Guerra contra o narcotráfico no México – Wikipédia, a enciclopédia livre

Guerra ao narcotráfico
Guerra contra as drogas

Territórios das Organizações Criminosas em Setembro de 2020
  Guerreiros Unidos
  Cartel do Nordeste
  Força Anti-Sindical
Data 11 de dezembro de 2006 - presente
Local Território mexicano
Situação Em curso
Beligerantes
 México

 Estados Unidos

 Colômbia

Cartel de Sinaloa Los Zetas
Comandantes
México Felipe Calderón Hinojosa
México Enrique Peña Nieto
México Andres Manuel Lopez Obrador
Forças
 México
  • 260 000 soldados
  • 35 000 policiais
+100 000 +100 000
Baixas totais:
41 034 mortos em conflitos de guerra entre as partes identificadas (2006 a 2019)[1] (350 000–400 000 mortos por homicídios pelo crime organizado de 2006 a 2021)[2]
60 000+ desaparecidos[3]
Soldados do Exército mexicano confrontando integrantes de cartéis de drogas em Michoacán, agosto de 2007.

Guerra contra o narcotráfico no México é um conflito armado entre cartéis[4] de drogas ilegais pelo controle regional e contra as forças armadas do governo mexicano e milícias locais (os vigilantes). Desde 2006, quando a intervenção militar mexicana em larga escala começou, o governo central se dispôs a acabar com a violência relacionada ao narcotráfico.[5] Além disso, um dos principais objetivos seria desmantelar os grupos de traficantes e não necessariamente deter o processo de venda de entorpecentes, que é deixado a cargo dos agentes policiais estadunidenses na fronteira.[6]

Apesar dos cartéis mexicanos de drogas, ou outras organizações criminosas de traficantes, existirem há décadas, eles se tornaram mais poderosos devido ao enfraquecimento dos cartéis colômbianos de Cali e Medellín na década de 90. Os traficantes mexicanos agora dominam a venda de entorpecentes no atacado e, segundo relatórios, em 2007 era responsável por 90% da cocaína que entrava nos Estados Unidos.[7][8]

A prisão de líderes de algumas das principais organizações criminosas mexicanas, particularmente dos cartéis de Tijuana e do Golfo, descentralizou o comando das transações de drogas e aumentou o surgimento de diversas grupos que lutaram entre si pelo controle dos pontos de venda e, principalmente, dos pontos de distribuição de drogas, especialmente para os Estados Unidos.[9][10][11]

Segundo analistas, as vendas no atacado de drogas ilícitas feitas por cartéis mexicanos geram um lucro estimado de US$13,6 bilhões[7] a quase US$49,4 bilhões de dólares anuais.[7][12][13]

Ao fim da administração do presidente Felipe Calderón (2006–2012), foi estimado que ao menos 60 000 pessoas morreram na guerra às drogas no México.[14] Contudo, alguns indicadores afirmam que o número de homicídios pode chegar a mais de 100 000 pessoas, se somar as que estão desaparecidas (e provavelmente mortas).[15]

Nos últimos anos, a situação no México vem se deteriorando. O número de mortos aumentou consideravelmente e a violência perpetrada pelos cartéis piorou. Em 2014, milícias populares surgiram em algumas cidades mexicanas (especialmente no estado de Michoacán) para combater os cartéis que, segundo eles, brutalizavam a população. Acusando a polícia e o governo de serem tremendamente corruptos, eles buscavam fazer justiça "com as próprias mãos". O governo do México enviou tropas federais e a violência na região se intensificou consideravelmente.[16][17]

Perseguição política[editar | editar código-fonte]

Jornalistas tem sido massacrados pelo tráfico[18][19] e isso tem justificado o governo perante a opinião pública o monitoramento clandestino das agências de notícias.[20][21] O tráfico tem contribuído para salvar as finanças dos bancos do país.[22] Tem havido deserções da polícia federal mexicana para o tráfico a mais de 3 mil membros.[23] Tem havido deserções até por parte da DEA.[24][25][26][27]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Mexico - UCDP - Uppsala Conflict Data Program». ucdp.uu.se. Consultado em 25 de junho de 2020 
  2. José Luis Pardo Veiras and Íñigo Arredondo (14 de junho de 2021). "Una Guerra Inventada y 350,000 Muertos en México." The Washington Post. Acessado em 26 de junho de 2023.
  3. «Mexican drug war's hidden human toll includes 61,000 disappeared». Reuters. 7 de janeiro de 2020 
  4. Carolina Cimenti. «Saiba mais sobre os cartéis de drogas do México». Último Segundo / IG. Consultado em 2 de maio de 2016. Cópia arquivada em 3 de março de 2016 
  5. «ANUNCIO SOBRE LA OPERACIÓN CONJUNTA MICHOACÁN». Presidencia de la Republica, Mexico. 11 de dezembro de 2006 
  6. «Sugiere Sarukhán que Calderón no busca reducir tráfico de drogas». SDP Noticias. 17 de maio de 2011 
  7. a b c Cook, Colleen W., ed. (16 de setembro de 2007). «Mexico's Drug Cartels». CRS Report for Congress (PDF). [S.l.]: Congressional Research Service. p. 7. Consultado em 9 de agosto de 2009 
  8. Vulliamy, Ed. Amexica: War Along the Borderline. New York: Farrar, Straus e Giroux, 2010. Print.
  9. Carl, Traci (3 de novembro de 2009). «Progress in Mexico drug war is drenched in blood» (em inglês). INSI. Associated Press. Consultado em 16 de março de 2010 
  10. «High U.S. cocaine cost shows drug war working: Mexico» (em inglês). Reuters. 14 de setembro de 2007. Consultado em 1 de abril de 2009 
  11. Sullivan, Mark P., ed. (18 de dezembro de 2008). «CRS Report for Congress» (PDF). Mexico - U.S. Relations: Issues for Congress. [S.l.]: Congressional Research Service. Consultado em 19 de janeiro de 2014 
  12. Fantz, Ashley (20 de janeiro de 2012). «The Mexico drug war: Bodies for billions». CNN News 
  13. «Mexican drug gangs 'spread to every region of US'». BBC NEws (em inglês). 26 de março de 2010. Consultado em 23 de abril de 2010 
  14. «Mexico's drug war is at a stalemate as Calderon's presidency ends». The Washington Post. 26 de novembro de 2011. Consultado em 1 de dezembro de 2012. Cópia arquivada em 1 de dezembro de 2012 
  15. Booth, William (30 de novembro de 2012). «Mexico's crime wave has left about 25,000 missing, government documents show». The Washington Post. Consultado em 1 de dezembro de 2012. Cópia arquivada em 1 de dezembro de 2012 
  16. "Milícias 'revidam' cartéis em meio à violência no México". Página acessada em 18 de janeiro de 2014.
  17. "Milícias civis combatem traficantes no México, e violência pode sair do controle". Página acessada em 18 de janeiro de 2014.
  18. Tuckman, Jo (4 de maio de 2012). «Four Mexican journalists murdered in last week». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077 
  19. «Mexican reporter killed in another case unlikely to be solved». LA Times Blogs - World Now (em inglês). 1 de maio de 2012. Consultado em 18 de dezembro de 2019 
  20. «State Department to provide Mexican security agency with surveillance apparatus». Nextgov.com (em inglês). Consultado em 18 de dezembro de 2019 
  21. Thompson, Ginger (6 de agosto de 2011). «U.S. Widens Its Role in Battle Against Mexico's Drug Cartels». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331 
  22. Syal, Rajeev (13 de dezembro de 2009). «Drug money saved banks in global crisis, claims UN advisor». The Observer (em inglês). ISSN 0029-7712 
  23. «Mexico fires 3,200 federal police officers». Los Angeles Times (em inglês). 31 de agosto de 2010. Consultado em 18 de dezembro de 2019 
  24. «La guerra secreta de la DEA en México». El Universal (em espanhol). Consultado em 18 de dezembro de 2019 
  25. Liljas, Per. «U.S. Government Helped Rise of Mexican Drug Cartel: Report». Time (em inglês). ISSN 0040-781X 
  26. «U.S. deal with cartel let billions of dollars of drugs be smuggled». Salon (em inglês). 13 de janeiro de 2014. Consultado em 18 de dezembro de 2019 
  27. «America's Third War: The U.S. Cut a Deal With the Sinaloa Cartel, Say Court Documents». Fox News (em inglês). 27 de março de 2015. Consultado em 18 de dezembro de 2019 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]