Home office – Wikipédia, a enciclopédia livre

Home office hoje em dia
Imagem de exemplo

Home office ou escritório em casa, também chamado de trabalho remoto, trabalho à distância ou teletrabalho, é uma tendência mundial que a cada ano ganha mais adeptos. Basicamente, trata-se de permitir que o colaborador trabalhe de qualquer lugar.[1] Desde o inicio da pandemia provocada pela COVID-19 se tornou uma tendência mundial para tentar diminuir os impactos financeiros causado. O home office trata-se de permitir que uma pessoa tenha a possibilidade de trabalhar de qualquer lugar, desde que tenha a disposição de algumas ferramentas para seu trabalho, como computador com conexão à internet. É possível trabalhar home office a partir de três tipos de arranjo: sendo funcionário de uma empresa[2] (modalidade chamada de teletrabalho), sendo freelancer (trabalhando por projetos avulsos) ou como empresário de uma empresa home based (que tem sua sede em uma residência). Com a expansão das redes de comunicação e a popularização dos dispositivos portáteis como laptops, smartphones e tablets, este tipo de trabalho atravessou as paredes da casa e ganhou o mundo, permitindo que atividades sejam realizadas de qualquer lugar onde exista um sinal de internet disponível.[3][4]

Histórico[editar | editar código-fonte]

Trabalhar em casa não é uma ideia nova. Já nos burgos da Idade Média, a loja ou oficina ficava no térreo e a casa no andar de cima (ou nos fundos). E esta fórmula funcionou muito bem até o século XIX, quando a Revolução Industrial levou os trabalhadores para as fábricas.[carece de fontes?]

Foi nos Estados Unidos em 1857 que o processo de home office começou a dar seus primeiros passos por conta das tarefas sendo desenvolvidas com o apoio de um telégrafo, sistema utilizado para transmissão e recepção de mensagens. Para atender as funções de um operador, o próprio(a) não tinha necessidade de estar presente no local para executar as demandas. O mais importante era construir uma infraestrutura para compartilhar as mensagens. O termo teletrabalho começou a ganhar força na década de 1970 por conta da crise do petróleo, atingindo profundamente a economia mundial da época. Os custos para deslocamento prejudicavam as finanças da empresa, portanto as empresas começaram a adotar o trabalho em casa para seus colaboradores como uma solução mais econômica que a época exigia.

Nos anos 2000, no modernismo funcional, a dinâmica foi simplificada. O trabalhador saía da sua garagem na zona residencial para trabalhar na área comercial. Com o trânsito que havia naquela época, isso ainda era possível. Com as cidades apinhadas, o contexto mudou. Em levantamento feito pelo IBOPE (2008), 63% dos paulistanos gastam até três horas nos deslocamentos para o trabalho, escola ou universidade.[1][carece de fontes?]

Em 1980, Alvin Toffler já profetizava em seu best-sellerA Terceira Onda” que a tecnologia permitiria que as pessoas voltassem a trabalhar de casa. Dito e feito. Com o fim da era industrial e o início da era da informação, da valorização dos serviços, da criatividade e da produtividade (que alguns chamam de “quarta onda”), trabalhar em casa passou a ser uma tendência. O home office já era realidade para 58 milhões de pessoas no mundo todo em 2011, segundo dados do IDC (International Data Corporation/projeção para 2011). No Brasil, estatísticas garantem que 4,5 milhões de pessoas trabalhavam dentro de um modelo de Home Office (Jornal Nacional/2009), um número que aumenta 10% ao ano. E segundo previsões para 2015, cerca de 30% das pessoas em todo o mundo vão trabalhar pelo menos uma vez por semana de casa ou de outro local fora da empresa (Época Negócios/49).[4]

Co-working[editar | editar código-fonte]

Assim como o home office, o co-working também é uma tendência mundial no universo trabalhista. Essa modalidade vem crescendo ano a ano e ganhando muitos adeptos ao redor do mundo.

Mas enquanto o teletrabalho tem como principal característica o isolamento, já que o profissional atua sozinho de forma remota, o co-working propõe um modelo de trabalho onde os profissionais compartilham o mesmo ambiente de forma presencial.

Dessa forma, essa modalidade incentiva o compartilhamento de ideias e a colaboração, permitindo ao profissional estabelecer ou aumentar a sua rede de contatos (network). Uma característica do co-working é que ele reúne, no mesmo espaço, pessoas com profissões e perfis diferentes.

Isso porque esses ambientes compartilhados, conhecidos como “Espaços de Co-working” podem agregar, simultaneamente, profissionais de áreas distintas e ligados a diferentes empresas.

De certo modo, um co-working funciona como um escritório físico, fora das dependências de uma empresa. Ainda, pode ser entendido como um local ou companhia que reúne a estrutura necessária para abrigar profissionais de outras organizações.

Vale destacar que existem co-workings pagos ou gratuitos, basta pesquisar e, com certeza, você encontrará um espaço colaborativo onde poderá desenvolver seus projetos, trabalhar, conhecer outros profissionais e até firmar parcerias.[1]

Home office e a pandemia da Covid-19[editar | editar código-fonte]

Desde que a Organização Mundial da Saúde declarou Covid-19 uma pandemia, o mercado de trabalho mundial foi forçado a passar por uma revolução de todos seus sistemas e condutas impostas, o home office foi uma das grandes estratégias adotadas para o mercado sustentar a crise provocada pela pandemia. Atualmente, as empresas, observam o home office como algo extremamente normal e necessário para sua sobrevivência, somente as posições que não conseguem se situar nessa nova logica de emprego remoto ficam de fora dessa revolução.

Houve grandes dificuldades na implantação do home office, como por exemplo o uso de novas ferramentas para comunicação, que muitas vezes eram desconhecidas pelos usuários; assim como a utilização de novas ferramentas para que os funcionários tenham acesso aos ambientes virtuais de suas empresas. Além disso, poucas empresas ofereceram suporte material aos funcionário para implementação do Home Office.[5]

Porém, o teletrabalho também possui pontos positivos. De acordo com uma pesquisa realizada pelo instituto Ipsos, 49% dos empregados e 55% dos desempregados preferem trabalhar de casa. Os motivos para essa estatística são diversos: horário mais flexível, passar mais tempo perto da família, renda extra, evitar o trânsito diário até o local de trabalho, etc.

Em outra pesquisa realizada pela OWL Labs, os resultados mostram que, mesmo que se trabalhe mais, 71% dos entrevistados confirmaram estar mais felizes no novo modelo de trabalho. Além disso, uma pesquisa realizada pela Pulses mostrou que 78% dos brasileiros se sentem mais produtivos trabalhando remotamente.[6]

O surto do coronavírus tornou-se uma grande perturbação para faculdades e universidades em todo o país, com a maioria das instituições cancelando aulas presenciais e passando para instruções somente on-line. Com o uso de ferramentas de teleconferência de alta tecnologia, especialmente na atual conjuntura, onde muitas escolas permanecem fechadas por conta da Pandemia da COVID-19, em diferentes ambientes educacionais, ainda há uma notável falta de pesquisa para demonstrar o uso atual da videoconferência no ensino superior de países em desenvolvimento e desenvolvido.[7]

Home office no pós-pandemia[editar | editar código-fonte]

De acordo com um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), 30% das empresas pretendem adotar o home office mesmo após a pandemia do coronavírus,[8] além disso este mesmo estudo mostrou que 54% dos profissionais tem em mente sollicitar aos chefes que continuem trabalhando remotamente.

Segundo a visão do coordenador do MBA de marketing e inteligência de negócios digitais da FGV, André Miceli, o home office pode ter um crescimento de até 30% a o partir do fim da pandemia e na prática envolverá 80% das empresas do Brasil. Nas palavras dele: “Entre as mudanças que a pandemia acelerou no mercado, o home office é mais notável porque ele foi onipresente. Esse experimento forçado acabou com as barreiras culturais que as empresas tinham. Acredito que o que deve acabar prevalecendo é o modelo híbrido. Minha aposta é que o home office fique entre dois e três dias por semana”.[9]

Miceli também afirma que esse modelo de trabalho não deve funcionar integralmente para a maioria dos setores, principalmente pelos seres humanos precisarem de interação e por ser desafiador para as empresas estimularem um senso de pertencimento para os seus funcionários à distância.[10]

Uma outra pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Administração (FIA) mostrou que 94% das empresas brasileiras aprovaram os resultados gerados pelo home office, mas que mesmo assim, 70% delas pretendem encerrar ou reduzir a pratica para 25% dos funcionário após a pandemia. Esta decisão se mostra contrária a percepção dos trabalhadores, uma vez que uma pesquisa pararela realizada também pela FIA, mostra que 70% dos profissionais gostariam de permanecer traballhando remotamente, em período integral ou parcial.[11]

Home office no Brasil[editar | editar código-fonte]

O Brasil dispõe de uma frota de 77 milhões de veículos[12] trafegando pelas cidades, (em 2000 eram 29,5 milhões), uma estrutura aeroportuária defasada, estradas em condições precárias de tráfego, pessoas morando cada vez mais longe do trabalho e alguns dos metros quadrados comerciais mais caros do mundo. É o terceiro país do mundo onde mais cresce o home office.[13]

O modelo de trabalho remoto chegou ao Brasil recentemente,[quando?] na bagagem das empresas multinacionais e embalado como benefício no pacote de horários flexíveis. Hoje, já é uma solução adotada por 31,2% das empresas brasileiras.[14] Dados do Censo 2010 mostram que cerca de 20 milhões de brasileiros trabalham e moram no mesmo endereço. A proporção é de quase um quarto da mão de obra ocupada do país. A pesquisa revela ainda que 1,5 milhão de paulistanos trabalham em casa (o equivalente a 27% dos que têm ocupação). Porém, estas estatísticas incluem todos os trabalhadores que executam suas atividades no local de moradia: artesãos, porteiros, manicures, cabeleireiros, mecânicos, etc. Dentre os 20 milhões, o número preciso de tele trabalhadores ainda não foi mensurado.[carece de fontes?]

Para acompanhar tamanho crescimento, a CLT brasileira teve que se adaptar. A Lei 12.551, assinada em 2011, passou a garantir direitos iguais para trabalhadores remotos e locados nas empresas. Isso mostra que o home office no Brasil deixou de ser tendência e passou a ser realidade[3]

Vantagens[editar | editar código-fonte]

Flexibilidade, ausência de engarrafamentos e ônibus lotados, mais tempo para lazer, prática de esportes, poder curtir os amigos e a família, participar da educação dos filhos, ter uma alimentação mais saudável, entre outras vantagens fazem do escritório em casa uma ótima opção para os novos tempos.[4]

Depois da ascensão da internet podemos dizer que o mundo mudou, e nos não podemos ficar de fora, para trabalhar em casa você pode escolher fazer alguns cursos sobre trabalho home office, sem precisar vender nada, prestando serviços pela internet, ou até partindo pra um nível mais avançado de marketing digital e montar seu negócio pela internet de forma muito mais barata que o convencional, em muitos casos ate mesmo de graça.

O relatório State of Remote Work de 2023 destaca as experiências de 3.000 trabalhadores remotos de todo o mundo. 98% dos entrevistados gostariam de trabalhar remotamente, pelo menos parte do tempo, pelo resto de suas carreira. Outros 98% recomendariam o trabalho remoto a outras pessoas. No geral, 91% dos entrevistados relatam ter uma experiência positiva com o trabalho remoto. Apenas 1% disse que sua experiência de trabalho remoto foi negativa e os 8% restantes foram neutros.[15]

A flexibilidade continua sendo o principal benefício do trabalho remoto. Conforme os entrevistados, 22% dizem que o maior benefício do trabalho remoto é a flexibilidade na forma como gastam seu tempo, para 19% é a flexibilidade de onde escolhem morar e para 13% é a flexibilidade de escolher o local de trabalho.

Outras vantagens que podem ser observadas pelos especialistas sobre o home office são:

  1. Trabalhador não precisa se deslocar até a empresa, o que significa economia para o funcionário e, às vezes, até para o empregador
  2. Tempo antes desperdiçado em deslocamento pode ser convertido em proximidade com a família, qualificação ou em exercícios físicos
  3. Economia em roupas
  4. Empresa pode diminuir o espaço antes mantido para comportar o quadro de funcionários
  5. Com menos pessoas e carros circulando, diminui a poluição[16]

Desvantagens[editar | editar código-fonte]

  1. Para quem a disciplina não é um forte, será preciso começar a praticar a organização e o foco total nas atividades
  2. Misturar a vida pessoal e a vida profissional. Não conseguir distinguir a hora de trabalhar e a hora de ficar em casa tranquilo preocupa porque pode parecer que se está sempre envolvido com o trabalho
  3. Tendência de isolamento social. Para quem mora sozinho, o home office pode despertar um lado mais antissocial
  4. Dificuldades tecnológicas, como conexão de internet mais lenta
  5. Menos cuidado com a postura, o que pode acarretar problemas de saúde[16]

Economia pública[editar | editar código-fonte]

A instituição do home office para servidores públicos durante a pandemia de coronavírus gerou economia de aproximadamente R$ 3 bilhões para o governo federal em 2020. Houve redução nos gastos com água, energia elétrica, copa e cozinha, passagens aéreas e diárias, telefonia e vigilância.

De acordo com informações da Folha de S.Paulo, a estimativa de economia é de Bruno Funchal, secretário do Tesouro Nacional. Pesquisas feitas pelo governo ao longo de 2020 indicam que 50% dos servidores aderiram ao trabalho remoto, sem considerar as instituições federais de ensino.

A estimativa leva em conta os resultados do primeiro semestre do ano passado, que registrou redução de R$ 1,37 bilhão dos custos de funcionamento do Executivo. No período, a redução com gastos com diárias e passagens foi de 42% em comparação ao primeiro semestre de 2019. Economia ainda de 41% em serviços de copa e cozinha, 17% em telefonia e 11% em água, esgoto, energia, elétrica e gás.

Os cálculos não consideram o Ministério da Saúde, que ampliou seus gastos devido à pandemia. No primeiro semestre, a pasta ampliou em 76% as despesas com materiais de consumo, 41% com apoio administrativo em 28% os serviços terceirizados.[17]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Solides (20 de fevereiro de 2017). «Home office: o que é e como implementar na sua empresa?». Blog Solides. Consultado em 14 de abril de 2021 
  2. Tatiana Vaz (11 de abril de 2017). «Amazon abrirá 5.000 vagas para trabalho home office em 2018». Exame. Consultado em 15 de abril de 2017. Cópia arquivada em 15 de abril de 2017 
  3. a b BRIK, Marina; BRIK, André. "Trabalho Portátil: Produtividade, economia e qualidade de vida no home office das empresas". 1. ed. Curitiba: Ed. do autor, 2013. 188 p.
  4. a b c BRIK, Marina; BRIK, André. "As 100 Dicas do Home Office: Um guia básico para montar e manter seu escritório em casa". 1 ed. Curitiba: Ed. do autor, 2011. 64 p.
  5. «Home office foi adotado por 46% das empresas durante a pandemia». Agência Brasil. 28 de julho de 2020. Consultado em 12 de abril de 2021 
  6. «7 estatísticas home office mais relevantes para 2021 | Oberlo». www.oberlo.com.br. 2 de fevereiro de 2021. Consultado em 9 de abril de 2021 
  7. Khatib, Ahmed Sameer El; Chizzotti, Antonio (19 de novembro de 2020). «Aulas por videoconferência: uma solução para o distanciamento social provocado pela Covid-19 ou um grande problema?». Revista EDaPECI (3): 26–45. ISSN 2176-171X. doi:10.29276/redapeci.2020.20.314031.26-45. Consultado em 6 de junho de 2023 
  8. «Estudos indicam mais home office depois da pandemia». VAGAS Profissões. 1 de junho de 2020. Consultado em 12 de abril de 2021 
  9. Miceli, André. «Citação André Miceli» 
  10. Sena, Victor. «Afinal, qual será o tamanho do home office no pós-pandemia? Depende» 
  11. «94% das firmas aprovam home office, mas 70% vão encerrar ou manter em parte». economia.uol.com.br. Consultado em 12 de abril de 2021 
  12. Ministério das Cidades, DENATRAN, RENAVAM (fev/2013)
  13. Pesquisa Robert Half Recrutamento (set/2012)
  14. Pesquisa Hays publicada na Revista Você RH (jan/2012)
  15. Breda, Publicado por Marcia (27 de fevereiro de 2023). «Resultado da pesquisa State of Remote Work 2023». Adoro Home. Consultado em 27 de junho de 2023 
  16. a b «5 vantagens e 5 desvantagens do home office». GZH. 12 de abril de 2020. Consultado em 14 de abril de 2021 
  17. Line, A. TARDE On. «Governo economizou R$ 3 bilhões com trabalho home office». Portal A TARDE. Consultado em 14 de abril de 2021