Fadiga – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Para outros significados, veja Fadiga (desambiguação).
"A Costureira Cansada", tela de Angelo Trezzini (1827-1904).

A palavra fadiga (ou também cansaço) é usada cotidianamente para descrever uma série de males subjetivos intrínsecos que vão desde um estado genérico de letargia até uma sensação específica de calor nos músculos provocada pelo trabalho intenso. Fisiologicamente, "fadiga" descreve a incapacidade de continuar funcionando ao nível normal da capacidade pessoal[1][2][3] devido a uma percepção ampliada do esforço.[4] Fadiga é onipresente na vida cotidiana, mas geralmente torna-se particularmente perceptível durante exercícios pesados. É o chamado esgotamento, na essência da palavra.

A fadiga possui duas formas; uma se manifesta como uma incapacidade muscular local para desenvolver um trabalho e a outra se manifesta como uma sensação abrangente de falta de energia, corporal ou sistêmica. Devido a estas duas facetas divergentes de sintomas de fadiga, tem sido proposto que as causas da fadiga sejam encaradas sob perspectivas "central" e "periférica".[5][6]

A fadiga pode ser perigosa quando são realizadas tarefas que demandem concentração constante, tais como dirigir um veículo. Quando uma pessoa está suficientemente fatigada, ele ou ela pode experimentar períodos de microssono (perda de concentração). Todavia, testes cognitivos objetivos deverão ser feitos para diferenciar os déficits neurocognitivos dos males cerebrais daqueles atribuíveis ao cansaço.

Acredita-se que a sensação de fadiga origina-se no sistema ativador reticular na base do cérebro. Estruturas musculo-esqueléticas podem ter co-evoluído com estruturas cerebrais apropriadas de modo que todo o conjunto funcione de forma construtiva e adaptativa.[7] Os sistemas conjuntos de músculos, juntas e funções proprioceptivas e cinestésicas mais partes do cérebro evoluem e funcionam conjuntamente de forma unitária).[8]

Tipos[editar | editar código-fonte]

A fadiga pode ser tanto física quanto mental. A fadiga física é a incapacidade de continuar funcionando no nível de suas habilidades normais; uma pessoa com fadiga física não pode erguer uma caixa tão pesada ou andar o mais longe que pudesse se não estivesse fatigada.[9][10][11]

Fadiga mental, por outro lado, manifesta-se em sonolência ou lentidão. Uma pessoa com fadiga mental pode adormecer, reagir muito lentamente ou desatenta. Com microsleep s, a pessoa pode não perceber que ele estava dormindo. Sem a quantidade adequada de sono, parecerá que certas tarefas parecem complicadas, a concentração diminuirá e acabará resultando em erros fatais.[12]

Causas e consequências[editar | editar código-fonte]

A fadiga pode ser um sintoma de um problema médico, mas mais comumente é uma reação fisiológica normal ao esforço, falta de sono, tédio, alterações nos horários de sono-vigília (incluindo jet lag) ou estresse.

Em alguns casos, dirigir após 18 a 24 horas sem dormir equivale a um teor alcoólico no sangue de 0,05% a 0,10%.[13]

Lista de condições associadas[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Gandevia SC (1992). «Some central and peripheral factors affecting human motoneuronal output in neuromuscular fatigue». Sports medicine (Auckland, N.Z.). 13 (2): 93-8. PMID 1561512 
  2. Hagberg M (1981). «Muscular endurance and surface electromyogram in isometric and dynamic exercise». Journal of applied physiology: respiratory, environmental and exercise physiology. 51 (1): 1-7. PMID 7263402 
  3. Hawley JA, Reilly T (1997). «Fatigue revisited». Journal of sports sciences. 15 (3): 245-6. PMID 9232549 
  4. Enoka RM, Stuart DG (1992). «Neurobiology of muscle fatigue». J. Appl. Physiol. 72 (5): 1631-48. PMID 1601767 
  5. Gandevia SC, Enoka RM, McComas AJ, Stuart DG, Thomas CK (1995). «Neurobiology of muscle fatigue. Advances and issues». Adv. Exp. Med. Biol. 384: 515-25. PMID 8585476 
  6. Kent-Braun JA (1999). «Central and peripheral contributions to muscle fatigue in humans during sustained maximal effort». European journal of applied physiology and occupational physiology. 80 (1): 57-63. PMID 10367724 
  7. Edelman, Gerald Maurice (1989). The remembered present: a biological theory of consciousness. Nova York: Basic Books. ISBN 0-465-06910-X 
  8. Kelso, J. A. Scott (1995). Dynamic patterns: the self-organization of brain and behavior. Cambridge, Mass: MIT Press. ISBN 0-262-61131-7 
  9. Gandevia SC (1992). «Some central and peripheral factors affecting human motoneuronal output in neuromuscular fatigue». Sports Medicine. 13 (2): 93–8. PMID 1561512. doi:10.2165/00007256-199213020-00004 
  10. Hagberg M (1981). «Muscular endurance and surface electromyogram in isometric and dynamic exercise». Journal of Applied Physiology. 51 (1): 1–7. PMID 7263402 
  11. Hawley JA, Reilly T (1997). «Fatigue revisited». Journal of sports sciences. 15 (3): 245–6. PMID 9232549. doi:10.1080/026404197367245 
  12. http://www.betterhealthusa.com/public/235.cfm
  13. «CDC Features - Drowsy Driving: Asleep at the Wheel». www.cdc.gov. Consultado em 13 de outubro de 2015 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Em inglês[editar | editar código-fonte]

Em português[editar | editar código-fonte]