Golpe de Estado na Geórgia em 1991–1992 – Wikipédia, a enciclopédia livre

Golpe de Estado na Geórgia em 1991–1992

Parlamento após o golpe.
Data 22 de dezembro de 1991 - 6 de janeiro de 1992
Local Tbilisi e Rustavi, Geórgia
Desfecho Zviad Gamsakhurdia parte para o exílio, conselho militar assume, início da Guerra Civil Georgiana
Beligerantes
Guarda Nacional da Geórgia
Batalhão das Meias-calças Pretas
Lemi

Apoiado por:
Ichkeria
Mercenários ucranianos
Facções rebeldes da Guarda Nacional
Mkhedrioni
Tetri Artsivi
Sociedade Merab Kostava
União dos Afegãos

Substituído em 2 de janeiro por:
Conselho Militar da Geórgia

Apoiado por:
 Russia
Comandantes
Zviad Gamsakhurdia
Loti Kobalia
Tengiz Kitovani
Tengiz Sigua
Jaba Ioseliani
Gia Karkarashvili
Vazhi Adamia
Sufian Bepayev
Forças
1.000-4.000 2.000
600-5.000
113 mortos
Cerca de 700 feridos

O golpe de Estado na Geórgia em 1991–1992, também conhecido como Putsch de 1991-1992, foi um conflito militar que ocorreu na recém-independente República da Geórgia após a queda da União Soviética, de 22 de dezembro de 1991 a 6 de janeiro de 1992. O golpe de Estado, uma representação violenta do caos que engolfou o Cáucaso no início da década de 1990, opôs as facções da Guarda Nacional leais ao presidente Zviad Gamsakhurdia contra várias organizações paramilitares unificadas no final de 1991 sob a liderança dos senhores da guerra Tengiz Kitovani, Jaba Ioseliani e Tengiz Sigua.[1]

Decorrente de ações autoritárias empreendidas por Gamsakhurdia, os eventos terminaram com o exílio do primeiro presidente democraticamente eleito da Geórgia, após duas semanas de violentos confrontos no centro de Tbilisi, a capital georgiana. A Avenida Rustaveli, a principal via de Tbilisi, foi devastada pelo conflito, que consistiu principalmente em um cerco ao edifício do Parlamento georgiano, onde Gamsakhurdia estava isolado em um bunker.[1][2]

O golpe de Estado, que somente inaugurou uma sangrenta guerra civil que durou até 1994, é amplamente considerado como um exemplo da exploração militar russa de legítimos protestos pró-democráticos em sua antiga esfera de influência. Este fato é representado principalmente pela provável intervenção do Exército Vermelho em favor das facções adversárias, ao fornecer armas para os dois lados da guerra. Após a deposição de Gamsakhurdia, um Conselho Militar, liderado por Kitovani e Ioseliani, assumiu o poder em Tbilisi e garantiu o retorno de Eduard Shevardnadze, o último ministro soviético das Relações Exteriores para entregar-lhe o poder.

Referências

  1. a b Michael Dobbs (7 de janeiro de 1992). «TBILISI BATTLE ENDS AS PRESIDENT FLEES». The Washington Post. 
  2. The Struggle for Control, Country-Studies.com

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Asatiani, Nodar; Janelidze, Otar (2009). History of Georgia. Tbilissi: Publishing House Petite. ISBN 978-9941-9063-6-7 
  • Dawisha, Karen; Parrott, Bruce (1994). Russia and the New States of Eurasia. New York: Cambridge University Press 
  • Demetriou, Spyros (Novembro de 2002). Politics from the Barrel of a Gun: Small Arms Proliferation and Conflict in the Republic of Georgia (1989–2001). Geneva: The Small Arms Survey 
  • «Conflict in Georgia - Human Rights Violations by the Government of Zviad Gamsakhurdia». Helsinki Watch. Human Rights Watch. 27 de dezembro de 1991 
  • Jones, Stephen (2013). Georgia: A Political History Since Independence. London: I.B. Tauris. ISBN 978-1-78453-085-3 
  • Tsomaia, Leila (2018). პრეზიდენტ ზვიად გამსახურდიას ხელისუფლების დამხობა [The Overthrow of the Freedom of President Zviad Gamsakhurdia] (em georgiano). [S.l.]: Tbilissi. ISBN 978-9941-8-0513-4 
  • Wheatley, Jonathan (2005). Georgia from National Awakening to Rose Revolution: Delayed Transition in the Former Soviet Union. [S.l.]: Ashgate Publishing, Ltd. ISBN 0-7546-4503-7