Geoarqueologia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Geoarqueólogo trabalhando em uma coluna sedimentar

Geoarqueologia é uma disciplina que se caracteriza por utilizar metodologias e técnicas das ciências da Terra para a investigação arqueológica.

Geoarqueólogos se focam em sítios arqueológicos para investigar as circunstâncias que regem sua localização, sua formação como um depósito e subsequentemente a sua preservação como registro da história da vida ou como o meio onde artefatos eventualmente se encontram.

A noção básica da geoarqueologia é de que a atividade humana modifica o registro sedimentar por si só assim como o registro sedimentar modifica artefatos humanos.

Técnicas usadas na geoarqueologia[editar | editar código-fonte]

Colunas de amostragem[editar | editar código-fonte]

Consiste em analisar uma coluna sedimentar de um sítio arqueológico, observando as fácies e camadas importantes para o entendimento da formação daquele registro, tais como origem de sedimentos, grau de sedimentação e espacialização do registro.

Análise de solos[editar | editar código-fonte]

Associada com a pedologia, a geoarqueologia pode se utilizar dos estudos de solos para observar mudanças na deposição (solos enterrados), entender a evolução do clima na região, as atividades humanas que podem modficar as propriedades químicas e físicos do solo, além de entender o tempo de formação necessário para a criação dos sítios.[1][2]

Análises químicas[editar | editar código-fonte]

As análises químicas permitem entender a qualidade e quantidade de alteração de determinadas ocupações pretérias sobre o seu meio ambiente. Entre as análises mais comuns está a de fosfatos, dado a estabilidade temporal deste elemento e sua grande associação com ativades antrópicas.

Análise de elementos do registro[editar | editar código-fonte]

Entre diversas análises, destacam-se a de argilas, a fim de se entender a atuação do clima na região sobre o solo, de palinomorfos e fitólitos, para se entender as vegetações pretéritas, análises granulométricas que buscam compreender a resposta dos sedimentos sobre processos físicos naturais, análise mineralógica para se entender os minerais do solo e sua possível origem.[1]

Análise da paisagem[editar | editar código-fonte]

Ao se analisar a paisagem, junto da cartografia e trabalhos de campos, busca-se localizar sítios, entender o contexto do homem no meio ambiente (onde vinha os materiais para construção de artefatos, onde encontravam água, etc) e entender o contexto de origem de sedimentos e evolução do sítio arqueológico associado em um contexto maior, como de vertentes ou terraços flúviais.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b de Sousa, Daniel Vieira; Ker, João Carlos; Schaefer, Carlos Ernesto R.; Rodet, Maria Jacqueline; Guimarães, Luciano Moura; Felix, Jorlandio F. (dezembro de 2018). «Magnetite originating from bonfires in a Brazilian prehistoric Anthrosol: A micro-Raman approach». CATENA (em inglês): 552–564. doi:10.1016/j.catena.2018.07.036. Consultado em 18 de dezembro de 2020 
  2. de Sousa, Daniel V.; Ker, João C.; Prous, André; Schaefer, Carlos E. G. R.; Rodet, Maria Jacqueline; Oliveira, Fábio S.; Silva, Renê C. (novembro de 2017). «Archaeoanthrosol formation and evolution of the "Santana do Riacho" archaeological shelter: An old burial site in South America». Geoarchaeology (em inglês) (6): 678–693. doi:10.1002/gea.21645. Consultado em 18 de dezembro de 2020 
  • Goldberg, P e Macphail, R. - Practical and Theoretical Geoarchaeology. Ed: Wiley-Blackwell, 2006.
  • Rapp, G e Hill, C - Geoarchaeology. Ed: Yale University Press, 2006

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


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