Inácio Correia Pamplona – Wikipédia, a enciclopédia livre

Inácio Correia Pamplona
Nascimento 1731
Ilha Terceira, no Bispado de Angra
Morte 1810 (79 anos)
Prados
Nacionalidade Portuguesa
Progenitores Mãe: Francisca Xavier de Pamplona
Pai: Manoel Correia de Melo
Cônjuge Eugênia Luisa da silva
Filho(a)(s) Simplícia, Rosa, Teodora, Inácia, Bernardina e Inácio Correia de Pamplona Corte Real[1]
Ocupação Bandeirante, Mestre de campo
Religião Católica

Inácio Correia Pamplona (Sé, Angra do Heroísmo, Ilha Terceira, 1731 - São José del-Rei, freguesia de Prados, 1810)[1] foi um comerciante, mestre de campo e bandeirante português, mais conhecido por ser um dos que delataram Tiradentes e seus companheiros a respeito das suas pretensões de independência de Portugal durante a Inconfidência Mineira.

O processo aberto contra os inconfidentes em 1789, mais conhecido como devassa, foi baseado nas denúncias de Joaquim Silvério dos Reis, Basílio de Brito Malheiro do Lago, Inácio Correia Pamplona, Francisco de Paula Freire de Andrade, Francisco Antônio de Oliveira Lopes, Domingos de Abreu Vieira e de Domingos Vidal Barbosa Lage.

Desbravador[editar | editar código-fonte]

Pamplona foi também o responsável pela destruição de várias aldeias indígenas e refúgios de escravos da região, especialmente do quilombo Campo Grande (1784), chamado pelos negros refugiados de Mammoy (ou Mamboy, "rio de águas sujas" em língua tupi). Esse local seria o embrião do futuro município de Bambuí, cuja fundação, alvo de controvérsias, é atribuída por alguns ao destruidor do quilombo, Pamplona.[2][3]

Em sua carta ao Conde Valadares escreveu: ""...não lhes sirva de obstáculo as varias aldeias dos inimigos não se deixam vencer do que ainda não virão, nem dos estrepes, nem flechas, nem temam dos seus arcos, porque as nossas armas lhe hão de suprimir todos os seus impulsos sem mais vigorosos ataques de sorte que os obrigara a largar o terreno e nos ficaremos"

Segundo a dispensa matronial de Pamplona, que está na cúria de Mariana, sua sogra era "preta forra", seus filhos netos de bisnetos de escravizados. Uma hipótese de ter abandonado a revolta de Ouro Preto, foi que o grupo resolveu não se inspirar totalmente na independência americana contrária à escravidão, e após decidirem manter a escravidão em Minas Gerais, Pamplona debandou do ideal.


Ver também[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Dispensa matrimonial que está na cúria de Mariana (1751): "1751-Passagem de Mariana. Oradores: Inácio Correia Pamplona e Eugênia da Silva. Ele português nascido e batizado na freguesia da Sé da cidade de Angra do Heroísmo; filho de Manoel Correia e Francisca Xavier, residente na Passagem de Mariana. Ela nascida, batizada e residente na Capela da Glória, Arraial da Passagem; filha natural de Eugênio Luiz da Silva e Tereza Francisca, preta forra. Justificação: sem impedimento."
    Xavier; residente em Passagem de Mariana;
    da Silva e Teresa Francisca, preta forra;
    Ele português n. e bat. Freg. de Sé da Cidade de Angra; f. Manoel Correia e Francisca Xavier; residente em Passagem de Mariana;
    da Silva e Teresa Francisca, preta forra;
  • Carta de Ignácio Correia de Pamplona ao Conde de Valadares, Estância de São Simão 10.10.1769. 18,2,6 Arquivo Conde de Valadares (Biblioteca Nacional, Seção de Manuscritos).
  • Amantino, Marcia (2008). O mundo das feras: os moradores do Sertão Oeste de Minas Gerais -- século XVIII. São Paulo: Annablume. p. 179-200. ISBN 9788574198460 

Referências

  1. a b Amandina, 2008, pág. 179
  2. Martins, Tarcísio José (11 de fevereiro de 2008). OS ÍNDIOS ARAXÁS DO TRIÂNGULO EXISTIRAM? «Os Índios Araxás do Triângulo Existiram?» Verifique valor |url= (ajuda). Consultado em 2 de junho de 2014 
  3. «Inácio Correia Pamplona - Expedição de 1769». 7 de setembro de 2008. Consultado em 2 de junho de 2014 
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