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Gabriel Medina
Surfista

Medina em 2019
Dados Pessoais
Nome completo Gabriel Medina Pinto Ferreira
Nacionalidade brasileiro
Nascimento 22 de dezembro de 1993 (30 anos)
São Sebastião, SP
Ocupação surfista (en)
Altura 1,80 m
Peso 77 kg
Posição Goofy
Carreira profissional
Período em atividade 2009–presente
Participou em Surfe nos Jogos Olímpicos de Verão de 2020 - Masculino
Títulos Tricampeão Mundial do WCT
Maresia Surf Internacional
Super Surf Internacional
Fiji Pro Namotu
Quicksilver Pro
Billabong Pro
Website www.gabrielmedinaoficial.com.br

Gabriel Medina Pinto Ferreira (São Sebastião,[1] 22 de dezembro de 1993) é um surfista profissional brasileiro. Mais conhecido por ser o tri-campeão mundial de surf da ASP World Tour de 2014, 2018 e 2021, sendo o primeiro brasileiro a vencer um mundial de Surf.[2] Em 2009, assinou contrato com a empresa australiana Rip Curl e se profissionalizou. Em 2013, com 19 anos, ganhou o World Junior Tour. Aos 17 anos ingressou na ASP World Tour (WCT).[3] sendo o mais jovem brasileiro a ingressar no circuito mundial.

Em 2014, aos 20 anos, tornou-se campeão mundial antecipadamente, durante a última etapa do circuito no Havaí, ao ver seus adversários diretos ao título não conseguirem atingir as quartas de final da etapa.[4] Além desta façanha, em 2012, durante um treino, ele foi o segundo surfista do mundo a realizar uma das manobras raras mais difíceis do esporte: o back flip (um mortal de costas). Essa manobra foi repetida na competição Oi Rio Pro 2016 no dia 14 de Maio, sendo assim, o primeiro a realizá-la em uma competição oficial.[5] Em 2015, Medina figurou na lista das 100 pessoas mais influentes do ano no mundo segundo a revista Time (categoria: Ícones).[6][7]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Carreira[editar | editar código-fonte]

De ascendência chilena,[8][9] Gabriel começou a surfar aos nove anos. Aos onze, venceu seu primeiro campeonato em nível nacional, a etapa Rip Curl Grom Search na categoria Sub-12, disputada em Búzios, Rio de Janeiro. A partir daí, venceu campeonatos do Brasileiro Amador e foi campeão dos circuitos Volcom Sub-14, Quicksilver King of Groms, Rip Curl Grom Search e tricampeão Paulista. Na Califórnia (EUA), foi vice do Volcom Internacional Sub-14 e, no Equador, vice-campeão do Mundial Amador Sub-16. Aos catorze anos já fazia as finais nas competições do Paulista Profissional e participou de etapas do Mundial Profissional, quando, em Ubatuba, São Paulo, conseguiu derrotar seu ídolo Adriano Mineirinho.[10]

Em julho de 2009, Gabriel Medina fechou um contrato com a empresa australiana Rip Curl e profissionalizou-se. Dez dias depois, venceu a etapa do Mundial Profissional.[11]

Em 2011 veio a sequência que o levou à condição de partilhar as ondas com os tops do Mundo, o WQS 6 estrelas Prime em Imbituba, Santa Catarina, os dois WQS 6 estrelas na França e na Espanha. Soma-se também a vitória na etapa do Mundial Pro Júnior, também em ondas francesas.[12] É o primeiro brasileiro a ganhar uma etapa australiana de Backside (Gold Coast Australia)[13] e o surfista do Brasil que mais tempo liderou o ranking mundial na história.[14] Ingressou na elite do surf mundial (World Tour) em 2011, com apenas 17 anos.

Em 2011 venceu duas etapas do ASP World Tour, nos eventos realizados na França e nos Estados Unidos. Nesse ano ganhou grande repercussão na mídia por completar uma manobra designada backflip, uma espécie de salto mortal de costas.[15][16] Em 2014 sagrou-se campeão mundial do WCT.[17]

Em 2015 foi vice-campeão da etapa de Pipe Masters, perdendo para o brasileiro Adriano de Souza em uma final inédita brasileira, terminando o campeonato mundial em terceiro lugar, atrás do australiano Mick Fanning.[18] Nesse ano também conquistou o Vans Triple Crown (Tríplice Coroa Havaiana), considerado o segundo maior título do surfe profissional, se tornando assim o primeiro brasileiro a conquistá-lo.[19]

Em 2017 foi vice-campeão mundial de surfe em uma batalha contra o seu grande rival John John Florence, após um inicio de temporada com uma lesão no joelho, Gabriel se recuperou durante a temporada, vencendo inclusive duas etapas consecutivas ( França e Portugal) no circuito mundial, chegando a Pipe Master como um dos postulantes ao titulo, após grandes baterias, Medina foi eliminado nas quartas de final do evento para Jérémy Flores, perdendo o titulo mundial para Florence.[20][21]

Em 2018, fez um ano vitorioso, ganhando 3 etapas e se mantendo em boa posição nas demais, sagrou-se Campeão Mundial da WSL, derrotando nas semifinais o australiano Jordy Smith, assim repetindo a final de 2014 contra Julian Wilson, dessa vez foi vitorioso e pela primeira vez campeão do Pipe Masters, uma das maiores etapas do circuito mundial.[22]

A temporada 2019 ficou marcada pelo vice campeonato em uma disputa com seu conterrâneo, o brasileiro Ítalo Ferreira. Durante a temporada, Medina conquistou 2 vitórias, sendo uma em J-Bay e a outra na piscina de ondas da qual já havia vencido no ano anterior. O brasileiro chegou a estar com a camiseta amarela, porém não foi bem na perna europeia, se envolvendo inclusive, em uma polemica com o também brasileiro Caio Ibelli durante uma bateria na etapa portuguesa da qual perdeu pontos por interferência e consequentemente viu Ítalo ultrapassa-lo no circuito. Na ultima etapa em Pipe, Medina praticou um surf quase perfeito, mas viu seu titulo escapar após ser vice campeão da etapa para o novo futuro campeão mundial Ítalo Ferreira.

Tricampeão Mundial de Surfe[editar | editar código-fonte]

Medina foi o primeiro brasileiro e lusófono campeão mundial de surfe

Em 19 de dezembro de 2014, foi o primeiro brasileiro a ser campeão mundial de surfe, vencendo a luta pelo título contra o australiano Mick Fanning, três vezes campeão mundial e o norte-americano Kelly Slater, onze vezes campeão mundial. Sagrou-se campeão mundial em Pipeline, Havaí, na última etapa do circuito mundial.[23] Foi campeão antecipado ainda durante as quartas-de-final de Pipeline,ajudado por outro brasileiro, o catarinense Alejo Muniz, que derrotou tanto Slater quanto Fanning na bateria das quartas-de-final, enquanto Medina vencia o brasileiro Filipe Toledo e o havaiano Dusty Payne na sua. Neste ano foi vice-campeão dessa etapa de Pipe Masters, perdendo para o australiano Julian Wilson na final por apenas 0,43 pontos.[24][25]

Em 2018, durante o ano disputou o título com Felipe Toledo e Julian Wilson, sagrando-se campeão do WSL pela segunda vez na ultima etapa em Pipeline ao vencer o australiano Jordy Smith nas semifinais por 0,44 de diferença[26][22][27]

Em 14 de setembro de 2021, se tornou o primeiro brasileiro a se sagrar tricampeão mundial de surf, vancendo a bateria contra Filipe Toledo.[28]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Em 2015, começou a namorar sua amiga de infância, a modelo e também surfista Tayna Hanada.[29] O relacionamento chegou ao fim em 2017, após dois anos juntos.[30] Em dezembro de 2020, casou-se com a modelo Yasmin Brunet.[31] [32] Em 27 de janeiro de 2022, a assessoria de Brunet declarou que ela e Medina tinham se separado.[33][34]

Estatísticas e resultados[editar | editar código-fonte]

ASP/WSL Men's World Championship Tour[editar | editar código-fonte]

Torneio/Etapa 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Quiksilver Pro Gold Coast DNP 25º 13º 13º 13º 13º
Drug Aware Margaret River Pro 5 º 25º 25º - 17º
Rip Curl Pro Bells Beach 25º 13º 13º 13º 13º
OI Pro Rio DNP 25º 13º 13º
Fiji Pro 25º 13º 13º - -
J-Bay Open DNP
Billabong Pro Teahupoo DNP 13º
Hurley Pro at Trestles 13º 13º 13º 13º - -
Freshwater Pro - - - - - - -
Quiksilver Pro France
Moche Rip Curl Pro Portugal 13º 2 º 25º 13º 13º
Billabong Pipeline Masters 5 º 13º 2 º 2 º 13º 5 º
Rip Curl Pro Search 1 º - -
Oakley Pro Bali 13º - 17º
O'Neill Coldwater Classic 5 º - -
Ranking final 12º 14º
Pontos 28700 41350 25000 62800 43350 45450 53700 62490 56475

Vitórias[editar | editar código-fonte]

Número de vitórias no circuito Mundial: 17
Vitórias no ASP/WSL Men's World Tour
Ano Evento Local/Praia País
2011 Quiksilver Pro France Soorts-Hossegor  França
2011 Rip Curl Pro Search São Francisco, California  Estados Unidos
2014 Fiji Pro Tavarua, Namotu Fiji
2014 Quiksilver Pro Gold Coast Gold Coast, Queensland  Austrália
2014 Billabong Pro Teahupoo Teahupo'o Polinésia Francesa
2015 Quiksilver Pro France Soorts-Hossegor  França
2016 Fiji Pro Tavarua, Namotu Fiji
2017 Quiksilver Pro France Soorts-Hossegor  França
2017 Moche Rip Curl Pro Portugal Peniche Portugal Portugal
2018 Tahiti Pro Teahupo'o Teahupo'o Polinésia Francesa Tahiti
2018 Surf Ranch Pro Lemoore  Estados Unidos
2018 Bilabong Pipeline Master Banzai Pipeline Havaí Banzai Pipeline
2019 Corona Open J-Bay Jeffreys Bay África do Sul África do Sul
2019 Freshwater Pro Lemoore  Estados Unidos
2021 Rip Curl Narrabeen Classic Narrabeen  Austrália
2021 Rip Curl Rottnest Search Rottnest Island  Austrália
2021 Rip Curl World Surf League Finals Lower Trestles  Estados Unidos
2023 Margaret River Pro Margaret River  Austrália

Conquistas e honrarias[editar | editar código-fonte]

2009
2011
  • Super Surf International, Imbituba (Brazil) (WQS Prime)
  • Airwalk Lacanau Pro Junior, Lacanau (França) (WQS)
  • Sooruz Lacanau Pro, Lacanau (França) (WQS)
  • San Miguel Pro, Zarautz (País Basco) (WQS)
  • Quiksilver Pro France, Hossegor (França) (WCT)
  • Rip Curl Pro Search, São Francisco CA (EUA) (WCT)
2012
  • Nike Lowers Pro, Trestles CA (EUA) (WQS Prime)
2013
2014
  • Campeão mundial do WCT (WSL)
2015
2018
  • Bicampeão Mundial WSL

2021[editar | editar código-fonte]

  • Tricampeão Mundial WSL

Recordes[editar | editar código-fonte]

  • 2012 - Segundo surfista a realizar o back flip, um mortal de costas.[5]
  • 2016 - Primeiro surfista a realizar o back flip em uma etapa oficial (WCT).
  • Surfista brasileiro com mais vitórias em etapas do wct (17)

Referências

  1. Guilherme Dorini (8 de novembro de 2014). «Por globalização, associação de surfe prefere Medina campeão». Terra Esportes. Consultado em 10 de dezembro de 2014 
  2. «É campeão! Fanning cai, e Medina conquista o histórico título mundial». globoesporte.com. 19 de dezembro de 2014. Consultado em 19 de dezembro de 2014 
  3. Maradei, Fábio. «Gabriel Medina é o Mais Jovem Surfista Brasileiro a Ingressar no WT - Notícias». Surfguru. Consultado em 11 de maio de 2019 
  4. «Gabriel Medina é o primeiro brasileiro campeão mundial de surf». ESPN. Consultado em 11 de maio de 2019 
  5. a b «O voo de Gabriel Medina, o jovem ídolo do surfe brasileiro». Veja.abril.com.br. Veja 
  6. «Gabriel Medina aparece na lista dos mais influentes da revista Time». GaúchaZH. 16 de abril de 2015. Consultado em 11 de maio de 2019 
  7. «Jorge Paulo Lemann e Gabriel Medina estão entre os 100 mais influentes da 'Time'». O Globo. 16 de abril de 2015. Consultado em 11 de maio de 2019 
  8. «Conheça um pouco da história do campeão Gabriel Medina». Jornal Nacional. 20 de dezembro de 2014. Consultado em 11 de maio de 2019 
  9. «Sabia que 'Medina' é chileno ?». ESPN. 27 de junho de 2014. Consultado em 20 de março de 2022 
  10. «A trajetória de Gabriel Medina rumo à disputa do título mundial no Havaí». ESPN. Consultado em 11 de maio de 2019 
  11. «Gabriel Medina triplica o faturamento com patrocínios em 2015». GQ. Consultado em 11 de maio de 2019 
  12. «Gabriel Medina é campeão mundial do HD World Junior Championship». Almasurf. Consultado em 11 de maio de 2019 
  13. Renato de Alexandrino (11 de março de 2014). «Gabriel Medina vence o WCT da Gold Coast». Globo.com/Radicais. Consultado em 10 de dezembro de 2014 
  14. Marjoriê Cristine (26 de agosto de 2014). «Mãe do surfista Gabriel Medina já sonha com título do WCT: 'Agora faltam só quatro etapas'». Extra. Consultado em 10 de dezembro de 2014 
  15. «Gabriel Medina completa manobra 'impossível' no Havaí: o backflip». globoesporte.com. Consultado em 28 de setembro de 2014 
  16. «Medina faz história com manobra inédita e nota 10 no WCT». O Globo. 14 de maio de 2016. Consultado em 11 de maio de 2019 
  17. GloboEsporte.comTaiarapu, Por; Taiti. «Medina vence Slater por 3 centésimos de diferença e leva o WCT do Taiti». globoesporte.com. Consultado em 11 de maio de 2019 
  18. «Em resultado polêmico, Gabriel Medina é vice em etapa portuguesa de surfe | Escola Riviera». Consultado em 11 de maio de 2019 
  19. «Gabriel Medina conquista o Pipe Masters e Jesse Mendes ganha a Tríplice Coroa Havaiana - Esportes». Estadão. Consultado em 11 de maio de 2019 
  20. Lancenet (6 de abril de 2019). «Gabriel Medina vence Yago Dora e avança às quartas na Austrália». Gazeta Online. Consultado em 11 de maio de 2019 
  21. «No minuto final, Gabriel Medina é campeão em Portugal». Terra. Consultado em 11 de maio de 2019 
  22. a b «Gabriel Medina é bicampeão mundial de surfe no Havaí». Globoesporte. Consultado em 17 de dezembro de 2018 
  23. «Gabriel Medina é o primeiro brasileiro campeão mundial de surfe - 19/12/2014 - Esporte». Folha de S.Paulo. Consultado em 11 de maio de 2019 
  24. «Gabriel Medina é campeão mundial de surfe». O Globo. Consultado em 20 de dezembro de 2014 
  25. «Rival é eliminado e Gabriel Medina vence título do Mundial de surfe». Folha de S Paulo. Consultado em 19 de dezembro de 2014 
  26. «Com nota 10, Medina vira, vai à semi e fica a uma bateria de ser bicampeão». esporte.uol.com.br. Consultado em 17 de dezembro de 2018 
  27. «Gabriel Medina é campeão mundial de surfe pela segunda vez». Folha de S.Paulo. 17 de dezembro de 2018. Consultado em 11 de maio de 2019 
  28. Redação do ge. «Medina acerta backflip, bate Filipe Toledo duas vezes e é tricampeão mundial da WSL» 
  29. «Gabriel Medina, campeão mundial de surfe, assume namoro com Tayná Hanada, surfista e modelo». Futebol Interior. Consultado em 11 de maio de 2019 
  30. «Gabriel Medina termina namoro, confirma assessoria». Capricho. Consultado em 11 de maio de 2019 
  31. OFuxico. «Gabriel Medina assume namoro com Yasmin Brunet» 
  32. «Como foi o casamento de Yasmin Brunet e Medina». OsPaparazzi. Consultado em 27 de janeiro de 2021 
  33. «Último post de Yasmin Brunet teve comentário de despedida de Gabriel Medina: "Você foi um anjo em minha vida" - Vogue | celebridade». vogue.globo.com. Consultado em 28 de janeiro de 2022 
  34. «Gabriel Medina e Yasmin Brunet se separam». G1. Consultado em 28 de janeiro de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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