Guerra Fria Árabe – Wikipédia, a enciclopédia livre

Guerra Fria Árabe
Data 1952 - 1970/1991
Local Médio Oriente
Situação Revolução Egípcia de 1952, que instaura a República do Egipto liderada por Nasser, de inspiração socialista e nacionalista árabe
Nacionalização do Canal do Suez, por parte do Egipto, que leva à Guerra do Suez e, aumenta a popularidade de Nasser no mundo árabe
Disputa de influência no mundo árabe entre o Egipto, apoiado pela URSS e, a Arábia Saudita, apoiada pelos EUA
Derrota pesada do Egipto na Guerra dos Seis Dias, marca o declínio do Socialismo Árabe na região
Nasser morre em 1970, sendo sucedido por Sadat, que se afasta do projecto socialista do antecessor, marcando o fim da Guerra Fria Árabe
Beligerantes
Egipto Egipto (até 1978)
Síria Síria
Sudão Sudão
Líbia Líbia (a partir de 1969)
Iémen Iémen do Norte (a partir de 1962)
República Democrática do Iémen
 Argélia
Iraque Iraque (a partir de 1958)
 Mauritânia (até 1978)
 Tunísia (a partir de 1956)
 Saara Ocidental
Estado da Palestina PLO

República Árabe Islâmica
Federação das Repúblicas Árabes
República Árabe Unida


Apoio:

Arábia Saudita Arábia Saudita
Jordânia
Irã Irão (até 1979)
Iraque (até 1958)
Omã Omã
Iémen Reino do Iémen (até 1962)
Kuwait
 Bahrein
Líbia Reino da Líbia (até 1969)
 Mauritânia (a partir de 1978)
Egipto Egipto (a partir de 1978)
Tunísia Reino da Tunísia (até 1956)
 Síria (até 1958)
Líbano
 Emirados Árabes Unidos
 Catar
 Marrocos

Federação Árabe do Iraque e Jordânia


Apoio:

Comandantes
Egipto Gamal Abdel Nasser Arábia Saudita Faisal da Arábia Saudita

Guerra Fria Árabe (em árabe: الحرب العربية الباردة al-Harb al-`Arabbiyah al-bārdah ) foi uma série de conflitos no mundo árabe entre as novas repúblicas sob a liderança de Gamal Abdel Nasser do Egito, defendendo o nacionalismo árabe, o socialismo árabe e o pan-arabismo, e os reinos mais tradicionalistas, liderados pelo rei Faisal da Arábia Saudita. [1] O período de conflito começou após a Revolução Egípcia de 1952 e a ascensão ao poder de Nasser, e durou até 1970, quando este morreu.[2]

Apesar de seu início durante a Guerra Fria global e do período da descolonização e das suas ligações e interações com a Guerra Fria mais abrangente, a Guerra Fria Árabe não foi um confronto entre regimes capitalistas e marxistas-leninistas. Os dois lados foram as repúblicas árabes nacionalistas, geralmente de orientação quase-socialista e pan-arabista, e as monarquias tradicionais, geralmente com estruturas econômicas quase-feudais ou rentistas. O principal Estado nacionalista árabe durante este período era o Egito, seguido de perto e em concorrência com a Síria (com o qual este último brevemente se uniu para formar a República Árabe Unida em 1958-1961). A principal monarquia conservadora era a Arábia Saudita, com a Jordânia (e inicialmente o Iraque).[3]

Embora teoricamente, quase todos os países árabes fossem não-alinhados durante este período, na prática, as repúblicas nacionalistas, com a notável exceção do Líbano, eram aliadas da União Soviética, mesmo com a maioria delas reprimindo brutalmente os partidos comunistas dentro de seus países, enquanto que as monarquias conservadoras geralmente recebiam ajuda militar dos Estados Unidos.

A expressão "Guerra Fria Árabe" foi cunhada pelo cientista político estadunidense e estudioso do Oriente Médio Malcolm Kerr, em seu livro de 1965 de mesmo título, e edições posteriores. [4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Gold, Dore (2003). Hatred's Kingdom. Washington, DC: Regnery. p. 75. Even before he became king, Faisal turned to Islam as a counterweight to Nasser's Arab socialism. The struggle between the two leaders became an Arab cold war, pitting the new Arab republics against the older Arab kingdoms. 
  2. Daniel Pipes (17 de Junho de 2009). «A Guerra Fria do Oriente Médio». Jerusalem Post 
  3. Can Syria end the Arab cold war? -Chris Phillips - The Guardian
  4. Books by Malcolm Kerr Arquivado em 9 de junho de 2000, no Wayback Machine.
    • The Arab Cold War, 1958-1964: A Study of Ideology in Politics. London: Chattam House Series, Oxford University Press, 1965.
    • The Arab cold war, 1958-1967; a study of ideology in politics, 1967
    • The Arab Cold War: Gamal 'Abd al-Nasir and His Rivals, 1958-1970, 3rd ed. London: Oxford University Press, 1971.