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 Nota: Para outros significados, veja GNU (desambiguação).
GNU
GNU's not UNIX
Versão do sistema operativo Unix
Logótipo
GNU
Modelo Software livre
Núcleo GNU Hurd, GNU Linux-libre
Licença GNU General Public License entre outras
Página oficial www.gnu.org/
Estado de desenvolvimento
Em desenvolvimento

GNU é um sistema operacional tipo Unix cujo objetivo desde sua concepção é oferecer um sistema operacional completo e totalmente composto por software livre - isto é, que respeita a liberdade dos usuários.[1] Foi concebido por Richard Stallman em 1983, como um sistema operacional que seria montado por pessoas que trabalhavam juntas pela liberdade de todos os usuários de software para controlar sua computação.[1] O objetivo primário e contínuo do GNU é oferecer um sistema compatível com Unix que seria um software 100% livre. O nome do sistema, o GNU, é um acrônimo recursivo que significa GNU's Not Unix, uma maneira de prestar homenagem às ideias técnicas do Unix, enquanto ao mesmo tempo diz que o GNU é algo diferente. Tecnicamente, o GNU é como o Unix. Mas ao contrário do Unix, o GNU dá aos usuários liberdade.[1]

O GNU foi apoiado de várias maneiras pela Free Software Foundation, a organização sem fins lucrativos também fundada pela Richard Stallman para defender ideais de software livre. Entre outras coisas, a FSF aceita atribuições de direitos autorais e isenções de responsabilidade, para que possa atuar em tribunal em nome dos programas GNU. Para ser claro, contribuir com um programa para o GNU não requer a transferência de direitos autorais para a FSF. Se você atribuir direitos autorais, a FSF aplicará a General Public License (GPL) para o programa se alguém violar isso, se você manter os direitos autorais, a execução será sua.[1] A FSF denomina que sua missão é preservar, proteger e promover a liberdade de usar, estudar, copiar, modificar e redistribuir software de computador e defender os direitos dos usuários de Software Livre.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Richard Stallman fez o anúncio inicial do Projeto GNU em setembro de 1983. Uma versão mais longa, chamada de Manifesto GNU, foi publicada em março de 1985.[2] O desenvolvimento do GNU começou com Richard Stallman em 1984 com o objetivo de criar um "sistema operacional que seja completamente software livre". Este sistema operacional GNU deveria ser compatível com o sistema operacional Unix, de forma que fosse fácil de portar aplicativos e obter adeptos,[3] porém não deveria utilizar-se do código fonte deste.[2]

A partir de 1984, Stallman e vários programadores que abraçaram a causa, vieram desenvolvendo as peças principais de um sistema operacional, que inclui kernel, compilador de linguagem C, editores de texto, formatadores de texto, clientes de e-mail, interfaces gráficas, bibliotecas, jogos entre outros. O projeto começou em outubro de 1984 e em outubro de 1985 foi fundada a Free Software Foundation, inicialmente com o intuito de ajudar levantar fundos para o projeto GNU.[2]

Em 1992 o sistema operacional já estava quase completo, mas restava o núcleo ( "kernel" ) do sistema operacional. O grupo iniciado por Stallman vinha desenvolvendo um núcleo chamado Hurd. Porém, em 1992, um jovem finlandês chamado Linus Torvalds decidiu mudar a licença de seu núcleo para uma Licença livre compatível com a GPL do GNU.[4] Este núcleo era capaz de usar todas as peças do sistema operacional GNU, o que permitiu que, pela primeira vez desde o fechamento do código do sistema operacional Unix fosse possível executar um sistema completo totalmente livre. Este núcleo ficou conhecido como Linux, contração de Linus e Unix.[2][4] A combinação do kernel Linux com o quase completo sistema GNU resultou num sistema completo denominado GNU/Linux.[2] O projeto GNU não se limita ao cerne do sistema operacional, mas também visa fornecer um espectro de software (o que quer que os usuários desejem ter), e isso inclui aplicativos.[2]

Nomenclatura[editar | editar código-fonte]

Stallman escolheu o nome GNU porque este nome, além da coincidência com o mamífero Gnu, é um acrônimo recursivo de: GNU is Not Unix (em português: GNU Não é Unix).

Atualmente, o sistema operacional GNU com o núcleo Linux é conhecido como GNU/Linux, que é a forma como o projeto GNU quer que os utilizadores se refiram ao sistema completo[5], embora a maioria das pessoas mencionem o sistema completo apenas como Linux por uma questão de comodidade e sonoridade, especialmente depois da mídia referenciar o sistema completo apenas como "Linux" por questões estratégicas - uma vez que Linux, atualmente, não é mais sinônimo de software livre e sim do movimento open source.

Distribuições[editar | editar código-fonte]

A FSF apenas endossa as distribuições que seguem as diretrizes para distribuição de software livre[6] definidas pela fundação, o que inclui a composição exclusivamente por software livre da imagem de instalação do sistema operacional, assim como o repositório de pacotes oficial. A distribuição também não deve possuir processos que ofereçam a possibilidade de opção por software não livre, como a instalação drivers adicionais. Documentação, registros de marcas e patentes relativas a distribuição também são pontos de análise.

As seguintes distribuições são oficialmente recomendadas e aprovadas pela FSF[7]:

  • Blag, baseada no Fedora. (Descontinuada);
  • Dragora, distribuição independente baseada no conceito de simplicidade;
  • dyne:bolic, voltada para produção de áudio e vídeo;
  • Guix, distribuição GNU/Linux construída em torno do gerenciador funcional de pacotes GNU Guix;
  • gNewSense, baseada no Debian;
  • Musix, destinada à produção de áudio;
  • Parabola, baseada no Arch Linux;
  • Hyperbola, uma distribuição GNU/Linux-libre com foco na simplicidade e suporte de longo prazo baseada no Arch GNU/Linux, mais a estabilidade e segurança do Debian;
  • Trisquel, voltada para micro e pequenas empresas, usuários domésticos e centros educacionais;
  • PureOS, uma distribuição GNU baseada no Debian com um foco na privacidade, segurança e conveniência;
  • Ututo, primeira distribuição GNU/Linux totalmente livre reconhecida pelo Projeto GNU e baseada no Gentoo. (Atualmente no Ubuntu);
  • libreCMC é uma distribuição GNU/Linux para dispositivos com recursos bastante limitados como roteadores;
  • ProteanOS é uma distribuição nova, pequena e rápida para dispositivos embarcados.

Distribuições conhecidas de GNU/Linux, como Ubuntu, Linux Mint, Debian, não são recomendadas porque não atendem as diretrizes. No site do projeto GNU existe uma análise destas distribuições[8], detalhando os pontos que não corroboram com a política.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e «The GNU Operating System and the Free Software Movement». Free Software Foundation. 22 de março de 2015. Consultado em 14 de abril de 2015 
  2. a b c d e f «Overview of the GNU System». 16 de junho de 2017. Consultado em 18 de julho de 2017 
  3. «ArtigoHistoriaDoLinux < Main < Foswiki». wiki.rea.ufg.br (em inglês). Consultado em 21 de julho de 2017 
  4. a b «Release notes for the version 0.12 of the Kernel Linux». Linus. 23 de junho de 1993. Consultado em 14 de abril de 2015 
  5. «Por que GNU/Linux?». www.gnu.org. Consultado em 29 de julho de 2017 
  6. «Diretrizes para Distribuições de Sistemas Livres». www.gnu.org. Consultado em 29 de julho de 2017 
  7. «Distribuições Livres de GNU/Linux». www.gnu.org 
  8. «Explicando Por Que Não Apoiamos Outros Sistemas». www.gnu.org. Consultado em 29 de julho de 2017