Frederick Sanger – Wikipédia, a enciclopédia livre

Frederick Sanger
Frederick Sanger
Conhecido(a) por Sequenciamento de DNA
Nascimento 13 de agosto de 1918
Rendcomb
Morte 19 de novembro de 2013 (95 anos)
Nacionalidade Inglês
Alma mater St John's College (Cambridge)
Prêmios Medalha Corday–Morgan (1951), Nobel de Química (1958), Medalha Real (1969), Medalha Copley (1977), Prêmio Albert Lasker de Pesquisa Médica Básica (1979), Nobel de Química (1980)
Orientador(es)(as) Albert Neuberger
Orientado(a)(s) Rodney Porter, Elizabeth Blackburn
Instituições Universidade de Cambridge, Laboratório de Biologia Molecular
Campo(s) Bioquímica

Frederick Sanger OM, CH, CBE, FRS (Rendcombe, Gloucestershire, 13 de agosto de 191819 de novembro de 2013[1]) foi um bioquímico inglês.

Vida[editar | editar código-fonte]

É o segundo filho de Frederick Sanger, médico, e sua esposa, Cicely Sanger, nascida Crewdson.[2] Estudou na Escola Bryanston e, posteriormente concluiu o bacharelato em ciências naturais, em 1939, na St John's College de Cambridge. Criado como membro de um grupo religioso de tradição protestante, ele aprendeu a abominar a violência, e durante a Segunda Guerra Mundial ele foi um objector de consciência, tendo sido autorizado a prosseguir a sua investigação para o doutoramento.

Recebeu o Nobel de Química de 1958, por ter determinado a estrutura molecular da insulina. Conjuntamente com Walter Gilbert, recebeu novamente o Nobel de Química de 1980, por estudos sobre o DNA.

Inicialmente, destinado a estudar medicina, ficou interessado em bioquímica, porque alguns dos principais bioquímicos de todo o mundo, viviam em Cambridge, na altura. Ele completou seu doutoramento em 1943 sobre o metabolismo da lisina e mais um problema prático relativo ao azoto de batatas, de A. Neuberger. Descobriu ainda a estrutura das proteínas, mais conhecida como a insulina proteína. Também contribuiu para a determinação das sequências base do DNA.

Investigação[editar | editar código-fonte]

Sanger descobriu a sequência completa de aminoácidos de insulina, em 1955, provando que as proteínas têm estruturas definidas. Ele começou por separar e fragmentar a molécula de insulina através da mistura da enzima tripsina com uma solução de insulina. Posteriormente, então assumiu uma forma de cromatografia sobre a mistura aplicando uma pequena amostra da mesma para o final de uma folha de papel de filtro. Passou um solvente através do filtro de papel numa direcção, e uma corrente eléctrica, através do papel, no sentido oposto. Dependendo da sua solubilidade e de carga, os diferentes fragmentos de insulina mudaram-se para diferentes posições sobre o papel, criando um padrão distinto. Sanger chamou a esses padrões "impressões digitais". Tal como as impressões digitais dos humanos, esses padrões são característicos de cada proteína, e reprodutíveis. Reagrupou os pequenos fragmentos em sequências maiores para deduzir a estrutura completa da insulina, concluindo que a insulina tinha uma sequência precisa de aminoácidos. Foi graças a este êxito que ele recebeu seu primeiro Nobel de Química, em 1958.

Em 1975, ele desenvolveu o método da cadeia de rescisão de sequenciamento do DNA, também conhecido como o ‘’método rescisão Dideoxy’’ ou o ‘’método Sanger’’. Dois anos mais tarde ele usou a sua técnica, sequenciando com sucesso o genoma do fago Φ-X174; a primeira base de genoma do DNA totalmente sequenciada. Este tem sido de fundamental importância em projectos como o Projecto Genoma Humano, e ele recebeu seu segundo Nobel de Química, em 1980, juntamente com Walter Gilbert. Os outros únicos laureados a recebem um Prêmio Nobel duas vezes foram Marie Curie, Linus Pauling e John Bardeen. Ele é o único a receber dois prémios em química. Em 1979, foi congratulado com o Prémio Louisa Bruto Horwitz na Universidade de Columbia, juntamente com Walter Gilbert e Paul Berg, co-agraciados do Nobel de Química de 1980.

Recentemente[editar | editar código-fonte]

Frederick Sanger reformou-se em 1983. Em 1992, a Wellcome Trust e o Conselho de Investigação Médica fundou o Centro Sanger (que passou a Sanger Institute), em sua homenagem.

O Instituto Sanger, localizado próximo de Cambridge, Inglaterra, é um dos mais importantes centros de investigação do genoma, do mundo e desempenhou um papel proeminente na sequenciação do genoma humano. A sua única manifestação pública em duas décadas foi a de juntar o seu nome a uma carta de outros laureados com o Prémio Nobel, britânicos, protestando contra a guerra no Iraque. Referindo-se à sua juventude de objector de consciência, ele disse, "Eu ainda odeio a guerra. É por isso que assinei esta carta".

Em 2007, foi dada à Sociedade Britânica de Bioquímicos uma concessão por parte da Wellcome Trust para catalogar e preservar os 35 cadernos de laboratório, nos quais Sanger tinha gravado a sua notável investigação de 1958 a 1983. Referindo-se à esta questão, a revista "Science" constatou que Sanger, "a mais modesta pessoa que poderíamos conhecer", desfrutava agora o seu tempo fazendo jardinagem na sua casa em Cambridgeshire.

Mesmo na reforma, Sanger tem utilizado o seu amplo conhecimento do DNA ajudando cientistas e académicos actuais nos seus trabalhos.

Publicações selecionadas[editar | editar código-fonte]

Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


Precedido por
Alexander Todd
Nobel de Química
1958
Sucedido por
Jaroslav Heyrovský
Precedido por
Gilbert Roberts, Walter Thomas James Morgan e Michael Atiyah
Medalha Real
1969
com Charles William Oatley e George Deacon
Sucedido por
John Fleetwood Baker, William Albert Hugh Rushton e Kingsley Charles Dunham
Precedido por
Dorothy Crowfoot Hodgkin
Medalha Copley
1977
Sucedido por
Robert Burns Woodward
Precedido por
Herbert Charles Brown e Georg Wittig
Nobel de Química
1980
com Paul Berg e Walter Gilbert
Sucedido por
Roald Hoffmann e Ken'ichi Fukui


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