Guerra contra as drogas – Wikipédia, a enciclopédia livre

Como parte da "Guerra às Drogas", os Estados Unidos forneceram centenas de milhões de dólares por ano em ajuda militar para a Colômbia, usada para combater grupos guerrilheiros que estão envolvidos com o narcotráfico, como as FARC.[1][2][3][4]
Soldados do Exército mexicano confrontando integrantes de cartéis de drogas em Michoacán, México, agosto de 2007.

Guerra às drogas é um termo comumente aplicado a uma campanha, liderada pelos Estados Unidos, de proibição de drogas, ajuda militar e intervenção militar,[5] com o intuito de definir e reduzir o comércio ilegal de drogas.[6][7] Esta iniciativa inclui um conjunto de políticas de narcóticos que são destinadas a desencorajar a produção, distribuição e o consumo do que os governos participantes e as Nações Unidas definem como drogas psicoativas ilegais. O termo foi popularizado pela mídia logo após a conferência de imprensa dada em 18 de junho de 1971 pelo então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, durante a qual ele declarou que o abuso do uso de drogas ilegais era o "inimigo público número um".[8] No dia anterior, Nixon publicou uma mensagem especial ao Congresso sobre "Prevenção e Controle do Abuso de Drogas". Essa mensagem para o Congresso incluiu um texto sobre gastar mais recursos federais para a "prevenção de novos viciados e a reabilitação daqueles que são viciados", mas essa parte não recebeu a mesma atenção do público quanto o termo "guerra às drogas".[9][10][11] A organização sem fins lucrativos Drug Policy Alliance estima que apenas os Estados Unidos gastam cerca de 51 bilhões de dólares anualmente na guerra contra as drogas.[12]

Em 13 de maio de 2009, Gil Kerlikowske, o atual diretor do Office of National Drug Control Policy (ONDCP), disse que a administração Obama não pretende modificar sensivelmente a política de combate às drogas, mas também que o governo não usaria o termo "Guerra às Drogas", porque Kerlikowske considera o termo "contraproducente".[13] A visão do ONDCP é de que "a dependência química é uma doença que pode ser prevenida e tratada com sucesso ... deixar as drogas mais disponíveis irá tornar mais difícil manter nossas comunidades saudáveis e seguras."[14] Uma das alternativas que Kerlikowske tem mostrado é a política de drogas da Suécia, que visa equilibrar as preocupações de saúde pública com a oposição a legalização das drogas. As taxas de prevalência de uso de cocaína na Suécia são quase um quinto das da Espanha, o maior consumidor da droga.[15]

Em junho de 2011, a autonomeada "Global Commission on Drug Policy" divulgou um relatório crítico sobre a guerra às drogas, ao declarar: "A guerra global contra as drogas fracassou, com consequências devastadoras para indivíduos e sociedades ao redor do mundo. Cinquenta anos após o início da Convenção Única das Nações Unidas sobre Entorpecentes e anos depois que o presidente Nixon lançou a guerra do governo dos Estados Unidos contra as drogas, reformas fundamentais nas políticas nacionais e globais de controle das drogas ainda são urgentemente necessárias."[16] O relatório foi criticado por organizações que se opõem a legalização geral de drogas.[14]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Bennett, Brian (9 de junho de 2011). «U.S. can't justify its drug war spending, reports say». Los Angeles Times 
  2. Drug War Clock. DrugSense (31 de dezembro de 1995).
  3. Vulliamy, Ed (3 de abril de 2011). «How a big US bank laundered billions from Mexico's murderous drug gangs». The Guardian. London 
  4. Congress: US Wasting Billions in War on Drugs – Pair of reports blast counter-narcotics spending in Latin America. Newser.com.
  5. Fraga, Paulo Cesar Pontes (2007). «A geopolítica das drogas na América Latina». Revista em Pauta,. Consultado em 17 de abril de 2017 
  6. Cockburn and St. Clair, 1998: Chapter 14
  7. Bullington, Bruce; Alan A. Block (março de 1990). «A Trojan horse: Anti-communism and the war on drugs». Springer Netherlands. Crime, Law and Social Change. 14 (1): 39–55. ISSN 1573-0751. doi:10.1007/BF00728225 
  8. Plant, Michael (4 de maio de 2021). «Why drugs should be not only decriminalised, but fully legalised». New Statesman (em inglês). Consultado em 2 de agosto de 2022 
  9. Richard Nixoan:203 - Special Message to the Congress on Drug Abuse Prevention and Control, June 17, 1971
  10. «Nixon Calls War on Drugs». The Palm Beach Post. 18 de junho de 1971. Consultado em 13 de outubro de 2012 
  11. Dufton, Emily (26 de março de 2012). «The War on Drugs: How President Nixon Tied Addiction to Crime». The Atlantic. Consultado em 13 de outubro de 2012 
  12. «Drug War Statistics». Drug Policy Alliance. Consultado em 25 de fevereiro de 2014 
  13. Fields, Gary (14 de maio de 2009). «White House Czar Calls for End to 'War on Drugs'». The Wall Street Journal. Consultado em 14 de maio de 2009 
  14. a b Global Commission on Drug Policy Offers Reckless, Vague Drug Legalization Proposal, Institute for Behavior and Health, Inc, July 12, 2011 Arquivado em 26 de julho de 2011, no Wayback Machine.. (PDF).
  15. «Sweden's tough drug laws leave addicts behind». The Local. 10 de abril de 2014. Consultado em 10 de setembro de 2014 
  16. War on Drugs. [S.l.]: The Global Commission on Drug Policy. 2011. p. 24 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Guerra contra as drogas