Ibitinga – Wikipédia, a enciclopédia livre

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Estância Turística de Ibitinga
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Estância Turística de Ibitinga
Bandeira
Brasão de armas de Estância Turística de Ibitinga
Brasão de armas
Hino
Gentílico ibitinguense
Localização
Localização da Estância Turística de Ibitinga em São Paulo
Localização da Estância Turística de Ibitinga em São Paulo
Localização da Estância Turística de Ibitinga em São Paulo
Estância Turística de Ibitinga está localizado em: Brasil
Estância Turística de Ibitinga
Localização da Estância Turística de Ibitinga no Brasil
Mapa
Mapa da Estância Turística de Ibitinga
Coordenadas 21° 45' 28" S 48° 49' 44" O
País Brasil
Unidade federativa São Paulo
Municípios limítrofes Itápolis, Tabatinga, Nova Europa, Boa Esperança do Sul, Bariri, Itaju, Iacanga, Borborema
Distância até a capital 360 km
História
Fundação 1866 (158 anos)
Emancipação 1890
Administração
Prefeito(a) Cristina Maria Kalil Arantes (MDB, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [1] 689,391 km²
População total (estimativa IBGE/2021[2]) 61 150 hab.
Densidade 88,7 hab./km²
Clima tropical (Aw)
Altitude 491 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 14940-001 até 14949-999
Indicadores
IDH (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento/2010[3]) 0,747 alto
PIB (IBGE/2008[4]) R$ 623 092,882 mil
PIB per capita (IBGE/2008[4]) R$ 11 849,93

Ibitinga é um município do estado de São Paulo, no Brasil. Localiza-se a uma latitude 21º45'28" sul e a uma longitude 48º49'44" oeste, estando a uma altitude de 491 metros. Possui uma área de 689,391 km² e sua população foi estimada em 61 150[2] habitantes, conforme dados do IBGE de 2021. O município é formado pela sede e pelo distrito de Cambaratiba[5][6] distante 27 km no sentido Iacanga, às margens da Usina Hidrelétrica de Ibitinga.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Do tupi yby (terra), + ting (branco, claro) + o sufixo -a, formando o que na gramática do tupi é conhecido como uma composição atributiva. O -a ao final é o sufixo substantivador, e não faz parte do adjetivo ting.

A origem do nome "Ibitinga" é tupi antiga, significando "terra branca" ou "terra clara" através da composição dos termos yby ("terra"), ting ("branco") e -a (sufixo substantivador).[7]

Estância turística[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Estância turística (São Paulo)

Ibitinga está localizado a 358 quilômetros de São Paulo. É considerada a "Capital Nacional do Bordado", e atrai milhares de visitantes para suas diversas lojas. Muitos vão até a cidade para comprar artigos de cama, mesa e banho. A indústria e o comércio de bordados são os grandes responsáveis pelo desenvolvimento econômico local nos últimos anos.

Ibitinga é um dos 29 municípios paulistas considerados estâncias turísticas pelo Estado de São Paulo, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por lei estadual. Tal status garante, a esses municípios, uma verba maior por parte do estado para a promoção do turismo regional. O município também adquire o direito de agregar, junto ao seu nome, o título de "estância turística", expressão pela qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais.

A cidade dispõe de uma boa infraestrutura e serviços turísticos, entre eles a Festa do Padroeiro Senhor Bom Jesus, que é realizada anualmente no mês de agosto.

O Corpus Christi em Ibitinga é celebrado de forma diferente. Os fiéis da cidade preparam tapetes feitos de tecidos bordados. Eles são colocados no espaço de 10 quarteirões na região da Igreja Matriz, por onde passa a procissão. O evento é realizado há mais de 35 anos na cidade e em média 50 mil pessoas prestigiam a festa a cada ano. Todos os anos, a população doa produtos, como roupas de cama, mesa e banho, que são bordados pelas bordadeiras da cidade. Além disso, muitos voluntários ajudam na montagem dos tapetes.[8]

Há, também, a encenação ao vivo das "15 Estações da Via Sacra", com coreografia e cenários próprios da época. Os atores seguem fielmente o texto bíblico, para incrementar o turismo na cidade de Ibitinga. A apresentação oficial é realizada na semana da Páscoa, sendo considerado um dos principais espetáculos do gênero.

O Museu Duilio Galli é outro lugar para se visitar na cidade. Neste local, é possível observar cerca de 128 obras, como: pinturas a óleo, gravuras, desenhos, serigrafias e esculturas acadêmicas, impressionistas e primitivas (essas obras são dos artistas: Tarsila do Amaral, Alfredo Volpi, Vinicius Pradella e Aldemir Martins).[9]

Ibitinga está localizada no centro geográfico do estado de São Paulo: o Vale do Médio Tietê.

Os recursos naturais são abundantes, com área de rara beleza, sendo banhada pelos rios Tietê, Jacaré-Pepira, Jacaré-Guaçu, São Lourenço, São João e Ribeirão dos Porcos. Assim, o município se destaca também em seu sistema fluvial.

O Rio Tietê conserva suas águas despoluídas e abriga a Usina Hidrelétrica de Ibitinga, que, através do canal da eclusa, integra a importante Hidrovia Tietê-Paraná. O Gasoduto Bolívia-Brasil também passa por aqui. O rio Jacaré-Pepira detém o título de rio mais limpo e preservado do Estado. Nele, está localizado o Pantaninho – reserva pantanosa com similaridade ímpar, tanto na fauna quanto na flora, ao Pantanal Mato-grossense.

Outras atrações de Ibitinga são: a prática dos voos panorâmicos de trike sobre o Pantanal Paulista, Eclusa e Encontro das Águas, e o passeio aéreo no Aeroclube de Ibitinga. Recomenda-se o passeio às Eclusas de Barra Bonita e Ibitinga. Neste local, o turista irá se encantar com as águas calmas e limpas do Rio Tietê, em um maravilhoso cruzeiro pelas regiões.

História[editar | editar código-fonte]

Até a chegada da cultura do café no oeste da província de São Paulo no século XIX, a região era ocupada pelos caingangues.[10]

Em 1842, aconteceu, em Minas Gerais, a Revolução Liberal, que veio a ser controlada pelas forças do Império do Brasil. Os fatos forçaram muitas famílias mineiras a procurarem novas terras. Esta é uma das teorias para explicar a migração para o interior paulista; outros historiadores acreditam que a decadência da mineração do ouro seja o motivo.

Foi no final desse ano que as famílias mineiras Landim e de Pedro Alves de Oliveira (Velho Amaro) chegaram à região de "Campos de Araraquara", de onde "os Amaro" partiram para o norte e fundaram a cidade de Boa Vista das Pedras, mais tarde conhecida como Itápolis.

"Os Landim" rumaram para o sul e se estabeleceram na cachoeira de Wamicanga, povoado que foi quase dizimado pela febre palustre e por ataques indígenas. Partiram então em direção ao nordeste até chegarem na confluência dos córregos Saltinho e São Joaquim, terra que foi dividida entre o clã, para que fosse melhor cultivada.

A Miguel Landim, coube a região entre o Córrego São Joaquim e o Córrego Água Quente, onde foi formado o povoado da "Capela da Água Quente" (ou "Vila do Senhor Bom Jesus de Ibitinga"), sendo que o ano provável da fundação é 1860.[7]

No dia 3 de outubro de 1870, Miguel Landim e sua esposa Ana Custódio de Jesus doaram, à Mitra Diocesana, o patrimônio onde se formou a Vila de Ibitinga.

Em 1885, por Lei provincial de número 105, Ibitinga foi elevada à categoria de distrito de paz e, em 4 de julho de 1890, por força da Lei de número 66, assinada pelo então governador Prudente de Moraes Barros, teve a sua emancipação político-administrativa.

Em 1987, o município tornou-se área de proteção ambiental.

Em 1992, de acordo com a Lei nº 8.199, o município foi elevado ao título de estância turística.

Em 2019, Ibitinga foi a primeira cidade da microrregião a alterar seu Código de Endereçamento Postal geral 14940-000 para os de logradouros recebendo as faixas de 14940-001 até 14949-999. Essa nova codificação facilita a localização de endereços, beneficiando moradores e empresas que prestam serviços na cidade.[11]

Geografia[editar | editar código-fonte]

Clima[editar | editar código-fonte]

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), a temperatura mínima registrada em Ibitinga foi de 1,5 ºC, ocorrida no dia 28 de junho de 2011, enquanto que a máxima foi de 38,6 ºC, observada em 8 de dezembro de 2012. No dia 30 de setembro de 2020 foi registrada nova temperatura máxima absoluta de 41,7 ºC. O maior acumulado de chuva registrado na cidade em 24 horas foi de 204,0 mm, no dia 9 de janeiro de 1988. O menor índice de umidade relativa do ar foi de 9%, em 28 de outubro de 2014,[12] o menor do Brasil naquele dia.[13]

Hidrografia[editar | editar código-fonte]

Transporte[editar | editar código-fonte]

  • Aeroporto asfaltado

Rodovias[editar | editar código-fonte]

Infraestrutura[editar | editar código-fonte]

Comunicações[editar | editar código-fonte]

A cidade foi atendida pela Companhia Telefônica Brasileira (CTB) até 1973, quando passou a ser atendida pela Telecomunicações de São Paulo (TELESP), que inaugurou a central telefônica utilizada até os dias atuais. Em 1998 esta empresa foi vendida para a Telefônica, que em 2012 adotou a marca Vivo para suas operações de telefonia fixa[14].

Administração[editar | editar código-fonte]

Economia[editar | editar código-fonte]

Ibitinga é considerada a Capital Nacional do Bordado, produto base de toda a economia do município. Sua indústria é quase que totalmente voltada a essa área da indústria têxtil. O turismo comercial é uma das principais fontes de renda de Ibitinga, juntamente com as exportações do seu principal produto e a agropecuária, onde se destacam as culturas de laranja e cana-de-açúcar.

Esportes[editar | editar código-fonte]

Ibitinga tem vários destaques no esporte, como o Esporte Clube Rio Branco, que foi campeão paulista da série A3 de 1970, e o time de futsal da cidade, que foi campeão da Copa TV Modelo de Futsal (atual TV TEM Bauru) em 2001 e da Copa Record de Futsal Masculino Série Prata de 2011 organizada pela TV Record Paulista. Individualmente, Ibitinga tem, como destaques: os irmãos futebolistas Inácio Piá e Joelson José Inácio, atualmente no futebol italiano; Léia Silva, uma das líberos da seleção brasileira de voleibol feminino, que disputou as Olimpíadas do Rio 2016; e o alpinista Rodrigo Raineri, conhecido como o único brasileiro a escalar três vezes, com sucesso, a mesma face do monte Everest, e a temível Face Sul do Monte Aconcágua, uma das mais difíceis do mundo.

Religião[editar | editar código-fonte]

Igreja Católica[editar | editar código-fonte]

O município pertence à Diocese de São Carlos.

Personalidades[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de número cinco (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  2. a b «Estimativa populacional 2021 IBGE». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 2021. Consultado em 3 de setembro de 2021 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. 2010. Consultado em 7 de setembro de 2016 
  4. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  5. «Municípios e Distritos do Estado de São Paulo» (PDF). IGC - Instituto Geográfico e Cartográfico 
  6. «Divisão Territorial do Brasil». IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
  7. a b NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 566.
  8. https://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/ibitinga-realiza-tradicional-procissao-de-corpus-christi-com-tapetes-bordados.ghtml |acessodata=9 de janeiro de 2019
  9. https://www.guiadoturismobrasil.com/cidade/SP/84/ibitinga
  10. BUENO, E. Brasil: uma história. 2ª edição. São Paulo. Ática. 2003. p. 282.
  11. https://www.portalternurafm.com.br/noticias/ibitinga/correios-implantara-cep-por-logradouro-em-ibitinga-sp-a-partir-de-hoje-04/47579
  12. Sistema de Monitoramento Agrometeorológico (Agritempo). «Dados Meteorológicos - São Paulo». Consultado em 21 de dezembro de 2012 
  13. Terra (29 de outubro de 2014). «Com 9% de umidade, cidade paulista é a mais seca do Brasil». Consultado em 29 de outubro de 2014 
  14. «Área de atuação da Telesp em São Paulo». Página Oficial da Telesp (arquivada) 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]