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Felix Adler
Felix Adler
Felix Adler, Presidente do Comitê Nacional do Trabalho Infantil. Cerca de 1913. Atribuição a Lewis Wickes Hine
Nascimento 13 de agosto de 1851
Alzey
Morte 24 de abril de 1933 (81 anos)
Nova Iorque
Sepultamento Cemitério Mount Pleasant
Cidadania Estados Unidos
Progenitores
  • Samuel Adler
Cônjuge Helen Goldmark Adler
Alma mater
Ocupação filósofo, roteirista, professor universitário, escritor, autor, especialista em literatura, líder espiritual, eticista, literata(o)
Empregador(a) Universidade Cornell, Universidade Columbia
Obras destacadas New York Society for Ethical Culture
Movimento estético Movimento ético
Religião Judaísmo
Assinatura

Felix Adler (Alzey, 13 de agosto de 1851 — Nova Iorque, 24 de abril de 1933) foi um filósofo americano de origem judaico-alemã. Foi professor de hebraico e Literatura oriental na Universidade Cornell, em Ithaca, Nova Iorque. Adler foi ainda um intelectual racionalista, conferencista popular, líder religioso e reformista social, que fundou o movimento de Cultura Ética e é tido como uma das principais influências do judaísmo humanístico moderno.

Cronologia[editar | editar código-fonte]

Adler nasceu em Alzey, Alemanha, filho do rabino Samuel Adler. A família imigrou da Alemanha para os Estados Unidos, quando Felix tinha seis anos de idade, por ocasião do seu pai ter recebido a nomeação como rabino chefe do Templo Emanu-El, em Nova Iorque.

Depois de graduar-se na Universidade Columbia em 1870, Felix Adler foi para a Alemanha, onde recebeu o grau de doutorado na Universidade de Heidelberg. De 1874 a 1876 trabalhou no Departamento de História da Universidade Cornell como professor de línguas orientais e hebraico antes que sua "atitude perigosa" o obrigasse a deixar a Universidade. Permaneceu ainda como profissional associado de John Frankenheimer de Cornell, advogado em Manhattan e avô do produtor de Hollywood, John Frankenheimer.

Retornou a Nova Iorque e pregou alguns sermões no Templo Emanu-El, onde seu pai ainda estava como rabino chefe. Ficou conhecido pela omissão de referência a Deus, em qualquer um dos seus sermões, uma abordagem heterodoxa, que fez com que muitos na comunidade judaica de Nova Iorque suspeitassem dele e acabou com qualquer possibilidade de suceder seu pai.

Posteriormente, com a idade de vinte e quatro anos, Adler fundou a Sociedade para a Cultura Ética de Nova Iorque, em 1876. Seu sermão, em 15 de maio de 1876, é considerado o marco da criação da religião que ele chamou de Cultura Ética. Suas palestras antes desta sociedade, aos domingos, em Nova Iorque eram conhecidos e populares, e eram rotineiramente relatados no New York Times. A crença de Adler nos fatos, mais do que no credo levou sua sociedade a promover dois projetos inovadores. Em 1877, o NYSEC patrocinou o programa "Visita da Enfermagem", onde enfermeiros e, se necessário médicos, iam para os bairros de população mais pobre visitar os doentes nas casas. Este serviço foi finalmente incorporado ao sistema de saúde de Nova Iorque. Um ano depois, em 1878, um jardim de infância foi criado como uma escola gratuita para os filhos de trabalhadoras. Ele transformou-se, ao longo do tempo, na Escola de Cultura Ética.

Em 1902, foi dada a Adler a cadeira de Ética política e social na Universidade Columbia, que ocupou até sua morte em 1933.

Bem conhecido como conferencista e escritor, Adler serviu como reitor da Escola de Cultura Ética até sua morte em 1933. Ao longo de sua vida, sempre olhou para além das preocupações imediatas da família, trabalho e raça para o desafio em longo prazo da reconstrução das instituições como escolas e governo para promover uma maior justiça nas relações humanas. Dentro da filosofia ética de Adler, a cooperação ao invés da competição permaneceu sendo o maior valor social. Ele deu uma série de seis palestras sobre "A Ética do Matrimônio" na temporada 1896-97 do Instituto Lowell.

Adler foi o presidente fundador da Comissão Nacional do Trabalho Infantil em 1904. Lewis Hine tornou-se o fotógrafo da comissão em 1908. Em 1917, Adler trabalhou no Escritório pelas Liberdades Civis, que mais tarde tornou-se o Escritório Americano pelas Liberdades Civis e, em seguida, a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU). Em 1928 tornou-se presidente da divisão leste da Associação Americana Filosófica. Trabalhou na primeira Comissão Executiva da Liga Nacional Urbana.

Reforma imobiliária[editar | editar código-fonte]

Como membro da Comissão Imobiliária de Apartamentos do Estado de Nova Iorque, Adler preocupou-se não só com a superlotação, mas também com o aumento de casos de doenças contagiosas causado pela superlotação. Embora não fosse um proponente da habitação pública gratuita, Adler discursou sobre reforma imobiliária e as rendas dos aluguéis, que considerou exorbitante. Jacob Riis escreveu que Adler tinha "questionamentos incisivos claros que deixavam de lado todos os subterfúgios para ir direto à raiz do problema".

Em 1885, Adler e outros criaram a Companhia de Construção de Apartamentos, a fim de construir apartamentos "modelos", que alugavam por $8–$14 dólares por mês. Em 1887 seis edifícios modelo foram construídos no Lower East Side, em Manhattan, num total de 155 000 dólares. Mesmo com as leis restritivas para a melhoria de vida dos conjuntos habitacionais, o apartamento modelo foi um passo à frente.

Política externa americana[editar | editar código-fonte]

Até o final da década de 1890, com o aumento dos conflitos internacionais, Adler mudou o foco de sua preocupação com questões internas para os assuntos da política externa americana. Enquanto alguns contemporâneos viam a Guerra Hispano-Americana de 1898 como um ato para libertar Cuba do domínio espanhol, outros entendiam as vitórias dos Estados Unidos no Caribe e Filipinas, como o surgimento de um império expansionista. Adler, no início, apoiou a guerra, mas depois expressou a preocupação com a soberania americana sobre as Filipinas e Porto Rico, concluindo que um objetivo imperialista em vez de democrático estava a orientar a política externa americana. A Cultura Ética prestigia "o valor supremo da pessoa" e Adler sobrepôs este princípio às relações internacionais, acreditando que nenhum grupo pode reivindicar a superioridade de suas instituições e estilo de vida.

Ao contrário de muitos de seus contemporâneos, durante a Primeira Guerra Mundial, Adler não sentiu que a derrota da Alemanha por si só, tornaria o mundo mais seguro para a democracia. A paz só poderia ser alcançada, ele pensava, se os governos democráticos representativos permanecessem não-imperialista e se a corrida armamentista fosse reprimida. Adler opôs-se ao Tratado de Versalhes e à Liga das Nações. Como alternativa, Adler propôs um "Parlamento dos Parlamentos", eleito pelos órgãos legislativos das diferentes nações e composto de diferentes classes de pessoas, em vez de interesses especiais, de modo que as diferenças comuns e não as nacionais iriam prevalecer.

Filosofia[editar | editar código-fonte]

Enquanto que o movimento da Cultura Ética, que Adler fundou era aberto às pessoas de diversas crenças, o próprio Adler desenvolveu e promoveu a sua particular visão de uma filosofia moral essencialmente kantiana, que valorizava o trabalho público e o uso da razão para o desenvolvimento final de padrões éticos. Adler publicou obras como: Creed and Deed (1878), Moral Instruction of Children (1892), Life and Destiny (1905), The Religion of Duty (1906), Essentials of Spirituality (1908), An Ethical Philosophy of Life (1918), The Reconstruction of the Spiritual Ideal (1925), e Our Part in this World. Fez uso das ideias da religião em que nasceu, e das filosofias de Kant e Ralph Waldo Emerson, misturadas com certas ideias socialistas de seu tempo. Acreditava que o conceito de um deus pessoal era desnecessário e que a personalidade humana é a força central da religião, que as diferentes interpretações das pessoas das religiões deveriam ser respeitadas como coisas religiosas em si.

Trabalhos[editar | editar código-fonte]

Citações[editar | editar código-fonte]

Discursos[editar | editar código-fonte]

Reportagens no New York Times[editar | editar código-fonte]

Os arquivos do New York Times contêm: reportagens sobre os discursos proferidos por Felix Adler, bem como um grande número de cartas e artigos de ou sobre Adler.

Livros[editar | editar código-fonte]

Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]