político, jurista

Irakli Tsereteli (em georgiano: ირაკლი წერეთელი; em russo: Ира́клий Гео́ргиевич Церете́ли) (20 de novembro de 1881 - 20 de maio de 1959), também conhecido como Kaki Tsereteli foi um político georgiano, um dos líderes do Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR) e depois dos mencheviques georgianos no Partido Operário Social-Democrata Georgiano.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Irakli Tsereteli nasceu em Kutaisi (atual Geórgia) numa família nobre. Estudou na Universidade de Moscovo onde se envolveu nos protestos estudantis, o que motivou o seu exílio na Sibéria em 1902. À sua saída da prisão, Tsereteli aderiu ao POSDR, situando-se do lado menchevique junto com Julius Martov contra Lenin e os bolcheviques no II Congresso do partido (Londres, 1903). Tsereteli ocupou-se da edição do jornal georgiano pró-menchevique Kvali, mas exiliou-se em Alemanha pela crescente pressão das autoridades. Regressou à Rússia durante a Revolução de 1905 e foi eleito para a Duma, convertendo-se de facto num dos líderes mencheviques. Após a dissolução da Duma, Tsereteli foi sentençado a cinco anos de prisão e, posteriormente, em 1913, foi exiliado em Irkutsk, convertendo-se no aglutinador de um círculo de moderados internacionalistas (a maior parte dos quais mencheviques, membros do Partido Socialista Revolucionário e alguns então bolcheviques) denominado os "Zimmerwaldistas Siberianos"[1].

Tsereteli conseguiu regressar a Petrogrado após a Revolução de Fevereiro de 1917, liderando o soviete de Petrogrado. Desde aí, propus um programa intitulado Defensismo revolucionário que prescrevia um enérgico trabalho a favor de um acordo internacional para finalizar a Primeira Guerra Mundial e um trabalho igualmente enérgico para se defender da Alemanha na medida em que a guerra continuasse. Tsereteli participou também no governo provisório menchevique, primeiro como Ministro de Correios e Telégrafos (maio-agosto de 1917) e depois como Ministro do Interior (julho-agosto de 1917).

Após a Revolução de Outubro de 1917, os bolcheviques ordenaram o arresto de Tsereteli, o que favoreceu o regresso de Tsereteli a Geórgia, que em maio de 1918 declarou a sua independência como República Democrática de Geórgia. Ele não teve qualquer papel relevante, mas obteve um assento na Assembleia Constituinte e representou o novo país na Conferência de Paz de Paris (1919). Após a invasão de Geórgia pelo Exército Vermelho em 1921, Tsereteli permaneceu na oposição, mas terminou emigrando em 1923 a Paris.

Tsereteli manteve as suas ideias internacionalistas, opondo-se à deriva face ao nacionalismo dos principais líderes mencheviques, nomeadamente o liberal-nacionalista Zurab Avalishvili e o social-democrata Noi Zhordania. Tsereteli aceitou o direito de Geórgia à sua independência, mas rechaçou a ideia de Zhordania e outros exiliados georgianos de que a dominação bolchevique era igual à dominação imperial. Ainda mais, ele insistia em estabelecer uma colaboração estreita entre os mencheviques russos e georgianos contra os bolcheviques, mas rechaçava para o mesmo a colaboração com os nacionalistas georgianos. Isso favoreceu o isolamento de Tsereteli e a sua progressiva saída da política. Na década de 1940, emigrou aos Estados Unidos, onde continuou a escrever sobre a história da revolução, até a sua morte em Nova Iorque em 1959.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. McCauley, Martin (1997), Who’s Who in Russia since 1900, p. 211. Routledge, ISBN 0415138981