Guilherme I, Eleitor de Hesse – Wikipédia, a enciclopédia livre

Guilherme I
Eleitor de Hesse-Cassel
Guilherme I, Eleitor de Hesse
Guilherme I
Conde de Hesse-Kassel
Reinado 31 de outubro de 1785 - 1803
Consorte Guilhermina Carolina da Dinamarca
Antecessor(a) Frederico II
Sucessor(a) Ele mesmo (Como Eleitor de Hesse)
Eleitor de Hesse
Reinado 1803 - 27 de fevereiro de 1821
Predecessor(a) Ele mesmo (como Conde de Hesse-Kassel)
Sucessor(a) Guilherme II
 
Nascimento 3 de junho de 1743
Morte 27 de fevereiro de 1821 (77 anos)
Pai Frederico II de Hesse-Cassel
Mãe Maria da Grã-Bretanha
Filho(s) Maria Frederica de Hesse-Cassel
Carolina Amália de Hesse-Cassel
Frederico de Hesse-Cassel
Guilherme II de Hesse-Cassel
Descendência ilegitima

Guilherme I de Hesse (3 de junho de 1743 - 27 de fevereiro de 1821) foi o primeiro príncipe-eleitor de Hesse, governando entre 1785 e 1821.

Família[editar | editar código-fonte]

Guilherme era o segundo filho, mas primeiro sobrevivente do conde Frederico II de Hesse-Cassel e a princesa Maria da Grã-Bretanha. Os seus avós paternos eram o conde Guilherme VIII de Hesse-Cassel e a duquesa Doroteia Guilhermina de Saxe-Zeitz. Os seus avós maternos eram o rei Jorge II da Grã-Bretanha e a marquesa Carolina de Ansbach.[1]

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

Guilherme nasceu em Kassel, na região de Hesse. O seu pai, o conde Frederico II tinha deixado a família em 1747 para se converter ao catolicismo e, em 1755, terminou formalmente o casamento com a sua mãe, a princesa Maria. O seu avô, o conde Guilherme, ofereceu o principado de Hanau à sua nora e netos e Guilherme tornou-se tecnicamente príncipe reinante, embora tivesse a sua mãe como regente. O jovem príncipe Guilherme, juntamente com os seus dois irmãos mais novas, passaram a viver apenas com a mãe em 1747, sendo acolhidos pelos seus parentes protestantes na Dinamarca onde a sua mãe cuidou dos filhos da sua falecida irmã, a princesa Luísa da Grã-Bretanha.

Casamento[editar | editar código-fonte]

Guilherme de Hanau casou-se a 1 de setembro de 1764 no Palácio de Christiansborg com a sua prima direita, a princesa Guilhermina Carolina da Dinamarca, segunda filha do rei Frederico V da Dinamarca. O casal permaneceu na Dinamarca até 1785, quando Guilherme herdou Hesse-Cassel do pai. Além deste, Guilherme tinha também herdado o principado de Hanau a sul de Hesse, perto de Frankfurt, sucedendo aos recém-extintos príncipes, visto que a população não queria um governante católico.

O seu irmão mais novo, Carlos, seguiu o seu exemplo e casou-se em 1766 com outra das suas primas dinamarquesas, Luísa.

Reinado[editar | editar código-fonte]

Após a morte do seu pai, tornou-se o conde Guilherme IX de Hesse-Cassel a 31 de outubro de 1785 e, como tal, herdou uma das maiores fortunas da Europa na época.

Devido em parte à riqueza do seu estado, Guilherme é conhecido principalmente por ter sido um dos primeiros investidores de Mayer Amschel Rothschild que se tornaria o fundador dos bancos Rothschild, o negócio de família com mais sucesso da História. Apesar de o conhecer desde 1775, Guilherme apenas o tornou fiscal da corte em 1801.

As primeiras fortunas da família Rothschild apareceram através de um conjunto de inteligência financeira e da riqueza do príncipe Guilherme. Em 1785, o conde de Hesse-Cassel morreu, deixando a sua imensa fortuna (em grande parte conseguida através do aluguer de soldados à Grã-Bretanha durante a Revolução Americana) ao seu filho mais velho. Durante as guerras napoleónicas, Guilherme achou necessário esconder a sua fortuna de Napoleão recorrendo à sua ligação aos Rothschilds de Frankfurt. O dinheiro chegou às mãos de Nathan Mayer Rothschild em Londres onde ajudou a financiar os movimentos militares britânicos em Portugal e Espanha. Os juros ganhos com este dinheiro deram grandes lucros aos barões do banco que o usaram para fazer as suas fortunas crescer rapidamente juntamente com o seu prestígio na Europa e na Grã-Bretanha. Não demorou até às suas fortunas se tornarem maiores do que às do seu mecenas.

Em 1803, o conde Guilherme tornou-se príncipe-eleitor de Hesse, mas em 1806 o seu eleitorado foi anexado pelo reino de Vestfália, governado por Jérôme Bonaparte. Guilherme fugiu para a Dinamarca com a família e viveu lá em exílio até os franceses serem expulsos da Alemanha. Após a derrota dos exércitos de Napoleão na Batalha de Leipzig, regressou ao trono em 1813 e governou até à sua morte em 1821. No Congresso de Viena, tinha como ambição ser reconhecido como rei como outros príncipes-eleitores (os seus apoiadores chegaram mesmo a cunhar moedas com o título de rei de Catos para Guilherme), mas o seu pedido não foi aprovado porque o seu principado não tinha sido eleitorado durante nenhuma das eleições imperiais.

Descendência[editar | editar código-fonte]

Com a sua esposa teve os seguintes filhos:

Guilherme teve várias amantes e pelo menos vinte filhos ilegítimos reconhecidos, entre os quais:

Com a sua amante Carlota Cristina Buissine:

  • Guilherme de Heimrod (1775–1811)
  • Carlos de Heimrod (1776–1827)
  • Frederico de Heimrod (n. & m. 1777)
  • Frederico de Heimrod (1778–1813)

Com a sua amante Rosa Doroteia Ritter:

  • Guilherme Carlos de Hanau (1779–1856)
  • Jorge Guilherme de Hanau (1781–1813)
  • Filipe Ludway de Hanau (1782–1843)
  • Guilhermina de Hanau (1783–1866)
  • Moritz de Hanau (1784–1812)
  • Maria Sofia de Hanau (1785–1865)
  • Júlio Henrique de Hanau (1786–1853)
  • Otão de Hanau (1788–1791)

Com a sua amante Carolina de Schlotheim:

  • Guilherme Frederico de Hessenstein (1789–1790)
  • Guilherme Carlos de Hessenstein (1790–1867)
  • Ferdinando de Hessenstein (1791–1794)
  • Carolina de Hessenstein (1792–1797)
  • Augusta de Hessenstein (1793–1795)
  • Luís Carlos de Hessenstein (1794–1857)
  • Frederico de Hessenstein (1795–1855)
  • Guilherme Luís (1800–1836)
  • Frederico Luís (1803–1805)
  • Carolina de Hessenstein (1804–1891)

Referências