Interior do Rio de Janeiro – Wikipédia, a enciclopédia livre

Interior fluminense, em marfim.

O Interior do estado do Rio de Janeiro, ou interior fluminense, é a região que abrange todo o estado do Rio de Janeiro, com exceção da metrópole.

A mais populosa cidade do interior do estado é Campos dos Goytacazes, com mais de 500 mil habitantes.[1]

O Rio Paraíba do Sul é o principal abastecedor de água dessa região, havendo ainda destaque para os rios Paraibuna, Piabanha, Rio Pomba, Rio Muriaé, e Rio Paquequer, todos eles tributários do Paraíba do Sul, que corre da Região do Médio Paraíba (no Sul Fluminense), atravessando a Região Centro-Sul Fluminense, até a Região Norte Fluminense, desaguando no Oceano Atlântico.

Carioca é o gentílico oficial do município do Rio de Janeiro, capital do estado do Rio de Janeiro, no Brasil, também podendo referir-se, como adjetivo, a tudo o que pertence ou está de alguma forma relacionado ao município do Rio de Janeiro, como, por exemplo, aos seus bairros. Popularmente, no entanto, é também aceito como gentílico de todo o estado do Rio de Janeiro e de tudo aquilo que possui alguma relação com ele, como, por exemplo, em Campeonato Carioca de Futebol, mesmo sendo "Fluminense" o gentílico oficial.

Economia[editar | editar código-fonte]

O PIB (produto interno bruto) do estado do Rio de Janeiro em 2013 foi de 626,320 bilhões de reais (IBGE/2013), sendo 404,37 bilhões referentes à Região Metropolitana do Rio de Janeiro e 221,95 bilhões referentes ao interior (inclusa a região serrana).

Com uma força econômica superior à de países como a Eslováquia e mais de 3 vezes a do Uruguai, o interior fluminense tem atraído cada vez mais empresas da capital estadual e de outros estados, que buscam custos menores, espaço para crescer e infraestrutura que favoreça o escoamento da produção e possíveis expansões futuras, sem comprometimento de sua produção ou da localidade onde estão instaladas. Impostos com alíquotas mais baixas também costumam atrair esses investimentos, já que os municípios interioranos costumam fazer renúncias fiscais bem atrativas a novos negócios[carece de fontes?].

Esses fatores tornam a região um polo de investimentos industriais que tem atraído muitas empresas, principalmente para o espaço produtivo formado por municípios da Mesorregião Sul Fluminense: Volta Redonda, Resende e Barra do Piraí.

Essa área é fortemente industrializada na região do Médio Paraíba e caracteriza-se por sua economia forte e bastante diversificada, sendo marcante a presença de indústrias de transformação na área siderúrgica, metalúrgica, têxtil, de energia elétrica (hidrelétrica, termoelétrica e nuclear) e automobilística, além de agropecuária leiteira.

O Sul Fluminense está dividido entre o Vale do Paraíba, a Serra do Mar e a Costa Verde. No Vale do Paraíba, cidades como Valença e Rio das Flores se destacam pelas fazendas históricas de café; em municípios como Resende e Itatiaia, estão localizados o Parque Nacional do Itatiaia, o Pico das Agulhas Negras, a Serrinha do Alambari e o distrito de Penedo (de colonização finlandesa). Na Serra do Mar, a cidade de Rio Claro, onde estão localizados o Parque Arqueológico de São João Marcos e o distrito de Lídice e na Costa Verde, cidades como Angra dos Reis e Paraty se destacam pela grande quantidade de turistas atraídos por suas belíssimas praias de cor azul-esverdeada, por santuários naturais como Ilha Grande e por suas cachoeiras, sobretudo nos meses de verão.[2][3]

O Norte Fluminense é responsável por 87% do petróleo nacional, e as cidades que mais se destacam são: Campos dos Goytacazes, maior cidade do interior fluminense, tanto em área quanto em população, e Macaé, ambas entre as mais ricas do Brasil devido à prospecção petroleira. A indústria ceramista e a de açúcar e álcool também se destacam.

No Noroeste Fluminense, a agropecuária e a fruticultura são as principais atividades econômicas, tendo, ainda, a extração de pedras ornamentais ganhado espaço em algumas cidades, como Santo Antônio de Pádua.

Na Região Serrana, estão algumas importantes cidades voltadas para o turismo, como Petrópolis (Cidade Imperial, com seu casario histórico preservado), Teresópolis (que abriga a Granja Comary, local de treinamento da Seleção Brasileira de Futebol, e o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, local de onde pode ser melhor avistado o Dedo de Deus, com 1 692 metros de altitude e que, na verdade, situa-se em Guapimirim), e Nova Friburgo, a "Suíça Brasileira", com seus restaurantes, suas cachoeiras e suas montanhas, como a Pedra do Cão Sentado (2 111 metros), Pico da Caledônia (2 219 metros de altitude) e os Três Picos de Salinas, maior elevação da Serra do Mar na região, com 2 310 metros de altitude.

A Região dos Lagos, porção das Baixadas Litorâneas, atrai grande quantidade de turistas, principalmente nos meses de verão. Os turistas procuram por algumas das mais belas praias do litoral fluminense, cabendo registrar as cidades de Armação dos Búzios (balneário reconhecido internacionalmente), Cabo Frio, Araruama, Arraial do Cabo, São Pedro da Aldeia, Saquarema (destino dos praticantes de surfe) e Iguaba Grande.

Transportes[editar | editar código-fonte]

O interior do Rio de Janeiro conta com uma razoável porém boa rede de transportes, tendo, como eixos principais, as rodovias Presidente Dutra (BR-116), Lúcio Meira (BR-393), Amaral Peixoto (RJ-106), Saturnino Braga (RJ-155) entre Barra Mansa e Angra dos Reis, Rodovia Mario Covas BR-101, que corta o litoral do estado de Norte a Sul, bem como a Rodovia Washington Luís (BR-040), ligando a cidade do Rio de Janeiro a Juiz de Fora em Minas Gerais, Rodovia João Goulart (RJ-116), ligando a cidade de Itaboraí, na Região Metropolitana a Itaperuna, no Noroeste Fluminense, passando por Nova Friburgo, na Região Serrana, e dezenas de outras estradas estaduais que garantem acesso (com calçamento) a todas as cidades interioranas.

Além do sistema rodoviário, a região também conta com os aeroportos internacionais de Cabo Frio e de Macaé, e aeroportos domésticos em Angra dos Reis, Campos dos Goytacazes e Resende, estando em processo licitatório o de Volta Redonda.

Na área portuária, ficam, nessa região, os portos de Angra dos Reis, o Porto do Forno, em Arraial do Cabo e em projeto o de Açu, em São João da Barra, além de outros portos menores e terminais de minérios e petróleo nas cidades litorâneas.

As travessias marítimas da região são realizadas nos litorais da Região dos Lagos e do Sul Fluminense, também conhecido como Costa Verde. Essas travessias se dão a partir da ligação do continente com as ilhas locais, através de barcos ou traineiras.[4][5][6]

O interior do estado também conta com quatro ferrovias que atravessam várias cidades interioranas como: a Estrada de Ferro Central do Brasil, ligando o Rio de Janeiro aos estados de São Paulo e de Minas Gerais e ao litoral de Mangaratiba, no Sul Fluminense, a Estrada de Ferro Leopoldina, ligando o Rio de Janeiro aos estados do Espírito Santo e de Minas Gerais e cortando parte do litoral do Norte Fluminense, a Estrada de Ferro Oeste de Minas (também conhecida como Linha Tronco da Rede Mineira de Viação), ligando Angra dos Reis ao Oeste de Minas Gerais e a Ferrovia do Aço, ligando Barra Mansa ao Sudeste de Minas Gerais.[7][8][9]

No entanto, por conta de sucessivas desativações e supressões de linhas de passageiros entre as décadas de 1960 e 1980 e devido à privatização de todo o sistema ferroviário na segunda metade da década de 1990, que não somente desativou o que ainda restava de serviços de passageiros em determinadas linhas, como também eliminou as possibilidades de retorno destes, o transporte ferroviário no interior fluminense tornou-se restrito às cargas direcionadas aos portos e às usinas siderúrgicas no estado, estando concedido entre as empresas MRS Logística e VLI Multimodal.[10][11][12]

Educação[editar | editar código-fonte]

O interior do Rio de Janeiro possui diversas instituições de ensino, tanto médio como superior, sendo em grande parte privada. As universidades públicas de destaque nessa região são os campi da Universidade Federal Fluminense (com sede em Niterói) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (com sede na capital) e a sede da Universidade Estadual do Norte Fluminense, em Campos dos Goytacazes. A rede federal de educação profissional também está presente em diversos municípios fluminenses por meio do Instituto Federal Fluminense, ofertando cursos técnicos, de graduação e de pós-graduação.

Municípios do interior do Rio de Janeiro por área urbana[editar | editar código-fonte]

[13][14]

Posição entre os 92 municípios do Estado do RJ Município Área
urbana
(km²)[15]
2 Campos dos Goytacazes 222,468
5 Petrópolis 165,76
9 Araruama 114,636
12 Saquarema 87,371
13 Macaé 78,517
15 Angra dos Reis 65,8
16 Volta Redonda 65,492
17 Teresópolis 64,318
18 Barra Mansa 57,07
19 Nova Friburgo 49,899
20 Resende 48,217
22 Cabo Frio 47,633
24 São Pedro da Aldeia 43,315
27 Rio das Ostras 32,997
28 Barra do Piraí 31,824
29 Armação dos Búzios 29,998
30 São Francisco de Itabapoana 29,225
32 São João da Barra 26,518
34 Itaperuna 25,546
36 Três Rios 24,957
37 Iguaba Grande 20,019
39 Miguel Pereira 18,03
41 Itatiaia 17,215
42 Valença 16,883
43 Porto Real 15,487
44 Paty do Alferes 14,859
45 Mangaratiba 14,493
47 Paraty 12,914
48 Santo Antônio de Pádua 12,202
49 Piraí 11,929
50 Paraíba do Sul 11,75
51 Arraial do Cabo 11,443
52 Vassouras 9,9
53 Silva Jardim 9,886
54 São José do Vale do Rio Preto 9,686
56 Bom Jesus do Itabapoana 9,484
57 Casimiro de Abreu 8,664
59 Sapucaia 7,786
60 Conceição de Macabu 7,61
61 São Fidélis 6,877
62 Rio Claro 6,805
63 Bom Jardim 6,178
64 Itaocara 6,128
65 Miracema 6,019
66 Aperibé 5,978
67 Areal 5,563
68 Pinheiral 5,396
69 Quissamã 5,287
70 Cordeiro 4,972
71 Carapebus 4,954
72 Natividade 4,81
73 Cantagalo 4,785
74 Engenheiro Paulo de Frontin 4,395
75 Cambuci 4,164
76 Mendes 4,144
77 Italva 4,129
78 Cardoso Moreira 3,919
79 Quatis 3,708
80 Porciúncula 3,6
81 Carmo 3,285
82 Santa Maria Madalena 3,261
83 Comendador Levy Gasparian 3,226
84 Trajano de Moraes 3,194
85 Sumidouro 3,113
86 Duas Barras 3,101
87 Rio das Flores 2,787
88 São Sebastião do Alto 1,911
89 Varre-Sai 1,716
90 Laje do Muriaé 1,401
91 Macuco 1,154
92 São José de Ubá 0,98

Demografia[editar | editar código-fonte]

Principais cidades[editar | editar código-fonte]

[17]

Ver também[editar | editar código-fonte]


Referências

  1. Campos, RJ, completa 181 anos e história é contada em exposição. G1, 28 março de 2016. Consultado em 9 de agosto de 2017
  2. «Mapa do Turismo Brasileiro classifica cidades do Sul Fluminense». A Voz da Cidade. 2 de setembro de 2019. Consultado em 24 de março de 2022 
  3. «Feriado lota destinos turísticos em cidades do Sul Fluminense». A Voz da Cidade. 18 de abril de 2019. Consultado em 24 de março de 2022 
  4. «Barcos que fazem transporte de passageiros na Ilha do Japonês recebem certificação de segurança». Prefeitura Municipal de Cabo Frio. 11 de abril de 2019. Consultado em 4 de março de 2022 
  5. «Prefeitura de Mangaratiba». www.mangaratiba.rj.gov.br. Consultado em 4 de março de 2022 
  6. Perrenes, Julien. «Guia de Mangaratiba - Ilhas de Mangaratiba». www.guiademangaratiba.com.br. Consultado em 4 de março de 2022 
  7. Rodriguez, Helio Suêvo (2004). A formação das estradas de ferro no Rio de Janeiro: o resgate da sua memória. [S.l.]: Memória do Trem 
  8. Buzelin, José Emílio de Castro Horta (2002). A ferrovia de Minas, Rio e São Paulo. [S.l.]: Memória do Trem 
  9. Buzelin, José Emílio de Castro H. (2001). Ferrovia Centro-Atlântica: uma ferrovia e suas raízes. [S.l.]: Memória do Trem 
  10. «Folha de S.Paulo - RFFSA vende trecho por R$ 889 milhões - 21/9/1996». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 4 de março de 2022 
  11. «Como a privatização corrompe a memória da Rede Ferroviária Federal». Biblioo. 29 de junho de 2018. Consultado em 4 de março de 2022 
  12. «Vale, MRS e VLI priorizam renovação de concessões para ferrovias». www.noticiasdemineracao.com. 15 de julho de 2019. Consultado em 4 de março de 2022 
  13. http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/contlei.nsf/c8aa0900025feef6032564ec0060dfff/119b52b946dbb767032584e8007466ae?OpenDocument
  14. https://www.ipea.gov.br/redeipea/images/pdfs/governanca_metropolitana/projeto_governanca_oficina1_rj.pdf
  15. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) (2015). «Áreas Urbanas no Brasil em 2015». Consultado em 23 de dezembro de 2020 
  16. «Estimativas da população residente nos municípios brasileiros com data em 1 de julho de 2013» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 1 de julho de 2013. Consultado em 31 de janeiro de 2014. Cópia arquivada em 9 de setembro de 2013 
  17. https://www.researchgate.net/publication/341655239_Movimentos_permanentes_e_movimento_pendular_entre_a_metropole_do_Rio_de_Janeiro_e_municipios_fora_de_sua_regiao_metropolitana_em_2000_caracteristicas_etarias_de_instrucao_renda_e_ocupacao_profissional
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