Flora da Suécia – Wikipédia, a enciclopédia livre

O abeto é a árvore mais abundante na Suécia.
O dente-de-leão é possivelmente a planta mais frequente da Suécia.

A Suécia estava coberta por enormes glaciares até há cerca de 13 000 anos. Com o derretimento da última calota glacial, o país foi sucessivamente ficando coberto por uma camada de vegetação, praticamente toda com origem no exterior. São muito poucas as espécies endémicas existentes.[1][2][3]

Hoje em dia existem cerca de 2 500 plantas vasculares, pertencentes a 156 famílias.[4]

Florestas[editar | editar código-fonte]

Floresta de pinheiros.

Cerca de metade da área da Suécia está coberta por florestas, das quais uns 4% são florestas primitivas. As árvores predominantes são o abeto (42%), o pinheiro (39%) e a bétula (12%). Outras árvores típicas são o carvalho, a faia, o olmo, o freixo, o zimbro, o salgueiro, o ácer, o choupo-tremedor, a tramazeira e o amieiro. No solo florestal abundam bagas - como o mirtilo e o arando-de-baga-vermelha, e flores - como a hepática e o lírio-do-vale.[5][6][7][8]

Alta montanha[editar | editar código-fonte]

Bétula de montanha.

Na alta montanha (fjäll) existe um limite das árvores (trädgränsen), para lá do qual não existem árvores, mas apenas arbustos e vegetação rasteira. Abaixo dessa linha há pequenas bétulas de montanha. Ainda mais abaixo, aparecem pinheiros, abetos e bétulas, com ramagens secas e nuas, devido ao frio e ao vento.[9][10]

Na primavera e no verão, abundam flores - como o chá-dos-alpes e o rododendro, e bagas - como a uva-de-urso-alpina, a amora-ártica, o oxicoco, o mirtilo e o arando-de-baga-vermelha.[11]

Bermas das estradas[editar | editar código-fonte]

As bermas das estradas e caminhos estão cheias de plantas com grande capacidade de sobrevivência, muitas delas apelidadas de "ervas daninhas". Elas têm seguido a presença do homem, e por vezes são as sobreviventes dos antigos prados e pastagens, antes da chegada da agricultura. Outras vezes são imigrantes vindas dos jardins - como os tremoceiros-de-jardim - ou das costas salgadas, atraídas pelo sal das estradas e pela abundância dos gases de escape dos veículos.[12][13]

Prados e pastagens[editar | editar código-fonte]

Nos prados e pastagens havia antigamente uma grande variedadade de plantas. Com o avanço da agricultura, silvicultura e pecuária, aliadas ao uso de fertilizantes, a maior parte desses terrenos apresenta hoje em dia uma flora com menor variedade. As gramíneas - caniços, "kvickrot", erva-de-cheiro - dominam frequentemente, sendo a paisagem na primavera e no verão salpicada por morangos-silvestres e numerosas flores - malmequeres, trevos, campânulas, hipericãos, verónicas, cicuta. Árvores folhosas como o carvalho, a bétula e a tramazeira completam a paisagem.[14][15]

Lagos, rios e pântanos[editar | editar código-fonte]

Um nenúfar-branco.

Entre as plantas que vivem na água dos lagos, podemos destacar os caniços, o nenúfar-branco, o nenúfar-amarelo (Nuphar lutea), o bunho, as "Typha".[16][17]

Nos numerosos pântanos e terrenos alagados, cobrindo uma área considerável do país, abunda a amora-branca-silvestre e o arando.

Costas rochosas e praias[editar | editar código-fonte]

As gramíneas Ammophila arenaria.

À beira-mar, a vegetação está adaptada à água salgada e ao vento forte e rigoroso, tendo muitas plantas folhas e caules suculentos e duros. Nas praias arenosas abundam gramíneas como as Ammophila arenaria. Nas praias rochosas proliferam as crambes.[18][19]

As regiões de vegetação da Suécia[editar | editar código-fonte]

As regiões de vegetação da Suécia.
As regiões biogeográficas da Europa.

Tradicionalmente, a Suécia é dividida em 5 regiões de vegetação (vegetationsregioner):

  • Região das florestas de folha caduca do Sul
  • Região das florestas de coníferas do Sul
  • Região das florestas de coníferas do Norte
  • Região das bétulas de montanha
  • Região da alta-montanha sem árvores

Segundo uma nova divisão, no âmbito da União Europeia, o país está abrangido por 5 regiões biogeográficas (bio-geographical regions ou biogeografiska regioner):[20]

  • Região alpina[21]
  • Região boreal[22]
  • Região continental[23]
  • Região marina atlântica[24]
  • Região marina báltica.[25]


As plantas endémicas da Suécia[editar | editar código-fonte]

De entre as poucas plantas endémicas da Suécia, podemos citar:[26]

  • "Gultåtel" (Deschampsia bottnica) - uma gramínea da costa báltica
  • "Brudkulla" (Gymnadenia runei) - uma orquídea da alta-montanha
  • "Oxel" (Sorbus intermedia) - uma árvore do Sul e Centro da Suécia
  • "Gotländsk nunneört" (Corydalis gotlandica) - uma gramínea da ilha da Gotlândia
  • "Ölandssolvända" (Helianthemum oelandicum) - uma planta da ilha da Öland

Plantas campestres comestíveis[editar | editar código-fonte]

Entre as plantas abundantes nos campos, que as pessoas colhem diretamente para ser usadas na alimentação, estão a urtiga, a azeda, a camomila, o dente-de-leão e o sabugueiro.[27]

Cogumelos comestíveis[editar | editar código-fonte]

Embora os fungos não sejam plantas, são muitas vezes incluídos em floras práticas.[28]
Quando o outono chega, a procura de cogumelos comestíveis é uma atividade frequente nos campos e florestas da Suécia. Entre as espécies mais procuradas estão a cantarela, a cantarela-funil e o boleto.[29]

Referências

  1. Nordin, Ingvar; Karl-Erik Ingeby, Siv Zetterqvist (1997). «Ut i Sveriges flora». Ut i Sveriges flora. Våra vanligaste vilda växter i färg (em sueco). Partille: Pedagogisk information. p. 2. 160 páginas. ISBN 91-86404-20-2 
  2. Melin, Jan; Johansson, Alf; Hedenborg, Susanna (setembro de 2006). «Forntiden». Sveriges historia. Koncentrerad uppslagsbok, fakta, årtal, kartor, tabeller (em sueco). Estocolmo: Prisma. p. 12-13. 511 páginas. ISBN 9789151846668 
  3. Kahnberg, Alf; Gösta Lindeberg (1963). «Forntiden». Genom tiderna (em sueco). Lund: Gleerup. p. 8-9. 369 páginas. LIBRIS-ID:1557880 
  4. Miranda, Ulrika Junker; Anne Hallberg (2007). «Vilda växter i Sverige». Bonniers uppslagsbok (em sueco). Estocolmo: Albert Bonniers Förlag. p. 462. 1143 páginas. ISBN 91-0-011462-6 
  5. «Fakta om skogen» (em sueco). Direção Geral das Florestas (Skogsstyrelsen). Consultado em 25 de abril de 2016. Arquivado do original em 12 de maio de 2016 
  6. Rydstedt, Bjarne; Georg Andersson, Torsten Bladh, Per Olof Köhler, Karl-Gustaf Thorén, Mona Larsson (1987). «I skogen». Land och liv 1 (em sueco). Estocolmo: Natur och Kultur. p. 126-141. 216 páginas. ISBN 91-27-62563-X 
  7. «Skogen är till för alla - Bär» (em sueco). Sveaskog. Consultado em 25 de abril de 2016 
  8. Upton, Nick; Sverre Sjölander (1998). Vårt levande Europa. En upptäcktsfärd i Europas mångskiftande natur (em sueco). Estocolmo: Sveriges radio. p. 41-47. 191 páginas. ISBN 91-522-1812-0 
  9. Rydstedt, Bjarne; Georg Andersson, Torsten Bladh, Per Olof Köhler, Karl-Gustaf Thorén, Mona Larsson (1987). «På fjället». Land och liv 1 (em sueco). Estocolmo: Natur och Kultur. p. 178-184. 216 páginas. ISBN 91-27-62563-X 
  10. «Träden» (em sueco). Nationellt Resurscentrum för Biologi och Bioteknik. Consultado em 25 de abril de 2016 
  11. «Fjällens blommor och bär» (em sueco). Nationellt Resurscentrum för Biologi och Bioteknik. Consultado em 25 de abril de 2016 
  12. Lind, Åsa; Lars Jonsson, Maj Fagerberg (2004). «Dikeskanten». Din egen flora (em sueco). Estocolmo: Rabén & Sjögren. p. 44-45. 109 páginas. ISBN 91-29-66143-9 
  13. Miranda, Ulrika Junker; Anne Hallberg (2007). «Vilda växter i Sverige». Bonniers uppslagsbok (em sueco). Estocolmo: Albert Bonniers Förlag. 1143 páginas. ISBN 91-0-011462-6 
  14. Rydstedt, Bjarne; Georg Andersson, Torsten Bladh, Per Olof Köhler, Karl-Gustaf Thorén, Mona Larsson (1987). «Ängen». Land och liv 1 (em sueco). Estocolmo: Natur och Kultur. p. 6-17. 216 páginas. ISBN 91-27-62563-X 
  15. «Den virtuella floran» (em sueco). Naturhistoriska riksmuseet. Consultado em 5 de maio de 2016 
  16. Rydstedt, Bjarne; Georg Andersson, Torsten Bladh, Per Olof Köhler, Karl-Gustaf Thorén, Mona Larsson (1987). «På mossen». Land och liv 1 (em sueco). Estocolmo: Natur och Kultur. p. 170-177. 216 páginas. ISBN 91-27-62563-X 
  17. «Fakta: Djur och växter i sötvatten» (em sueco). Nationellt Resurscentrum för Biologi och Bioteknik. Consultado em 25 de abril de 2016 
  18. «Sandstränder - Havsstränder» (em sueco). Den virtuella floran. Consultado em 26 de abril de 2016 
  19. Rydstedt, Bjarne; Georg Andersson, Torsten Bladh, Per Olof Köhler, Karl-Gustaf Thorén, Mona Larsson (1987). «Vid kusten». Land och liv 1 (em sueco). Estocolmo: Natur och Kultur. p. 54-67. 216 páginas. ISBN 91-27-62563-X 
  20. http://bd.eionet.europa.eu/activities/Natura_2000/chapter1
  21. http://ec.europa.eu/environment/nature/info/pubs/docs/brochures/nat2000_alpine.pdf
  22. http://ec.europa.eu/environment/nature/info/pubs/docs/brochures/nat2000_boreal.pdf
  23. http://ec.europa.eu/environment/nature/info/pubs/docs/brochures/nat2000_continental.pdf
  24. http://ec.europa.eu/environment/nature/info/pubs/docs/brochures/nat2000_atlantic.pdf
  25. Wenche Eide (redator). «Arter & naturtyper i habitatdirektivet – bevarandestatus i Sverige 2013» (PDF) (em sueco). SLU. Consultado em 25 de abril de 2016. Arquivado do original (PDF) em 9 de maio de 2016 
  26. Nordin, Ingvar; Karl-Erik Ingeby, Siv Zetterqvist (1997). «Ut i Sveriges flora». Ut i Sveriges flora. Våra vanligaste vilda växter i färg (em sueco). Partille: Pedagogisk information. p. 2. 160 páginas. ISBN 91-86404-20-2 
  27. Skoglund, Lotta; Bo Lundwall (2016). «Tio ätliga växter». Tillbaka till naturen. Allt du glömt och lite till (em sueco). Estocolmo: Massolit. p. 87-97. 159 páginas. ISBN 9789176610473 
  28. Karlla Patrícia. «Por que cogumelo não é planta?». Diário de Biologia. Consultado em 12 de novembro de 2016 
  29. Skoglund, Lotta; Bo Lundwall (2016). «Tio goda svampar». Tillbaka till naturen. Allt du glömt och lite till (em sueco). Estocolmo: Massolit. p. 159. ISBN 9789176610473 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • «Den virtuella floran» (em sueco). Museu Sueco de História Natural (Naturhistoriska riksmuseet). Consultado em 25 de abril de 2016 
  • Mossberg, Bo; Lennart Stenberg (2010). Den nya nordiska floran (em sueco). Estocolmo: Bonnier Fakta. 928 páginas. ISBN 9789174240955 
  • Mossberg, Bo; Lennart Stenberg (2006). Svensk fältflora (em sueco). Estocolmo: Wahlström & Widstrand. 316 páginas. ISBN 91-46-21336-8 
  • Rydstedt, Bjarne; Georg Andersson, Torsten Bladh, Per Olof Köhler, Karl-Gustaf Thorén, Mona Larsson (1987). Land och liv 1 (em sueco). Estocolmo: Natur och kultur. 216 páginas. ISBN 91-27-62563-X 
  • Nordin, Ingvar; Karl-Erik Ingeby, Siv Zetterqvist (1997). Ut i Sveriges flora. Våra vanligaste vilda växter i färg (em sueco). Partille: Pedagogisk information. 160 páginas. ISBN 91-86404-20-2 
  • Micaux, Wandrille; Eliann Oddbratt (2007). Vildaväxter. Blomsterordlista på fjorton språk (Vocabulário botânico em 14 línguas) (em sueco). Estocolmo: Norstedts akademiska förlag. 197 páginas. ISBN 9789172275157 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]