Grande Guerra do Norte – Wikipédia, a enciclopédia livre

Grande Guerra do Norte

Em sentido horário do topo: Batalha de Narva, Cruzamento do Duína, Batalha de Poltava, Batalha de Gangut e Batalha de Gadebusch
Data 22 de fevereiro de 170010 de setembro de 1721
Local Leste Europeu, Europa Setentrional e Europa Ocidental
Desfecho Vitória russa
Mudanças territoriais
Beligerantes
Suécia
  • Holstein-Gottorp

Polônia-Lituânia
(1704–09)
 Império Otomano
(1710–14)

Hetmanato Cossaco
(1708–09)
 Grã-Bretanha (1719–20)
 Países Baixos (1700)
 Inglaterra (1700)
Rússia  Saxônia
Polônia-Lituânia
(1701–04, 1704–09, 1709–19)
Dinamarca-Noruega
(1700, 1709–20)
 Prússia (1715–21)
 Hanôver (1715–19)
 Grã-Bretanha (1717–19)
Moldávia (1711)
Comandantes
Carlos XII
Ulrica Leonor
Frederico I
  • Carlos Gustavo Rehnskiöld
  • Magno Stenbock
  • Adão Luís Lewenhaupt
  • Arvid Axel Mardefelt
  • Carlos Gustavo Armfeldt
  • Érico Dahlbergh
  • Antônio von Schlippenbach
  • Oto Vellingk
  • João Wachtmeister
  • Carlos Gustavo Creutz

Frederico IV
Carlos Frederico
Estanislau I Leszczyński

  • José Potocki

Amade III

  • Baltacı Mehmet Pasha
Ivan Mazepa
Jorge I
Pedro I

Augusto II

  • Jacó von Flemming
  • João Mateus von der Schulenburg
  • Adão Sieniawski
  • Estanislau Chomętowski

Frederico IV

  • Cristiano Detlev Reventlow
  • Ulrico Cristiano Gyldenløve
  • Pedro Tordenskjold
  • Estanislau Chomętowski

Ivan Mazepa

  • Danilo Apostol
  • Ivan Skoropadski

Frederico Guilherme I

Jorge I
Baixas
200 mil suecos mortos Por volta de 75 mil russos mortos
Entre 14 e 20 mil poloneses e saxões mortos
60 mil dinamarqueses mortos

A Grande Guerra do Norte foi uma guerra travada entre uma coligação composta pelo Czarado da Rússia, Reino da Dinamarca e Noruega e Saxônia-Polónia (a partir de 1715 também Prússia e Hanôver) contra o Império Sueco, entre 1700 e 1721. [1]

Começou com um ataque coordenado pela coligação em 1700 contra a Suécia, e terminou em 1721 com a conclusão do Tratado de Nystad, e o Tratado de Estocolmo. Um dos resultados desta guerra foi a morte do rei Carlos XII e o fim do Império Sueco. [1]

Entre os principais combates deste longo conflito destacam-se as batalhas de Narva, Lesnaia e Poltava. [1]

A aliança anti-sueca[editar | editar código-fonte]

A aliança entre a Dinamarca, Rússia, Polónia e Saxônia deu-se em segredo, durante o outono de 1699. Naquela época o governante dito Eleitor da Saxônia era também rei da Polónia. Em 12 de fevereiro de 1700, tropas saxônicas atacaram a cidade sueca de Riga e outras fortificações na Livônia. No dia 20 de março Frederico IV da Dinamarca interveio militarmente contra o ducado de Holstein-Gottorp, aliado da Suécia, dando início à guerra. A Rússia, por sua vez, não demoraria a assediar o porto sueco de Narva, completando a ofensiva geral.

A contra-ofensiva sueca[editar | editar código-fonte]

As primeiras Campanhas de Carlos XII (1700-1706)

A Suécia possuía um excelente exército, de cerca de 77 mil homens. O rei sueco Carlos XII lançou-se primeiro contra a Dinamarca, contando com a ajuda de navios holandeses e ingleses (nações favoráveis à independência do ducado de Holstein-Gottorp). Desembarcando na ilha onde se situa a capital dinamarquesa, Carlos XII em pouco tempo forçou Frederico IV a se retirar do conflito, assinando o Tratado de Traventhal, em 18 de agosto de 1700.[2]

Sem perder muito tempo, Carlos XII lançou-se então contra os russos. Desembarcando o seu pequeno exército na Livônia, ele marchou sobre a cidade de Narva em pleno inverno e combateu os 40 mil russos que cercavam a cidade. Em seguida, movido por um ódio pessoal contra Augusto II, invadiu a Polónia e, em 1704, submeteu a Saxônia. Conseguiu, também, depor Augusto II do trono da Polónia e colocar um polaco no seu lugar.

Em vez de se voltar contra a Rússia do Czar Pedro I, Carlos XII deixou-se ficar na Saxônia durante dois anos, consumindo os recursos locais e levantando um grande exército de mercenários. Esta sua inação permitiu ao czar Pedro fundar a cidade de São Petersburgo e capturar pequenas guarnições suecas ao longo do Báltico.

Abastecido com recursos tirados da Saxônia e com um exército de 42 mil homens, o rei sueco deixou as terras de Augusto II em agosto de 1707, disposto a atacar a Rússia. O czar Pedro fez algumas propostas de paz, mas foram ignoradas.

Após expulsar as forças russas posicionadas no leste da Polónia, Carlos XII invadiu a Rússia. O exército de Pedro havia evoluído desde a batalha de Narva mas, ainda assim, foi derrotado em Lesnaya. Os suecos, por outro lado, começaram a sofrer problemas de abastecimento e o seu principal comboio foi interceptado e destruído. Buscando resolver este problema e também evitar o rigor do inverno russo, Carlos XII rumou para a Ucrânia, onde recebeu o auxílio do hetman Ivan Mazepa. Esta estratégia não teve sucesso e em 1709 teve sua marcha interrompida pela pequena fortificação de Poltava, onde foi derrotado decisivamente. Com apenas 1 500 homens, o rei da Suécia teve que fugir na direção da Moldávia onde, durante cinco anos, ficou sob o controle do governo do Império Otomano. Durante a sua ausência, a Suécia sofreu sucessivas derrotas, que selaram o destino do país.

O retorno de Carlos XII deu um temporário impulso ao esforço de guerra, mas o rei acabaria por ser morto em 1718. A guerra finalmente terminou em 1721. A Suécia perdeu grande parte do território que conquistara durante o século XVII e perdeu para sempre o papel de potência europeia.

Referências

  1. a b c Lars Bergquist, Thomas Magnusson, Peter A. Sjögren e Thomas Fehrm (ilustrador) (2002). «Stora nordiska kriget». Norstedts första uppslagsbok. Kunskap från början (em sueco). Estocolmo: Norstedts ordbok. p. 379. 460 páginas. ISBN 9172273186 
  2. «Freden i Traventhal | svenska freder - historiesajten». www.historiesajten.se. Consultado em 3 de dezembro de 2020 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • TARLE, Evgueni - La Guerre du Nord, Edições de Moscou, U.R.S.S., 1966;
  • Bushkovitch, Paul. "Peter the Great and the Northern War", in Dominic Lieven (ed), The Cambridge History of Russia: Imperial Russia, 1689–1917. Cambridge University Press, 2006. pp. 489-503. (Bushkovitch2008-PeterGreat.pdf);
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