Forte do Topo – Wikipédia, a enciclopédia livre

Ponta e ilhéu do Topo, ilha de São Jorge.

O Forte do Topo localizava-se na ponta do Topo, na freguesia de Vila do Topo, concelho da Calheta, na ilha de São Jorge, nos Açores.

Em posição dominante sobre este trecho do litoral, numa ponta que se eleva a 55 metros acima do nível do mar, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa do porto de Vila do Topo contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

História[editar | editar código-fonte]

Foi este o ponto escolhido pelo nobre flamengo Willem van der Hagen (Guilherme da Silveira), para se estabelecer, por volta de 1480.

A fortificação foi erguida entre 1708 e 1710, no contexto da Guerra de Sucessão Espanhola (1702-1714), substituindo uma primitiva casa de vigia.[1] Encontra-se referido como "O Forte da Ponta do Topo sobre o mar." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710".[2]

A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862 informa que "Tem um pequeno quartel q. preciza de concerto" e que se encontrava em grande ruína e abandonado desde longos anos.[3]

Em 1867 foi cedido à Guarda Fiscal.[1]

O Tombo de 1883 regista que era de construção sofrível, e se encontrava muito degradado pela ação da erosão marinha.[4]

Em 1912 continuava sendo ocupado pela guarnição da Guarda Fiscal.[1]

A estrutura não chegou até aos nossos dias.

Os seus dois canhões, datados possivelmente de 1678, em precário estado de conservação, encontravam-se "espetados" no porto da freguesia.[5]

Características[editar | editar código-fonte]

Do tipo abaluartado, de pequenas dimensões, apresentava planta pentagonal irregular, com quatro canhoneiras rasgadas nos muros pelo lado do mar.

Referências

  1. a b c REZENDES, 2009. Consultado em 20 dez 2011.
  2. "Fortificações nos Açores existentes em 1710" in Arquivo dos Açores, p. 180. Consultado em 8 dez 2011.
  3. BASTOS, 1997:267.
  4. PEGO, 1998.
  5. REZENDES, 2010(b):14. Consultado em 20 dez 2011.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • BASTOS, Barão de. "Relação dos fortes, Castellos e outros pontos fortificados que se achão ao prezente inteiramente abandonados, e que nenhuma utilidade tem para a defeza do Pais, com declaração d'aquelles que se podem desde ja desprezar." in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LV, 1997. p. 267-271.
  • CASTELO BRANCO, António do Couto de; FERRÃO, António de Novais. "Memorias militares, pertencentes ao serviço da guerra assim terrestre como maritima, em que se contém as obrigações dos officiaes de infantaria, cavallaria, artilharia e engenheiros; insignias que lhe tocam trazer; a fórma de compôr e conservar o campo; o modo de expugnar e defender as praças, etc.". Amesterdão, 1719. 358 p. (tomo I p. 300-306) in Arquivo dos Açores, vol. IV (ed. fac-similada de 1882). Ponta Delgada (Açores): Universidade dos Açores, 1981. p. 178-181.
  • NEVES, Carlos; CARVALHO, Filipe; MATOS, Artur Teodoro de (coord.). "Documentação Sobre as Fortificações Dos Açores Existentes dos Arquivos de Lisboa – Catálogo". in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. L, 1992.
  • PEGO, Damião. "Tombos dos Fortes das Ilhas do Faial, São Jorge e Graciosa (Direcção dos Serviços de Engenharia do Exército)". in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LVI, 1998.
  • PEREIRA, António dos Santos. A Ilha de São Jorge (séculos XV-XVIII): contribuição para o seu estudo. Ponta Delgada (Açores): Universidade dos Açores, 1987. 628p. mapas, tabelas, gráficos.
  • VIEIRA, Alberto. "Da poliorcética à fortificação nos Açores: Introdução ao estudo do sistema defensivo nos Açores nos séculos XVI-XIX". in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. XLV, tomo II, 1987.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]