Interatividade – Wikipédia, a enciclopédia livre

Interatividade é um conceito que, quase sempre, está associado às novas mídias de comunicação.[1] Pode ser definida como:

Uma medida do potencial de habilidade de uma mídia permitir que o usuário exerça influência sobre o conteúdo ou a forma da comunicação mediada.[2]

Porém, ainda há a perspectiva sociológica do termo, que seria:

A relação entre duas ou mais pessoas que, em determinada situação, adaptam seus comportamentos e ações uns aos outros.[2]

Interatividade não é um termo comumente encontrado em dicionários[3]. A única referência está no Dicionário de Inglês de Oxford, que diz:

a) Uma atividade que envolve interação;
b) Propriedade de ser interativo.

Essa aplicação dupla da palavra é significante e merece investigação[3].

As Diferentes Visões da Interatividade[editar | editar código-fonte]

Interatividade como Atividade[editar | editar código-fonte]

Interatividade – exclusivamente considerando a atividade de troca comunicativa – pode ser definida como:

Uma expressão da extensão que, em uma determinada série de trocas comunicativas, qualquer terceira (ou posterior) transmissão (ou mensagem) é relacionada ao grau com o qual trocas anteriores se referiram a transmissões ainda mais antigas.[4]

Interatividade como Propriedade[editar | editar código-fonte]

Interatividade não é somente uma troca de comunicação, mas também geração de conteúdo[3]. Como propriedade, interatividade pode ser abordada como sendo um atributo da tecnologia[5].

Consequentemente, o foco do resultado é no design (de interface) e na técnica (usabilidade). Claro que essas propriedades são importantes, pois fornecem parte do contexto para a entrega de conteúdo ao usuário. Porém, essa aproximação é inadequada para descrever interatividade como atividade.[3]

Dimensões da Definição[editar | editar código-fonte]

Heeter trabalha com uma definição de seis dimensões[6]:

1) Complexidade da escolha disponível;
2) Esforço que o usuário deve exercer;
3) Responsividade para o usuário;
4) Monitoramento da informação;
5) Facilidade de Adicionar informação;
6) Facilitação da comunicação interpessoal.

Já Downes & McMillan propõem uma definição de interatividade baseada em cinco dimensões[7]:

1) Direção da comunicação;
2) Flexibilidade do sincronismo;
3) Senso de lugar;
4) Nível de controle;
5) Responsividade e percepção do propósito da comunicação.

Flexibilidade do sincronismo como uma dimensão chave da definição[7].
Interatividade é uma variável que flutua através de indivíduos e meios (por exemplo, computadores são mais interativos que jornais). Podemos assumir que a habilidade de induzir respostas – não limitadas a uma comunicação de duas mãos, mas também considerando multi-vias de comunicação – é o principal requisito para chamar um meio de comunicação de interativo[8].

Conceituação[editar | editar código-fonte]

Na conclusão da pesquisa, foi possível definir interatividade conceitual e operacionalmente[8].

Visão Conceitual[editar | editar código-fonte]

Conceitualmente, o termo pode ser definido como:

o grau com o qual uma tecnologia de comunicação pode criar um ambiente mediado no qual participantes podem se comunicar [...] sincronizada ou assincronamente e participar em trocas de mensagens recíprocas [...] [e] também se refere à habilidade do usuário de perceber a experiência como uma simulação da comunicação interpessoal.[8]

Visão Operacional[editar | editar código-fonte]

Operacionalmente, conclui-se que interatividade é estabelecida por três fatores: estrutura tecnológica do meio usado (velocidade, alcance, flexibilidade do sincronismo e complexidade sensorial); característica do ajuste da comunicação; e percepção dos indivíduos (proximidade, velocidade percebida, ativação sensorial e telepresença)[8].

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. DEFLEUR, M. L.; BALL-ROKEACH, S. J. Theories of mass communication. New York:. Longman. 1989.
  2. a b JENSEN, J. F. Interactivity: Tracing a new concept in media and communication studies. vol. 19. Nordicom Review. 1998. pp. 185–204.
  3. a b c d RICHARDS, R. Users, interactivety and generation. New Media & Society. vol. 8. SAGE Publications. 2006. pp. 531-550. Disponível em: <http://nms.sagepub.com/cgi/content/abstract/8/4/531>.
  4. RAFAELI, S. Interactivity: From New Media to Communication. Advancing Communication Science: Merging Mass and Interpersonal Processes. Londres. Sage. 1988. pp. 110–34. Disponível em: <http://gsb.haifa.ac.il/~sheizaf/interactivity/Rafaeli_interactivity.pdf>.
  5. SUNDAR, S. S. Theorizing interactivity’s effects. The Information Society. vol. 5. n° 20. 2004. pp. 385–389.
  6. HEETER, C. Interactivity in the context of designed experience. Journal of Interactive Advertising. vol. 1. n° 1. 2000. Disponível em: <http://www.jiad.org/vol1/no1/heeter/>
  7. a b DOWNES, E. J.; MCMILLAN, S. J. Defining interactivity. New Media & Society. vol. 2. SAGE Publications. 2000. pp. 157-179. Disponível em: <http://nms.sagepub.com/cgi/content/abstract/2/2/157>.
  8. a b c d KIOUSIS, S. Interactivity: a concept explication. New Media & Society. vol. 4. SAGE Publications. 2002. pp. 355-383. Disponível em: <http://nms.sagepub.com/cgi/content/abstract/4/3/355>

Ver Também[editar | editar código-fonte]