Golpe de Estado na Serra Leoa em 1992 – Wikipédia, a enciclopédia livre

Golpe de Estado na Serra Leoa em 1992
Data 29 de abril de 1992
Local Serra Leoa
Desfecho Golpe bem sucedido
Beligerantes
Governo de Serra Leoa Militares de Serra Leoa
Comandantes
Joseph Saidu Momoh
(Presidente da Serra Leoa)
Yahya Kanu (incerto)
Valentine Strasser
Sahr Sandy
Solomon Musa
Tom Nyuma
Komba Mondeh
Julius Maada Bio
Komba Kambo

O golpe de Estado na Serra Leoa em 1992 foi um golpe de Estado contra o governo da Serra Leoa por um grupo de jovens oficiais militares liderados pelo capitão Valentine Strasser, de 25 anos, em 29 de abril de 1992. Strasser tomou o controle do governo depondo o presidente Joseph Saidu Momoh.

Contexto[editar | editar código-fonte]

A Serra Leoa era governada desde 1968 pelo All People's Congress, que, depois de um referendo constitucional em 1978 suspeito de ser manipulado, [1] se tornara o único partido legal. A corrupção e a má administração estavam desenfreadas, tanto sob Momoh [2] quanto sob seu antecessor, Siaka Stevens.[3]

Em março de 1991, o país mergulhou numa guerra civil, opondo o governo contra a Frente Revolucionária Unida sob o comando de Foday Sankoh. [3] Os soldados governistas da linha de frente estavam insuficientemente abastecidos e alimentados, [2][3] e alguns reclamavam que não recebiam pagamentos há três meses. [4] O capitão Strasser testemunhou pessoalmente as condições deploráveis, sendo nomeado para uma unidade que lutava contra os rebeldes.[3] Quando ele recebeu um ferimento por estilhaços, ficou descontente ao descobrir que não podia ser evacuado.[3]

O golpe[editar | editar código-fonte]

Strasser e outros oficiais subalternos organizaram um golpe.[2][3] Eles tomaram um comboio para Freetown, a capital, e capturaram a State House, onde o escritório de Momoh estava localizado (embora o mesmo ainda não tivesse chegado).[4] A State House foi brevemente recuperada por tropas leais, mas logo retornaria às mãos dos amotinados. [4] Quando Momoh foi encontrado, foi enviado ao exílio de helicóptero para a Guiné. [3]

Resultados[editar | editar código-fonte]

Joseph Opala, um historiador estadunidense que passou grande parte de sua vida adulta no país, foi cercado e enviado ao embaixador estadunidense para certificar que o governo dos Estados Unidos reconheceria o novo regime.[3] O embaixador afro-americano Johnny Young afirmou que, embora geralmente não fosse feito, uma exceção ocorreria neste caso porque o governo anterior não tinha sido democraticamente eleito e também por causa do estado desesperado do país.[3]

Proibindo todos os partidos políticos, o Conselho Nacional de Governo Provisório (National Provisional Ruling Council) foi formado como o novo governo. [5] O Parlamento foi dissolvido. [5]

Referências

  1. Bangura, Joseph J.; Mustapha, Marda (29 de abril de 2016). Democratization and Human Security in Postwar Sierra Leone. [S.l.]: Palgrave Macmillan US. p. 22. ISBN 9781137486745 
  2. a b c Anne M. Simmons (13 de maio de 2000). «Background: Sierra Leone». Los Angeles Times 
  3. a b c d e f g h i Akam, Simon (2 de fevereiro de 2012). «The vagabond king». New Statesman 
  4. a b c Michelle Faul (30 de abril de 1992). «Sierra Leone Chief Ousted In Military Coup -- President Flees; Officers Claim Control». The Seattle Times. Associated Press 
  5. a b United States Department of State (31 de janeiro de 1993). «Sierra Leone Human Rights Practices, 1993». Consultado em 15 de novembro de 2016. Arquivado do original em 28 de dezembro de 2011 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]