Grande sismo de Kantō – Wikipédia, a enciclopédia livre

Grande sismo de Kantō
Grande sismo de Kantō
Destruição em Yokohama
Magnitude entre 7,9 e 8,3 na escala de Richter MW
Intensidade máx. XI (catastrófico)
Data 1 de setembro de 1923 (100 anos)
Zonas mais atingidas  Japão
Vítimas 105 385[1] – 142 800 mortos[2]
1,9 milhão de feridos e refugiados

Grande sismo de Kantō (関東大震災 Kantō daishinsai?) foi um violento sismo na região de Kantō, na ilha japonesa de Honshu às 11h58 da manhã de 1 de setembro de 1923. Várias fontes indicam que o abalo foi extremamente longo, com duração entre 4 a 10 minutos.[carece de fontes?]

O sismo teve uma magnitude entre 7,9 e 8,3 na escala de Richter. Destruiu a cidade portuária de Yokohama, outras áreas de Kanagawa e as prefeituras vizinhas de Chiba, Shizuoka e Tóquio.[3] O poder e a intensidade deste sismo são fáceis de subestimar, mas o sismo conseguiu mover a estátua de 93 toneladas do Grande Buda em Kamakura, situada a 60 km do epicentro: a estátua deslizou cerca de 60 cm.[4]

De acordo com as fontes de mais confiança, pelo menos 105 385 pessoas morreram e outras 37 000 desapareceram, sendo depois dadas como mortas. Muitas das vítimas foram causadas pelos 88 incêndios que se iniciaram separadamente e que se estenderam rapidamente devido aos fortes ventos de um tufão próximo da península de Noto. Em vários lugares, foram observadas tempestades de fogo, a maior das quais colheu pelo menos 30 000 vidas no Rikugun Honjo Hifukusho. O fogo durou dois dias, até 3 de setembro.

Cerca de 570 000 lares foram destruídos, deixando cerca de 1,9 milhões de refugiados.

O caos e pânico criado pelo sismo levantou rumores de que coreanos estavam a cometer saques e incêndios premeditados. Centenas ou milhares de coreanos e habitantes de Okinawa foram assassinados por milícias civis japonesas. O futuro diretor de cinema Akira Kurosawa, então com 13 anos, afirmou que o massacre de residentes coreanos em Tóquio após o terremoto foi "provocado por demagogos que habilmente exploraram o medo das pessoas".[5] O total de mortos, incluindo os que morreram nos desastres, foi estimado em 6 mil. Em alguns lugares, foram estabelecidos pontos de controle para vigiar viajantes e ver se eram saqueadores ou delinquentes. Socialistas como Hirasawa Keishichi e anarquistas como Osugi Sakae e Ito Noe foram assassinados devido ao medo que podiam usar esta oportunidade para tomar o poder em golpe de estado.

Depois do sismo, Goto Shinpei organizou um plano de reconstrução de Tóquio com redes modernas de estradas, comboios e serviços públicos. Parques foram criados em toda a região para servir como lugares de refúgio e os edifícios públicos foram construídos com rigorosos padrões de resistência sísmica. Segundo a National Geographic Brasil, o terremoto foi um dos dois eventos que permitiram a reconstrução da cidade, agora um modelo urbanístico de eficiência, sendo o outro a Segunda Guerra Mundial.[6]

Referências

  1. Takemura, Masayuki; Moroi, Takafumi (2004). «Mortality Estimation by Causes of Death Due to the 1923 Kanto Earthquake». Journal of Jaee. 4 (4): 21–45. doi:10.5610/jaee.4.4_21 
  2. «Today in Earthquake History». Consultado em 15 de abril de 2016 
  3. Hammer, Joshua. (2006). Yokohama Burning: the Deadly 1923 Earthquake and Fire that Helped Forge the Path to World War II, p. 278, citing Francis Hawks, (1856). Narrative of the Expedition of an American Squadron to the China Seas and Japan Performed in the Years 1852, 1853 and 1854 under the Command of Commodore M.C. Perry, United States Navy, Washington: A.O.P. Nicholson by order of Congress, 1856; originally published in Senate Executive Documents, No. 34 of 33rd Congress, 2nd Session.
  4. Great Buddha: blog
  5. Mansfield, Stephen (26 de dezembro de 2015). «Akira Kurosawa: Something Like An Autobiography». The Japan Times (em inglês). Consultado em 1 de setembro de 2020 
  6. Shea, Neil (abril de 2019). «Tóquio: um passeio pelas ricas texturas da vibrante megacidade reinventada do Japão». ContentStuff. National Geographic Brasil (229): 53. ISSN 1517-7211 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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