Glam (canção) – Wikipédia, a enciclopédia livre

"Glam"
Canção de Christina Aguilera
do álbum Bionic
Gravação 2010;
The Boom Boom Room
(Burbank, Califórnia);
The Red Lips Room
(Beverly Hills, Califórnia)
Género(s) Eletropop, dance-pop
Duração 3:40
Editora(s) RCA
Composição Christina Aguilera, Christopher Stewart, Claude Kelly
Produção Tricky Stewart
Faixas de Bionic
"Love & Glamour (Intro)"
(6)
"Prima Donna"
(8)

"Glam" é uma canção da cantora norte-americana Christina Aguilera, gravada para o seu sexto álbum de estúdio Bionic. Foi escrita pela própria com o auxílio de Christopher Stewart, Claude Kelly, sendo que a sua produção ficou a cargo de Stewart. A sua gravação decorreu em 2010 nos estúdios The Boom Boom Room, em Burbank e The Red Lips Room em Beverly Hills, ambos localizados na Califórnia. A obra foi inicialmente anunciada como single de avanço para promover o disco, contudo, foi substituída por "Not Myself Tonight". Embora não tenha recebido qualquer tipo de lançamento em destaque, devido às vendas digitais após a edição do trabalho de originais, conseguiu entrar e alcançar a terceira posição como melhor na tabela musical da Coreia do Sul, South Korea Gaon International Chart.

A canção deriva de origens estilísticas do eletropop e dance-pop, sendo que o seu arranjo musical consiste no uso de sintetizadores e ainda em acordes de piano e guitarra. Liricamente, o tema fala sobre como vestir-se, tornar-se glamorosa e sexy para sair na melhor forma possível. Tanto Aguilera como Claude Kelly, um dos compositores da faixa, admitiram que esta tinha sido criada como um retrocesso à época de "Vogue" por Madonna. "Glam" recebeu análises mistas por parte dos profissionais, sendo que alguns dos analistas consideraram que seria um dos destaques do álbum, mas outros também realçaram que a melodia não era tão boa quanto a de Madonna.

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

A música foi elaborada como um retrocesso à era de "Vogue" por Madonna (foto), segundo os compositores.

A cantora revelou o título do disco e o nome de três canções em fevereiro de 2010, na edição da revista Marie Claire.[1] "Glam" foi planeada inicialmente para ser o primeiro single de Bionic, sendo descrita como uma versão mais "pop e hip-hop da canção 'Vogue' de Madonna".[2][1] No entanto, em Março do mesmo ano, Aguilera deu outra entrevista sobre mais detalhes do álbum de originais, e revelou que seria "Not Myself Tonight" a avançar com a promoção do trabalho: "Estou tão ansiosa pelos meus fãs por ouvirem o novo som. É algo que penso que não estarão à espera de ouvir".[3]

Num comentário "faixa-por-faixa" após a edição do álbum, Aguilera mencionou que a faixa tinha sido escrita para os "seus amigos da moda" e que servia para inspirar os designers durante a elaboração das passagens de modelos.[4] Claude Kelly, um dos co-compositores, descreveu mais tarde a música como "divertida e um hino de festa, mas que ao mesmo tempo contém mensagens subjacentes".[5] Kelly, numa entrevista para a revista Vibe, falou sobre o processo que resultou na conclusão da escrita:[5]

Estilo musical e letra[editar | editar código-fonte]

Demonstração de 30 segundos de "Glam", música escrita em compasso simples e num andamento moderado eletrónico.

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"Glam" é uma canção de tempo moderado que incorpora elementos de estilo electropop e dance-pop[1] produzida por Tricky Stewart.[6] A sua gravação decorreu em 2010 nos estúdios The Boom Boom Room, em Burbank e The Red Lips Room em Beverly Hills, ambos localizados na Califórnia.[7] O seu instrumental consiste no uso de vocais fortes, além de conter o trabalho de sintetizadores, piano e guitarra.[7][8] Brian Thomas e Andrew Wuepper trataram do processo de gravação musical, enquanto Oscar Ramirez trabalhou no registo de vocais. A engenharia acústica adicional esteve a cargo de Pat Thrall, assistido por Luis Navarroe Randy Urbanski, com a mistura complementada por Jaycen Joshua com a ajuda de Giancarlo Lino.[7]

A letra foi composta por Christina, Stewart e Claude Kelly.[7] De acordo com a partitura publicada pela Hal Leonard Corporation, a música foi escrita em compasso simples, num andamento moderado eletrónico e composta na chave de fá maior.[8] A cantora afirmou que a obra era liricamente inspirada por John Galliano, afirmando o seguinte: "Eu quero dar-lhe algo para que ele possa dar aos manequins durante a passagem de modelos. Por isso, 'Glam' foi inspirada, não só por ele, mas também por muitos dos meus amigos que tenho acumulado durante os últimos anos, e quis fazer algo inspirado neles".[4]

Receção pela crítica[editar | editar código-fonte]

Alguns dos críticos referiram-se a "Technologic" da dupla Daft Punk como inspiração para a faixa.

Após o lançamento de Bionic, a canção recebeu análises mistas. Leah Greenblatt da Entertainment Weekly considerou que trazia memórias dos anos 90,[9] enquanto que Allison Stewart do periódico The Washington Post denominou-a como um "dos grandes momentos no álbum".[10] Elysa Gardner do USA Today fez uma reflexão positiva sobre a música ao considerar que "ela canta de forma inexpressiva antes de deixar solto um cinto cremoso que evoca uma versão inicial de Whitney Houston no seu auge".[11] Eric Henderson da Slant Magazine concluiu que "o baile de máscaras 'Glam', é um coquetel pesado que mistura uma parte de "Vogue" com duas de "Technologic" e serve-se com um piscar de olhos".[12] Chris Deline do sítio Culture Bully concordou com a comparação de Henderson, acrescentando que "é uma canção pop engraçada" e realçou comparações com outro trabalho, "Physical" por Olivia Newton-John.[13] O jornal britânico The Scotsman escreveu que a melodia "é a sua [da cantora] tentativa descarada de produzir uma Vogue para os nossos tempos".[14] De opinião contrária, Mesfin Fekadu do norte-americano The Boston Globe nomeou-a como "pronta para um espetáculo de moda" e "uma das melhores faixas do disco".[15]

Bill Lamb do portal About.com considerou que "Glam" "soava como uma regravação do clássico "Vogue" de Madonna por uma desinteressada rainha do gelo".[16] Brad Steirn do sítio MuuMuse fez uma revisão mista, afirmando que "é outra faixa de imitação que, embora inicialmente promissora, numa última análise, não inspira energia suficiente no refrão para se provar tão feroz quanto a letra implica".[17] Enquanto Michael Cragg da página musicOMH apenas denominou a obra de "ultrapassada",[18] Javi do EQ Music concordou com Steirn, complementando que o tema foi "apresentado como uma 'Vogue' moderna, é engraçada, mas inequivocamente uma faixa amigavelmente gay que relembra 'Paris is Burning' e 'Sex and the City'.[19] Omar Kholeif da publicação PopMatters fez uma crítica negativa à canção ao escrever que "Christina não tem medo de abanar, estimular e convencer, como ela professa em 'Glam', uma homenagem óbvia a 'Vogue' que não é tão atraente ou sensual como a cantora pensa que é".[20] Jordan Richardson do Blogcritics esteve em pleno acordo com Kholeif, afirmando que a melodia "é uma ode frustrante e desconfortável para 'Vogue' de Madonna, mas Aguilera falha em recriar qualquer um dos passos provocantes do registo que está a tentar imitar".[21]

Mais tarde, a canção faz parte da banda sonora da telenovela brasileira Ti Ti Ti,[22] transmitida através da Rede Globo no seu país de origem e pela SIC em Portugal.[23]

Desempenho nas tabelas musicais[editar | editar código-fonte]

A faixa conseguiu alcançar o terceiro lugar da tabela musical da Coreia do Sul, Gaon International Chart, após o lançamento do disco.[24]

Posições[editar | editar código-fonte]

Tabela musical (2010) Melhor
posição
Coreia do Sul Coreia do Sul - Gaon International Chart[24] 3

Créditos[editar | editar código-fonte]

Todo o processo de elaboração da canção atribui os seguintes créditos pessoais:[7]

  • Christina Aguilera – vocalista principal, composição;
  • Tricky Stewart - composição, produção;
  • Claude Kelly - composição, produção vocal adicional, vocais de apoio;
  • Brian Thomas - gravação musical;
  • Andrew Wuepper - gravação musical;
  • Oscar Ramirez - gravação vocal;
  • Pat Thrall - engenharia adicional;
    • Luis Navarro, Randy Urbanski - assistência;
  • Jaycen Joshua - mistura;
    • Giancarlo Lino - assistência.

Referências

  1. a b c James Dihn (5 de Janeiro de 2010). «Christina Aguilera Says New Album, Bionic, 'Is About The Future'» (em inglês). MTV News. Consultado em 5 de Dezembro de 2012 
  2. Gaby Wood (7 de Janeiro de 2010). «Queen Christina» (em inglês). Marie Claire. Consultado em 5 de Dezembro de 2012 
  3. Nick Levine (25 de Março de 2010). «Aguilera reveals new album details» (em inglês). Digital Spy. Consultado em 5 de Dezembro de 2012 
  4. a b «Bionic track-by-track: Glam» (em inglês). ChristinaAguilera.com. 27 de Março de 2010. Consultado em 5 de Dezembro de 2012. Arquivado do original em 5 de dezembro de 2012 
  5. a b Keith Murphy (18 de Abril de 2012). «CHRISTINA AGUILERA'S SONGWRITER ON LADY GAGA COMPARISONS: 'THAT'S CRAP'» (em inglês). Vibe. Consultado em 5 de Dezembro de 2012 
  6. «Christina Aguilera: VIP Dinner with Tricky Stewart!» (em inglês). Just Jared. 17 de Outubro de 2010. Consultado em 5 de Dezembro de 2012 
  7. a b c d e (2010) Créditos do álbum Bionic por Christina Aguilera, pg. 6. RCA Records.
  8. a b «Glam – Christina Aguilera – Digital Music Sheet» (em inglês). Musicnotes. Consultado em 5 de Dezembro de 2012 
  9. Leah Greenblatt (8 de Junho de 2010). «Bionic (2010)» (em inglês). Entertainment Weekly. Consultado em 6 de Dezembro de 2012 
  10. Allison Stewart (7 de Junho de 2010). «Christina Aguilera's new album 'Bionic' is a mish-mash of Gaga and blah» (em inglês). The Washington Post. Consultado em 6 de Dezembro de 2012 
  11. Elysa Gardner (8 de Junho de 2010). «'Bionic' reveals the inner workings of Christina Aguilera» (em inglês). USA Today. Consultado em 6 de Dezembro de 2012 
  12. «Christina Aguilera: Bionic | Music Review» (em inglês). Slant Magazine. 2 de Junho de 2010. Consultado em 6 de Dezembro de 2012 
  13. Chris DeLine (26 de Maio de 2010). «Christina Aguilera "Bionic" Review» (em inglês). Culture Bully. Consultado em 6 de Dezembro de 2012. Arquivado do original em 25 de agosto de 2010 
  14. «Album review: Christina Aguilera, Bionic» (em inglês). The Scotsman. 6 de Junho de 2010. Consultado em 6 de Dezembro de 2012 
  15. Mesfin Fekadu (7 de Junho de 2010). «Review: Aguilera has an identity crisis on new CD» (em inglês). The Boston Globe. Consultado em 6 de Dezembro de 2012 
  16. Bill Lamb. «Christina Aguilera - Bionic» (em inglês). About.com. Consultado em 6 de Dezembro de 2012. Arquivado do original em 21 de Setembro de 2012 
  17. Bradley Stern (7 de Junho de 2012). «CHRISTINA AGUILERA: BIONIC (ALBUM REVIEW)» (em inglês). MuuMuse. Consultado em 6 de Dezembro de 2012 
  18. Michael Cragg (7 de Junho de 2010). «Christina Aguilera - Bionic | album reviews | musicOMH» (em inglês). musicOMH. Consultado em 6 de Dezembro de 2012 
  19. Javi (8 de Junho de 2010). «EQ Album Review - "Bionic" by Christina Aguilera» (em inglês). EQ Music. Consultado em 6 de Dezembro de 2012 
  20. Omar Kholeif. «Christina Aguilera: Bionic < Popmatters» (em inglês). PopMatters. Consultado em 6 de Dezembro de 2012 
  21. Jordan Richardson (25 de Junho de 2010). «Music Review: Christina Aguilera - Bionic» (em inglês). Blogcritics. Consultado em 8 de Dezembro de 2012 
  22. «Ti ti ti - Internacional Vol. 1». Som Livre. Consultado em 6 de Dezembro de 2012 
  23. «Ti Ti Ti». SIC. Consultado em 6 de Dezembro de 2012. Cópia arquivada em 6 de Dezembro de 2012 
  24. a b «Gaon 2010 Digital Chart: International» (em Korean). Gaon Digital Chart