Giacomo Matteotti – Wikipédia, a enciclopédia livre

Giacomo Matteotti
Giacomo Matteotti
Nascimento 22 de maio de 1885
Itália
Morte 10 de junho de 1924 (39 anos)
Nacionalidade italiano
Ocupação Político
Ideias notáveis Antifascismo

Giacomo Matteotti (1885-1924) foi um político socialista italiano.

Vida[editar | editar código-fonte]

Depois de ter conduzido nas legislaturas anteriores uma decisiva oposição parlamentar ao fascismo[1], em 1924, como deputado, formulou no parlamento um discurso em que denunciava, sustentado com provas, a violência fascista que originou a falsificação dos resultados das eleições de abril de 1924. A 10 de junho desse ano foi assassinado em Roma por um comando fascista.

Túmulo de Giacomo Matteotti, Fratta Polesine, Rovigo

Crime[editar | editar código-fonte]

Ele foi assassinado em 10 de junho de 1924, após a publicação de seu livro The Fascisti Exposed: A Year of Fascist Domination e dois discursos que fez na Câmara dos Deputados, denunciando o fascismo.[2]

Durante a tentativa de sequestro, ele foi empurrado dentro de um carro e apunhalado várias vezes. Seu cadáver foi encontrado perto de Riano, a 20 quilômetros de Roma, em 16 de agosto de 1924, depois de uma extensa busca.

Cinco homens, Amerigo Dumini - um proeminente membro da polícia secreta fascista, a Ceka, Giuseppe Viola, Albino Volpi, Augusto Malacria e Amleto Poveromo, foram presos poucos dias depois do sequestro. Apenas três (Dumini, Volpi e Poveromo) foram condenados[3] e logo depois liberados sob anistia do rei Victor Emmanuel III, um deles, Filippo Panzeri, escapou antes das prisões de seus cúmplices.

Antes do julgamento contra os assassinos, o Tribunal Superior do Senado iniciou um processo contra o general Emilio De Bono, comandante dos paramilitares fascistas Camisas negras, mas ele foi dispensado.[4]

Após a Segunda Guerra Mundial, em 1947, o julgamento contra Francesco Giunta, Cesare Rossi, Dumini, Viola, Poveromo, Malacria, Filippelli e Panzeri foi reaberto. Dumini, Viola e Poveromo foram condenados à prisão perpétua. Neste segundo julgamento[5] a ação penal contra Mussolini cessou porque ocorreu a morte do acusado. Contudo, de acordo com a Sentença do Tribunal de Justiça de Roma (primeira secção especial), “parece que a causalidade política, que consiste no interesse, e na verdade na necessidade, de eliminar em Matteotti o mais formidável oponente do fascismo é tão evidente que qualquer outra causalidade não pode deixar de parecer infundada"[6].

Obras[editar | editar código-fonte]

  • La recidiva. Saggio di revisione critica con dati statistici, Milão, Fratelli Bocca, 1910.
  • Un anno di dominazione fascista, Roma, Tip. italiana, 1923; rist., com ensaio de Umberto Gentiloni Silveri, introdução de W. Veltroni, Milão, Rizzoli, 2019, ISBN 978-88-171-3894-9.
    • edizione inglese: The fascisti exposed. A Year of Fascist Domination, translated by E. W. Dickes, Londra, Independent Labour Party Publication Department, 1924; rist. Howard Fertig, 1969.
    • edizione tedesca: Fascismus in Italien. Grundlagen - Aufstieg - Niedergang (con Hanns Erich Kaminski), Berlino, Verlag für Sozialwissenschaft, 1925.
    • edizione francese: Une année de domination fasciste, Bruxelles, Maison nationale d'edition, 1924.
  • Il fascismo della prima ora. Pagine estratte dal "Popolo d'Italia", Roma, Tipografica italiana, 1924.
  • Reliquie, Milão, Corbaccio, 1924.
  • Contro il fascismo, Milão-Roma, Avanti!, 1954; Prefazione di Sergio Luzzatto, Milão, Garzanti, 2019, ISBN 978-88-116-0484-6.
  • Discorsi parlamentari, 3 voll., Roma, Stabilimenti tipografici Carlo Colombo, 1970.
  • Scritti e discorsi, Milão, Aldo Garzanti, 1974.
  • Scritti e discorsi, Venezia, Marsilio, 1981.
  • Scritti sul fascismo, editado por Stefano Caretti, Pisa, Nistri-Lischi, 1983, ISBN 978-88-838-1208-8.
  • Giacomo Matteotti 1885-1985. Riformismo e antifascismo. Scritti e discorsi, testimonianze, contributi, Roma, Ediesse, 1985.
  • Lettere a Velia, editado por S. Caretti, Pisa, Nistri-Lischi, 1986, ISBN 978-88-838-1209-5.
  • Sulla scuola, editado por S. Caretti, Pisa, Nistri-Lischi, 1990, ISBN 978-88-838-1210-1.
  • Sul riformismo, editado por S. Caretti, Pisa, Nistri-Lischi, 1992, ISBN 978-88-838-1211-8.
  • Lettere a Giacomo, editado por S. Caretti, Pisa, Nistri-Lischi, 2000, ISBN 88-8381-384-7.
  • Scritti giuridici, 2 voll., editado por S. Caretti, Pisa, Nistri-Lischi, 2003, ISBN 88-8381-425-8.
  • La questione tributaria, editado por S. Caretti, Manduria, P. Lacaita, 2006, ISBN 88-89506-27-X.
  • Scritti economici e finanziari, editado por S. Caretti, 2 voll., Pisa, PLUS, 2009, ISBN 978-88-8492-609-8.
  • L'avvento del fascismo, editado por S. Caretti, Premessa di Alessandro Roncaglia, Pisa, PLUS, 2011, ISBN 978-88-8492-781-1.
  • Epistolario: 1904-1924, editado por S. Caretti, Pisa, PLUS, 2012, ISBN 978-88-8492-850-4.
  • Socialismo e guerra, editado por S. Caretti, Premessa di Ennio Di Nolfo, Pisa, Pisa University Press, 2013, ISBN 978-88-6741-083-5.
  • Scritti e discorsi vari, editado por S. Caretti, Premessa di Gianpasquale Santomassimo, Pisa, Pisa University Press, 2014, ISBN 978-88-6741-301-0.
  • La lotta semplice, Roma, Edizioni di Comunità, 2019, ISBN 978-88-320-0528-8.
  • Il fascismo tra demagogia e consenso. Scritti 1922-1924, editado por Mirko Grasso, Collana Saggi, Roma, Donzelli, 2020, ISBN 978-88-552-2104-7.

Referências

  1. Maurizio Degl’Innocenti, Matteotti, l’uomo e il politico, in Fondazione Giacomo Matteotti-Fondazione di studi storici Filippo Turati, Matteotti 100 nelle scuole, 2022, p. 32.
  2. Speech of the 30th of May 1924 the last speech of Matteotti, from it.wikisource
  3. «Na época, a repercussão do assassinato de Matteotti impôs a abertura de um inquérito que, mesmo com supressão de provas e intimidações de fascistas presentes nas polícias e tribunais, foram identificados os envolvidos no crime. No entanto, quase todos foram inocentados ou receberam penas brandas depois anistiadas, em um julgamento farsesco conduzido por juízes leais ao líder fascista»: Centenário do assassinato de Giacomo Matteotti e a luta antifascista hoje, por Arnaldo Cardoso, Jornal GGN, 16 de abril de 2024.
  4. «De Bono serviu de tela para Mussolini: se seu chefe de polícia tivesse sido absolvido, ele mesmo teria sido indiretamente declarado inocente»: Giampiero Buonomo, Politica e Giustizia dopo il delitto Matteotti, Matteotti 100 nelle scuole, Edizioni della Fondazione Giacomo Matteotti, 2021, pp. 122.
  5. Ao contrário do primeiro julgamento, em que o envolvimento de Mussolini nem sequer foi abordado, muito menos foi encontrada qualquer evidência de seu envolvimento: See F. Andriola,Mussolini, prassi politica e rivoluzione sociale, Roma, 1981.
  6. Sentença do Tribunal de Justiça de Roma (primeira secção especial), de 4 de abril de 1947, p. 164, citado em Memoriaweb, La stampa ai tempi del processo Matteotti, n.39 (Nuova Serie), Luglio 2023, p. 74.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Ícone de esboço Este artigo sobre um político italiano é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.