Exclusão social – Wikipédia, a enciclopédia livre

A exclusão social é um processo caracterizado pelo afastamento de pessoas de todas as instâncias da vida social. Por ser, no entanto, um processo polissêmico e bastante subjetivo, dificilmente há um consenso sobre o que realmente seria a exclusão social. No contexto histórico, muitas vezes está intrinsecamente ligado ao capitalismo, sendo uma condição tardia ou falha de organização social que poderia ser evitada com políticas de inclusão social. Porém, outros autores e estudiosos defendem que não se trata de um produto capitalista, mas sim de uma condição da vida em comunidade.[carece de fontes?]

Na sua forma original, o termo exclusão social foi usado para descrever processos de desintegração social, isto é, as variadas fragmentações e erosões dos laços entre o indivíduo, a sociedade e o Estado.[1][carece de fontes?]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Descaso quanto a indigentes nas ruas de São Paulo (exclusão social).

"Exclusão social" é um neologismo procedente da ideologia neoliberal, expressando a ideia de substituição do fundamento do capitalismo (a divisão da sociedade em classes e o domínio de certas classes sobre outras), pois parte dos trabalhadores passou a ser excluída das condições de reprodução criadas pela ideologia liberal, como por exemplo os direitos civis.[2]

Instâncias da Exclusão social[editar | editar código-fonte]

A exclusão social pode se dar nas seguintes instâncias:[3]

Outra categorização é relacionada às competências e capacidades do indivíduo:[4]

Ilustração diferenciando inclusão, exclusão, separação e integração

A pobreza pode, por exemplo, levar a uma situação de exclusão social: no entanto, não é obrigatório que estes dois conceitos estejam intimamente ligados. Um trabalhador de uma classe social baixa pode ser pobre e assim mesmo estar integrado na sua classe e comunidade. Deste modo, fatores/estados como a pobreza, o desemprego ou emprego precário, as minorias étnicas e ou culturais, os deficientes físicos e mentais, os sem-abrigo, trabalhadores informais e os idosos podem originar grupos excluídos socialmente mas não é obrigatório que assim o seja.

No Brasil[editar | editar código-fonte]

A exclusão social não cessou no Brasil no período de 1980 a 2000, devido ao crescimento da violência e do desemprego, como revela o Atlas da Exclusão Social.[5] Segundo o Atlas da Exclusão Social no Brasil, publicação de 2014 realizada por iniciativa dos economistas Alexandre Guerra, Marcio Pochmann e Ronnie Aldrin Silva, o Brasil apresentou evolução nos quesitos "gasto social", "expansão econômica" e "redução de número de domicílios habitados por pessoas com renda de até meio salário-mínimo por mês". Ressalta-se, quanto a este último quesito, que 77,2 por cento das cidades da região nordeste do Brasil não conseguem melhorar este índice.[6]

Cabe ressaltar que o Atlas foi publicado no ano em começaria a crise econômica brasileira de 2014. Depois dessa crise, a exclusão social teve aumento.[7]

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Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Guerra, Paula (1 de dezembro de 2012). «Da exclusão social à inclusão social: eixos de uma mudança paradigmática». Revista Angolana de Sociologia (10): 91–110. ISSN 1646-9860. doi:10.4000/ras.257. Consultado em 5 de dezembro de 2021 
  2. [1]
  3. [2]
  4. [3]
  5. [4]
  6. [5]
  7. «Pobreza no Brasil». Brasilescola. Consultado em 23 de Março de 2022 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • TAP, Pierre, A Sociedade Pigmalião – Integração Social e Realização da Pessoa, Instituto Piaget, Lisboa;
  • COSTA, Alfredo Bruto da, Exclusões sociais, Gradiva Publicações, Ltd.