Ingo II da Noruega – Wikipédia, a enciclopédia livre

Ingo II da Noruega
Rei da Noruega
Ingo II da Noruega
Reinado 120423 de abril de 1217
Antecessor Guttorm Sigurdsson
Sucessor Haakon Haakonsson
Nascimento cerca de 1185
Morte 23 de abril de 1217 (32 anos)
  Nidaros
Sepultado em Catedral de Nidaros
Nome completo Inge Bårdsson
Descendência Guttorm Ingesson
Casa Gille
Pai Bård Guttormsson
Mãe Cecília Sigurdsdatter
Religião cristão

Ingo II Bårdsson (em norueguês, Inge Bårdsson; em nórdico antigo, Ingi Bárðarson) (cerca de 1185 - 23 de abril de 1217) foi rei da Noruega de 1204 a 1217.[1]

Ingo II governou durante a última fase das Guerras Civis Norueguesas (Borgerkrigstiden), um período de constantes lutas entre facções opostas que remontam a 1130. O líder birkebeiner enfrentou em guerra com os bagler, mas conseguiu finalmente alcançar a paz em 1208 por concessões territoriais aos seus rivais.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Era o único filho do matrimônio de Bård Guttormsson e Cecília Sigurdsdatter. O pai de Ingo era um poderoso nobre (lendmann) da região de Trøndelag. Tinha sido um seguidor de rei Sverre, que conduziu os birkebeiner ao poder no final de século XII. A mãe de Ingo era filha do rei Sigurdo II, meia-irmã de Sverre.[1]

O rei Sverre morreu em 1202, seu filho Haakon III em 1204 e seu neto Guttorm no mesmo ano. Os birkebeiner ficaram sem um sucessor de Sverre para eleger como seu novo rei. Aproveitando a situação da sucessão, os bagler, os inimigos dos birkebeiner, se levantaram novamente em armas desde a primeira metade de 1204, sob o comando de Erling Steinvegg.[1]

Para enfrentar ao inimigo, a escolha de um novo rei com liderança era necessário. Os líderes dos birkebeiner propuseram a Haakon, o Louco, um meio irmão de Ingo, também filho de Cecília, mas o arcebispo Eystein e os camponeses de Trøndelag apoiaram a Ingo, que já havia governado em Trøndelag no curto reinado de Guttorm. Por fim, acordou-se que enquanto Ingo seria o novo rei, Haakon, o Louco, seria o chefe do exército.[1]

Reinado[editar | editar código-fonte]

Os quatro primeiros anos de seu reinado foram de guerra intensa. Erling Steinvegg morreu em 1206, mas os bagler continuaram a lutar sob as ordens de um novo rei, Filipe Simonsson. Os bagler controlavam predominantemente a área de Viken (na região de Oslofjord), com as cidades de Tønsberg e Oslo; Ingo e os birkebeiner controlavam a região de Trøndelag, com Nidaros como seu principal reduto, enquanto Bergen e na zona oeste da Noruega mudavam constantemente de mãos. Em 22 de abril de 1206, os bagler atacaram Nidaros, durante os casamentos da irmã de Ingo, Sigrid; ele mal escapou com vida nadando através do rio Nidelven, sob temperaturas de congelamento. No ano seguinte, os birkebeiner lançaram um ataque bem sucedido na cidade de Tønsberg, mas a guerra caiu em um período de estagnação, sem vitórias decisivas para ambos os lados.

Em 1207, o arcebispo Tore de Nidaros e o bispo Nicolau de Oslo - esse último um proeminente membro dos bagler- fizeram um acordo de paz entre os dois partidos. Conseguiram realizar uma reunião entre Ingo II, Haakon, o Louco e Filipe Simonsson em Kvitsøy, província de Rogaland, no outono de 1208. Nessa reunião, Filipe decidiu renunciar a seu título de rei, mas seguiria governando Viken com o título de jarl. Haakon recebeu o governo da Noruega Ocidental, com a cidade de Bergen. Ingo seria o único rei, teria o governo efetivo de Trøndelag e tanto Filipe como Haakon seriam seus vassalos. Para selar o tratado, Filipe se casou com Cristina, filha de Sverre e prima de Ingo.

O tratado de paz permaneceria durante o resto do reinado de Inge. No entanto, Filipe quebrou sua promessa, continuou apresentando-se como rei e manteve o selo real. Haakon tentou seguir o exemplo e também se nomeou rei, mas Inge impediu-o. Para acabar com as relações tensas entre os dois irmãos, concordaram que qualquer um que vivesse mais tomaria as posses dos outros e o título de rei. Em 1214, Ingo suprimiu uma rebelião de camponeses em Trøndelag, presumivelmente inflamados por Haakon. No entanto, nunca eclodiu um conflito aberto entre os dois irmãos, e Haakon morreu em Bergen, em 1214. Ingo poderia, então, incorporar a parte do seu irmão para seus territórios.

Em 1217, Ingo caiu doente em Nidaros. Durante sua enfermidade, designou a seu meio irmão caçula, Skule Bårdsson como jarl e líder do exército. Ingo morreu em 23 de abril de 1217 e seu corpo foi sepultado na Catedral de Nidaros. Foi sucedido por Haakon Håkonsson, uma criança de 13 anos de idade, filho ilegítimo do rei Haakon III e que foi criado na corte de Ingo desde que se soube de sua existência em 1206.

Fontes[editar | editar código-fonte]

As fontes principais sobre Ingo II são as Sagas dos Bagler que foram redigidas durante seu reinado e um pouco depois. Também é mencionado de maneira mais breve no início da Saga de Haakon Håkonsson.

Referências

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • (em inglês) Byron J. Nordstrom Dictionary of Scandinavian History, Londres 1986 ISBN 0313228876 p. 290-291.
  • (em inglês) Knut Gjerset History of the Norwegian People The Macmillan Company New york 1915, « King Sverre's Immediate Successors ».
  • Musset, Lucien (1951). Les Peuples scandinaves au Moyen Âge (em francês). Paris: Presses universitaires de France. 342 páginas. OCLC 3005644 


Precedido por
Guttorm Sigurdsson

Rei da Noruega

1204 - 1217
Sucedido por
Haakon Haakonsson