Fasíladas – Wikipédia, a enciclopédia livre

Fasíladas
Fasíladas
Nascimento 20 de novembro de 1603
Sultanato de Xoa
Morte 18 de outubro de 1667
Progenitores
  • Susenyos
Filho(a)(s) Yohannes I
Ocupação Imperador da Etiópia

Fasíladas [1] ou Fasílides (em língua ge'ez: ፋሲልደስ Fāsīladas) (1603 - 18 de outubro de 1667) foi um nəgusä nägäst (imperador etíope) da dinastia salomónica, que governou a Etiópia entre 1632 e 1667. Era filho do imperador Susenyos (Sisínio) e da imperatriz Sultana Mogassa. Nasceu em Magazaz, em Shewa. Fasíladas é conhecido por ter fundado a cidade de Gondar em 1632, estabelecendo-a como capital da Etiópia.[2]

Reinado[editar | editar código-fonte]

Palácio de Fasíladas em Gondar.

Fasíladas foi proclamado imperador em 1630, durante uma revolta encabeçada por Sersa Krestos, mas não tomou realmente o trono senão com a abdicação do seu pai em 1632. A partir do início do seu reinado, procurou reestabelecer o poder da tradicional Igreja Ortodoxa Etíope. Preocupou-se em restaurar as antigas relações que existiam entre a igreja etíope e o Patriarca de Alexandria. Confiscaram-se as terras dos jesuítas em Dankaz e em outras partes do império, atribuindo-se a Fremona. Quando soube que os portugueses tinham bombardeado Mombaça, Fasíladas julgou que o sacerdote católico Afonso Mendes estaria por trás do ato e decidiu expulsar os jesuítas que ainda havia nas suas terras.[3][4]

Fasíladas construiu um palácio de pedra e argamassa em Gondar, a norte do lago Tana, para passar a estação das chuvas, e complexos residenciais em Bagemeder, em Aringo, e Godjam, em Yebaba. Porém, já o seu pai e provavelmente o soberano Sarsa Dengel (1563-1597) antes dele haviam construído edifícios em Dambya, ao redor do lago Tana, e o jesuíta Pedro Páez, a pedido do imperador Susenyos (Sisínio), pai de Fasíladas, construiu um palácio de pedra em Godjam.[5]

Em 1637 Fasíladas organizou uma campanha militar contra o povo Agaw, cujas terras foram ocupadas durante o resto do seu reinado, repelindo os ataques dos oromo no seu reino e realizando expedições punitivas contra os Agaw. Em 1664 enviou uma embaixada à Índia para felicitar a ascensão de Aurangzeb ao trono do Império Mogol. Em 1666, na sequência da revolta do seu filho Dawit, Fasíladas mandou-o encarcerar em Wehni, revivendo a antiga prática de confinar os membros problemáticos de família imperial no topo de uma montanha. No ano seguinte, Fasíladas morreria em Azazo, a cinco milhas a sul de Gondar, e foi sepultado no mosteiro de Santo Estêvão, na ilha Daga, no lago Tana.[6]

Referências

  1. VV.AA. (1999). Lusitania Sacra - 2a Série - Tomo 11. [S.l.]: Univ. Católica Portuguesa 
  2. UNESCO. «Correio da UNESCO n° 8, "En el país del rey de la lengua colgante"». Consultado em 27 de março de 2020 
  3. J. Perruchon (1897). Notes pour l’histoire de l’Éthiopie. Règne de Fasiladas (Alam-Sagad) (1632-1667). [S.l.]: Revue sémitique, 5. pp. 360–372 
  4. M.J. Ramos (2000). Histórias Etíopes - Diário de Viagem. [S.l.]: Assírio e Alvim 
  5. Hervé Pennec (2003). Des Jésuites au royaume du Prêtre Jean (Éthiopie). Stratégies, rencontres et tentatives d’implantations, 1495-1633. [S.l.]: fundação Calouste Gulbenkian 
  6. UNESCO. «The intangible treasures of lake Tana». Consultado em 27 de março de 2020 

Precedido por
Susenyos (Sisínio)
Imperador da Etiópia
1632-1667
Sucedido por
Yohannes I (João)