Grande Nevoeiro de 1952 – Wikipédia, a enciclopédia livre

O Nevoeiro de 1952, conhecido também como The Great Smog, foi um período de severa poluição atmosférica, entre os dias 5 e 9 de dezembro de 1952 que encobriu a cidade de Londres. O fenômeno foi considerado como um dos piores impactos ambientais até então, sendo causado pelo crescimento incontrolado da queima de combustíveis fósseis na indústria e nos transportes. Acredita-se que o nevoeiro tenha causado a morte de 12 000 londrinos, e deixado outros 100 000 doentes.[1]

História[editar | editar código-fonte]

O clima durante o Grande Nevoeiro de 1952.
Trafalgar Square com a Nelson's Column em dia de céu limpo.

Em dezembro de 1952, uma frente fria chegou a Londres e fez com que as pessoas queimassem mais carvão que o usual no inverno. O aumento na poluição do ar foi agravado por uma inversão térmica, causada pela densa massa de ar frio. O acúmulo de poluentes foi crescente, especialmente de fumaça e partículas do carvão que era queimado.

Devido aos problemas econômicos no pós-guerra, o carvão de melhor qualidade para o aquecimento havia sido exportado. Como resultado, os londrinos usaram o carvão de baixa qualidade, rico em enxofre, o que agravou muito o problema.[2]

O nevoeiro resultante, uma mistura de névoa natural com muita fumaça negra, tornou-se muito denso, chegando a impossibilitar o trânsito de automóveis nas ruas. Muitas sessões de filmes e concertos foram canceladas, uma vez que a plateia não podia ver o palco ou a tela, pois a fumaça invadiu facilmente os ambientes fechados.[3]

Saúde pública[editar | editar código-fonte]

Inicialmente, não houve pânico, pois os nevoeiros em Londres, conhecidos por fog, são comuns e famosos. Porém, nas semanas seguintes as estatísticas compiladas pelos serviços médicos descobriram que o nevoeiro já havia matado 4 000 pessoas.[4] A maioria das vítimas foram crianças muito novas, idosos e pessoas com problemas respiratórios preexistentes. As mortes, na maioria dos casos, ocorreram em consequência de infecções do trato respiratório, causada por hipóxia, e também pela obstrução mecânica das vias respiratórias superiores por deposição de secreções causada pela fumaça negra e afecções.

As infecções de pulmão eram principalmente broncopneumonia ou bronquite aguda.[5] Um total de 8 000 pessoas morrem nas semanas e meses seguintes.[6]

Meio ambiente[editar | editar código-fonte]

O grande número de mortes deu um importante impulso aos movimentos ambientais, e levou a uma reflexão acerca da poluição do ar, pois a fumaça havia demonstrado grande potencial letal. Então, novas regulamentações legais foram baixadas, restringindo o uso de combustíveis sujos na indústria e banindo a fumaça negra. Nos anos seguintes, uma série de normas legais como o Clean Air Act 1956 e o Clean Air Act 1968, restringiram a poluição do ar.

O carvão além de enxofre, contém metais pesados e altamente tóxicos como mercúrio, cádmio, níquel, arsênio, entre outros.

Referências

  1. Berend, Ivan T. (2006). An Economic History of Twentieth-Century Europe. [S.l.]: Cambridge University Press. p. 312. ISBN 9780521672689 
  2. «Environmental Health Perspectives Volume 110, Number 12, December 2002: Guest Editorials:A Half Century Later: Recollections of the London Fog (David V. Bates)». Arquivado do original em 15 de maio de 2009 
  3. «50 Years On - The struggle for air quality in London since the great smog of December 1952 (page 7)» (PDF). Arquivado do original (PDF) em 10 de outubro de 2008 
  4. «Met Office: The Great Smog of 1952». www.metoffice.gov.uk. Consultado em 17 de agosto de 2008 
  5. Camps, Francis E (Ed.) (1976). "Gradwohl's Legal Medicine, 3rd edition" Bristol: John Wright & Sons Ltd, ISBN 0 7236 0310 3. page 236
  6. «Título ainda não informado (favor adicionar)» 

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]