Eugène Belgrand – Wikipédia, a enciclopédia livre

Eugène Belgrand
Eugène Belgrand
Nascimento Marie François Eugène Belgrand
23 de abril de 1810
Ervy-le-Châtel
Morte 8 de abril de 1878 (68 anos)
Paris
Sepultamento Cemitério do Montparnasse
Nacionalidade francês
Cidadania França
Alma mater
Ocupação engenheiro civil, engenheiro, technical director, historiador, engenheiro estrutural, engineer of the French Corps of Bridges and Roads
Prêmios
  • Comandante da Legião de Honra (Siège de Paris. Service des eaux très difficile, maintien obstinément, divers travaux de fortification., 1871)
  • os 72 nomes na Torre Eiffel
  • Cavaleiro da Legião de Honra (1857)
  • Oficial da Legião de Honra (achèvement du grand égout collecteur, 1861)
  • Ordem da Coroa de Ferro (1867)
  • Ordem do Falcão Branco
  • Ordem do Leão de Zähringer (1865)
  • Commander of the order of Nichan Iftikhar (1862)
Campo(s) engenharia civil
Obras destacadas Museu dos esgotos de Paris, Aqueduc de la Vanne, Réservoir de Montsouris, Passy Reservoir
Causa da morte apoplexia

Eugène Belgrand (Ervy-le-Châtel, 23 de abril de 1810Paris, 8 de abril de 1878) foi um engenheiro francês.

Foi um dos responsáveis pela modernização do sistema de esgotos de Paris, durante o século XIX. Muitas de suas obras ainda são utilizadas atualmente.[1]

Engenharia civil[editar | editar código-fonte]

Anteriormente a 1850 o sistema de abastecimento de água de Paris era inadequado para sua crescente população. O esgoto era descarregado diretamente no Rio Sena, a fonte primária já então crítica de abastecimento de água potável.[2] Georges-Eugène Haussmann foi incumbido por Napoleão III de França a modernizar a cidade, escolhendo Belgrand como diretor do departamento de águas e esgotos de Paris, em março de 1855.[3] Hausmann foi influenciado pela aplicação da geologia à engenharia hidrálica praticada pela École Polytechnique durante o projeto de uma fonte de água em Avallon.

Belgrand iniciou assim um projeto audacioso. Os túneis que ele projetou foram intecionalmente limpos, facilmente acessíveis e substancialmente mais largos que os previamente existentes.[4] O sistema de esgotos foi quadruplicado entre 1852 e 1869.[5] Construiu um sistema de aquedutos que quase duplicou a quantidade de água disponível por habitante, quadruplicando o número de casas com água corrente.[6]

A reação pública a estas melhorias foi extremamente favorável, apoiada por excursões aos túneis e uma série de fotografias de Félix Nadar,[7] um pioneiro na utilização de luz artificial para fotografias.[8] Belgrand dividiu seus conhecimentos com outros, escrevendo "publicações monumentais"[9] detalhando seu trabalho e a ciência nele envolvida.[10]

Os projetos de Belgrand são "um dos mais extensivos sistemas de esgoto urbano existentes"[1] servindo como "fase transicional" do tratamento moderno de esgotos.[11]

Condecorações[editar | editar código-fonte]

Celebrando suas realizações em engenharia civil na cidade de Paris, Belgrand é um dos 72 nomes na Torre Eiffel.[12] A galeria principal do Museu do Sistema de Esgotos de Paris é denominada em sua memória,[13] assim como uma rua de Paris.[14]

Obras[editar | editar código-fonte]

  • Les travaux souterraines de Paris, 5 Volumes, Paris, Dunod 1872-1887
  • Les aqueducs romaine, 1875
  • Mémoire sur les études hydrologiques de la partie supérieure du bassin de la Seine, 1846
  • La Seine, études hydrologiques, 1872
  • La Seine. Le Bassin parisien aux âges antéhistoriques, 1869
  • Étude préliminaire sur le régime des eaux dans le bassin de la Seine, 1873

Referências

  1. a b Riding, Alan (12 de julho de 1992). «The Sights Beneath the Sidewalks». New York Times. Consultado em 9 de janeiro de 2008 
  2. «Hausmann». France Monthly. Dezembro de 2002. Consultado em 8 de janeiro de 2008. Arquivado do original em 30 de dezembro de 2007 
  3. Goodman, David C. (1999). The European Cities and Technology Reader: Industrial to Post-industrial City. [S.l.]: Routledge. ISBN 0415200792 
  4. Goldman, Joanne Abel (1997). Building New York's Sewers: Developing Mechanisms of Urban Management. [S.l.]: Purdue University Press. ISBN 1557530955 
  5. Perrot, Michelle (1990). A History of Private Life. [S.l.]: Harvard University Press. ISBN 0674400038 
  6. Pitt, Leonard (2006). Walks Through Lost Paris: A Journey Into the Hear of Historic Paris. [S.l.]: Shoemaker & Hoard Publishers. ISBN 1593761031 
  7. Krupa, Frederique. «Sewerage from 1789-1900». Paris: Urban Sanitation Before the 20th Century. Consultado em 8 de janeiro de 2008 
  8. Bossy, Michel-André, Thomas Brothers,; et al. (2001). Artists, Writers, and Musicians: An Encyclopedia of People Who Changed the World. [S.l.]: Oryx Press. ISBN 1573561541 
  9. Saalman, Howard (1971). Haussmann: Paris Transformed. [S.l.]: George Braziller. ISBN 0807605837 Verifique |isbn= (ajuda) 
  10. Meinzer, Oscar E., ed. (1949). «Hydrology». Dover Publications 
  11. Gandy, Matthew (1999). «The Paris sewers and the rationalization of urban space». Transactions of the Institute of British Geographers. 24 (1): 23–44. doi:10.1111/j.0020-2754.1999.00023.x 
  12. «The 72 scientists». Consultado em 9 de janeiro de 2008. Arquivado do original em 15 de fevereiro de 2008 
  13. Kahn, Laura H. (18 de outubro de 2007). «The sewer: Guardian against disease». The Bulletin of Atomic Scientists. Consultado em 19 de março de 2009. Arquivado do original em 8 de setembro de 2009 
  14. Higonnet, Patrice (2002). Paris: Capital of the World. [S.l.]: Harvard University Press. ISBN 0674008871 
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