Evolução das borboletas – Wikipédia, a enciclopédia livre

A evolução das borboletas é a origem e diversificação de borboletas ao longo do tempo geológico e através de grande parte da superfície da Terra.

Os fósseis de borboletas mais antigos que se conhecem são do Eoceno médio há entre 40 e 50 milhões de anos.[1] O seu desenvolvimento está intimamente ligado à evolução de plantas com flores, uma vez que tanto borboletas adultas como larvas alimentam-se de plantas com flor. Das 220 milhares espécies de Lepidoptera, cerca de 45 mil são de borboletas, que provavelmente evoluíram a partir de traças. Encontram-se borboletas por todo o mundo excepto na Antártida, e são especialmente numerosas nos trópicos; estando divididas em oito famílias diferentes.

Filogenia[editar | editar código-fonte]

Rhopalocera

Hedylidae (posição incerta)

Hesperioidea

Hesperiidae

Papilionoidea

Papilionidae

Pieridae

Nymphalidae

Lycaenidae

Riodinidae

Relações filogenéticas de famílias de borboletas[2]

As borboletas formam o clado Rhopalocera, que é composto por três superfamílias: Hedyloidea (família Hedylidae), Hesperioidea (família Hesperiidae), e Papilionoidea (famílias Pepilionidae, Pieridae, Nymphalidae, Lycaenidae e Riodinidae). Todas estas famílias são monofiléticas. Hedyloidea é o grupo-irmão das outras duas superfamílias. Dentro de Papilionoidea, Papilionidae é o grupo-irmão das outras famílias, e Pieridae é irmão de (Nymphalidae+(Lycaenidae+Riodinidae)). Relações filogenéticas dentro de Nymphalidae estão ainda em discussão. Pesquisas actuais concentram-se nas relações subfamiliares e tribais, particularmente em Nymphalidae.

Evidências[editar | editar código-fonte]

O estudo moderno da classificação geral de borboletas começou com estudos fenéticos de Ehrlich, que usou centenas de caracteres morfológicos previamente ignorados em tabelas, comparando famílias e os grupos principais (Ehrlich, 1958). Scoble (1995) e outros continuaram a procura por novos caracteres, mas aplicando-os ao cladismo. Caracteres de larvas são agora comummente integradas com os de borboletas adultas. A incorporação de dados moleculares permitiu que investigadores resolver relações de vários clados em muitas linhagens.

Fósseis[editar | editar código-fonte]

Fósseis de borboletas foram extensamente descritas por Grimaldi & Engel (2005), que apontam problemas em resolver a relação das Rhopalocera: borboletas com 45 milhões de anos são muito parecidas com as suas contrapartes vivas.

Plantas hospedeiras[editar | editar código-fonte]

Algumas espécies de Satyrinae usam fetos como hospedeiro de larvas, e não é de todo impossível que as borboletas tenham originado antes das sua hospedeiras angiospérmicas actuais.

Data de origem[editar | editar código-fonte]

Alguns investigadores teorizam que as borboletas originaram mais provavelmente no Cretáceo quando os continentes estavam localizados diferentemente das suas posições actuais e com climas diferentes dos de hoje. Foi então que decorreu a grande radiação das angiospérmicas. Assim, a evolução das borboletas tem de ser estudada através da elaboração e teste de hipóteses filogenéticas e através de zoogeografia histórica. Os investigadores que aceitam uma origem cretácica para as borboletas, geralmente favorecem a vicariância como o modo como as grandes linhagens de borboletas se vieram a distribuir pelo mundo, enquanto que os que defendem uma origem no terciário dependem de hipóteses dispersalistas (Lamas, 2008).

Motores de especiação[editar | editar código-fonte]

Mimetismo, hibridação e co-evolução com plantas hospedeiras provavelmente contribuiram para a especiação nas borboletas (Lamas, 2008).

Referências

  1. Hall, J.P.W., Robbins, R.K. and Harvey, D.J. (2004). "Extinction and biogeography in the Caribbean: new evidence from a fossil riodinid butterfly in Dominican amber." Proceedings of the Royal Society of London B, 271: 797–801. doi:10.1098/rspb.2004.2691 PMID 15255097
  2. Lamas, Gerardo. 2008.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Ehrlich, P. R. (1958). The comparative morphology, phylogeny and higher classification of the butterflies (Lepidoptera: Papilionidea). Kansas Univ. Sci. Bull., 39, 305-370.
  • Grimaldi, D. & Engel, M. S. 2005. Evolution of the insects. Cambridge: Cambridge Univ. Press.
  • Lamas, G. (2008) Systematics of butterflies (Lepidoptera: Hesperioidea and Papilionoidea) in the world: current state and future perspectives (em Espanhol). In: Jorge Llorente-Bousquets and Analía Lanteri (eds.) Contribuiciones taxonómicas en ordens de insectos hiperdiversos. Cidade do México: UNAM. pp. 57–70.
  • Scoble, M. J. (1995). The Lepidoptera, form, function and diversity. London: The Natural history Museum & Oxford University Press.
  • Col, Jeananda. (1999) Enchanted Learning - All About Butterflies http://www.enchantedlearning.com/subjects/butterfly/allabout/