Filha do Faraó (esposa de Salomão) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Rei Salomão e filha do Faraó

A filha do Faraó é uma figura na Bíblia Hebraica descrita como tendo se casado com Salomão para cimentar uma aliança política entre o Reino de Israel e Egito.

Narrativa bíblica[editar | editar código-fonte]

Embora não haja evidências arqueológicas de um casamento entre uma princesa egípcia, filha de um Faraó, e um rei de Israel, afirmações sobre um casamento são feitas em vários lugares na Bíblia Hebraica.

Uma aliança matrimonial[editar | editar código-fonte]

  • 1 Reis 3:1 diz: "E Salomão se aliou a Faraó, rei do Egito, por casamento, e tomou a filha de Faraó, e a trouxe para a cidade de Davi, até que ele acabou de construir sua própria casa, e a casa do Senhor, e o muro de Jerusalém ao redor."

O fato da filha do Faraó ter sido destacada nos relatos de Salomão é significativo, pois um tratamento semelhante não é dado as suas setecentas esposas, princesas e trezentas concubinas. Alguns estudiosos acreditam que esse exemplo único ocorreu porque esse casamento em particular "demonstra a riqueza e o poder da monarquia hebraica, pois as filhas do Faraó não costumavam casar fora da própria família e talvez indique a fraqueza do egípcio reino neste momento."[1] Outro estudioso aponta que se casar com a filha do Faraó é significativo à luz da história do Êxodo, "Um descendente de ex-escravos egípcios agora se tornou genro do Faraó".[2] A maioria dos estudiosos acredita que a aliança foi resultado da reputação do pai de Salomão, "Sob Davi, Israel se tornou um fator a ser considerado na política oriental, e o Faraó achou prudente garantir sua amizade."[3] A aliança por meio do casamento é visto pelos estudiosos como a razão para o aumento relatado no comércio com o Egito em 1 Reis 10:28-29.[1]

Gezer como dote[editar | editar código-fonte]

Localização da cidade de Gezer

A narrativa diz que a cidade cananeia de Gezer nunca havia sido conquistada pelos israelitas, sendo que os cananeus vivia entre eles. Essa situação mudou quando o exército egípcio invadiu a cidade, limpou etnicamente a população e o faraó a entregou à filha como presente de casamento, pelo que se tornou propriedade de Israel.[4]

O historiador Flávio Josefo dá um relato semelhante em sua obra (Antiguidades Judaicas):

Palácio[editar | editar código-fonte]

De acordo com 1 Reis 9: 20-23, Salomão escravizou todos os povos cananeus que restaram em Israel: amorreus, hititas, perizeus, heveus e os jebuseus. Os escravos produziram muitas estruturas para Salomão, incluindo um palácio para a filha do Faraó.

  • 1 Reis 7:8–12

"E [Salomão construiu] a sua casa onde pudesse habitar, no outro átrio, dentro do alpendre, era da mesma obra. Fez também uma casa para a filha de Faraó, a quem Salomão casou, como este alpendre. Todas essas eram de pedras caras, de acordo com as medidas de pedras lavradas, serradas com serras, por dentro e por fora, desde a fundação até a cobertura, e assim por fora até o grande pátio. E o fundamento era de pedras preciosas, mesmo grandes pedras, pedras de dez côvados e pedras de oito côvados. E acima havia pedras caras, segundo a medida de pedras lavradas, e cedro. E o grande átrio ao redor tinha três fileiras de pedra lavrada e uma fileira de vigas de cedro, como o átrio interno da casa do Senhor e o átrio do pórtico da casa."

Referências

  1. a b Gerald A. Larue. «Old Testament Life and Literature (1968)» 
  2. Dr. Thomas L. Constable (2006). «Notes on 1 Kings» (PDF) 
  3. Gabriel Oussani (1912). «Solomon». The Catholic Encyclopedia 
  4. «Gezer — BIBLIOTECA ON-LINE da Torre de Vigia». wol.jw.org. Consultado em 5 de agosto de 2021 
  5. William Whiston. «Antiquities of the Jews, Bk 8, Ch 6»