Flatulência – Wikipédia, a enciclopédia livre

Flatulência
Especialidade gastrenterologia
Classificação e recursos externos
CID-10 R14
CID-9 787.3
CID-11 1247223172
MeSH D005414
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Uma flatulência humana

Flatulência ou flato (do latim flatus, sopro) é uma ventosidade anal que pode ser ruidosa ou não e que tem um cheiro fétido. Tem origem nos gases que são ingeridos juntamente com a comida e, minoritariamente, nos gases acumulados durante o processo de digestão dos animais, na etapa de decomposição dos resíduos orgânicos dentro do intestino. Um desses processos é a fermentação de carboidratos por bactérias. A intensificação da flatulência pode ocorrer em pessoas que falam ao comer ou que comem muito depressa, ou em pessoas que sofrem de parasitoses intestinais.[carece de fontes?]

Características[editar | editar código-fonte]

Um dos seus componentes é o metano (ou Gás-dos-pântanos, Hidreto de metila), de densidade 0,722 gramas por decímetro cúbico, portanto mais leve que o oxigênio e que tende sempre a subir rapidamente. Este é um gás facilmente inflamável, incolor e contribui 21 vezes mais do que o dióxido de carbono para o efeito estufa.[1]

Mais de 99% do volume de uma flatulência é composto por gases inodoros.[2][3] Nos humanos, o gás é expelido aproximadamente a uma velocidade de 0,035 metros por segundo, podendo atingir picos de 0,1 metro por segundo.

Odor[editar | editar código-fonte]

O odor dos flatos provém de pequenas quantidades de sulfeto de hidrogênio (gás sulfídrico) e enxofre e os mercaptanos livres na mistura. Quanto mais rica em enxofre for a dieta, mais desses gases vão ser produzidos pelas bactérias no intestino, fazendo portanto com que estes gases cheirem ainda pior.

Alimentos como cebola, couve-flor e ovos são notórios por produzirem esses gases. As leguminosas, como o feijão ou grãos, por exemplo, produzem grandes quantidades de gases, não necessariamente fétidos. Isso se deve à presença de açúcares que os seres humanos não conseguem digerir. Quando esses açúcares chegam aos intestinos, as bactérias produzem uma enorme quantidade de gás. Outros produtores notórios de gases são milho, pimenta, repolho e leite.

Representação cómica da flatulência

Cultura popular[editar | editar código-fonte]

Muitos pensam que as eructações, popularmente chamadas de "arroto", são os flatos sendo expelidos pela boca. Mas essa inferência é um conceito popular infundado, já que os gases que formam o flato são produzidos no intestino, e os da eructação, pelo estômago.

Na linguagem coloquial, flatulência é muitas vezes referida vulgarmente como pum (onomatopeia),[4] peido (do latim peditu),[5] bufa, gases, bomba, traque (onomatopeia),[6] pu (onomatopeia),[7] dentre outros.

Ver também[editar | editar código-fonte]

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Referências

  1. Gases intestinais ou flatulência - Consultado em 21 de Setembro de 2013
  2. Tangerman, Albert (1 de outubro de 2009). «Measurement and biological significance of the volatile sulfur compounds hydrogen sulfide, methanethiol and dimethyl sulfide in various biological matrices». Journal of Chromatography B. 877 (28): 3366–3377. PMID 19505855. doi:10.1016/j.jchromb.2009.05.026  (em inglês)
  3. Tomlin, J; Lowis, C; Read, NW (junho de 1991). «Investigation of normal flatus production in healthy volunteers.». Gut. 32 (6): 665–9. PMC 1378885Acessível livremente. PMID 1648028  (em inglês)
  4. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 417.
  5. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 295.
  6. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 705.
  7. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 414.