Eudóxia Macrembolitissa – Wikipédia, a enciclopédia livre

Eudóxia Macrembolitissa
Imperatriz bizantina (consorte)

Folha de um díptico representando Romano IV Diógenes e Eudóxia.
Reinado 24 de novembro de 105922 de maio de 1067
1 de janeiro de 10681071
Consorte Constantino X Ducas
Romano IV Diógenes
Antecessor(a) Catarina da Bulgária
Sucessor(a) Maria de Alânia
Nascimento 1021
Morte 1096 (75 anos)
Herdeiro(a) Miguel VII Ducas
Dinastia Macrembolites
Filho(s) Com Constantino X:
Miguel VII Ducas
Andrónico Ducas
Constâncio Ducas
Ana Ducena
Teodora Ducena
Zoé Ducena
Com Romano:
Nicéforo Diógenes
Leão Diógenes

Eudóxia Macrembolitissa (em grego: Ευδοκία Μακρεμβολίτισσα) foi uma imperatriz-consorte bizantina, segunda esposa do imperador bizantino Constantino X Ducas. Depois da morte deste, em 1067, foi regente por um ano e casou-se com Romano IV Diógenes em 1068. Era sobrinha de Miguel Cerulário, patriarca de Constantinopla, cuja irmã se casara com João Macrembolites.

Vida[editar | editar código-fonte]

Casou-se com Constantino pouco antes do ano de 1050. Com ele teve sete filhos; um morreu na infância e dois, Constâncio e Zoé, nasceram já depois de o pai ter subido ao trono em 1059. Quando Constantino faleceu, em 22 de maio de 1067, Eudóxia, já coroada augusta, tornou-se regente em nome dos seus filhos Miguel VII Ducas e Constâncio, juntamente com o irmão de Constantino, o césar João Ducas. Miguel VII atingira havia pouco a idade para governar em nome próprio, mas ainda assim era meramente considerado co-imperador com o seu irmão mais novo, enquanto Eudóxia dirigia o império.

Eudóxia jurara a Constantino, no seu leito de morte, não tornar a casar, e chegou a mandar prender Romano Diógenes, sobre o qual recaíam suspeitas de aspirar ao trono imperial. No entanto, apercebendo-se de que não seria capaz de impedir as invasões que ameaçavam a fronteira oriental, quebrou o juramento e desposou Romano, sem a aprovação de João Ducas, do patriarca João Xifilino e nem de Miguel VII. Eudóxia conversou com o patriarca, convenceu-o a entregar-lhe o juramento escrito que ela havia assinado e também a fazer uma declaração pública de que ele era a favor do segundo casamento "pelo bem do estado".[1] O Senado bizantino então concordou em ratificar o casamento e a cerimônia realizou-se a 1 de janeiro de 1068. Romano foi imediatamente proclamado imperador com o nome de Romano IV.

Com a ajuda do marido Eudóxia conseguiu consolidar a sua posição no trono e teve com ele dois filhos, Nicéforo e Leão. Outro dos filhos de Eudóxia e de Constantino, Andrónico Ducas, foi elevado a co-imperador por Romano IV, embora tivesse sido afastado do poder pelos seus próprios pai, mãe e irmãos. Eudóxia não teve um casamento feliz com o marido, que era belicoso, afirmativo e pouco inclinado a deixá-la partilhar o exercício do poder com ele. Quando foi feito prisioneiro dos turcos seljúcidas na batalha de Manziquerta (1071), Eudóxia e Miguel retomaram as rédeas do governo, até que se descobriu que Romano sobrevivera e regressava a Constantinopla. João Ducas e a Guarda Varegue obrigaram então Eudóxia a entregar todo o poder a Miguel e a retirar-se para um convento.

Depois de Miguel VII ter sido deposto em 1078 por Nicéforo III Botaniates, Eudóxia recebeu uma proposta de casamento do novo imperador. O plano não se concretizou devido à oposição do césar João Ducas, e Eudóxia faleceu ainda freira depois da subida ao trono de Aleixo I Comneno, em 1081.

Obras[editar | editar código-fonte]

Eudóxia compilou um dicionário de história e mitologia, que ela chamou de Ἰωνιά ("Coleção" ou "Cama de Violetas"). O prefácio era endereçado ao marido, Romano Diógenes, no qual ela descreve a obra como "uma coleção de genealogias de deuses, heróis e heroínas, de suas metamorfoses, e de fábulas e estórias sobre eles encontradas nos antigos; contendo também notas de vários filósofos". As fontes da obra foram, em grande medida, as mesmas das utilizadas no Suda.

O historiador Nicéforo Gregoras, um século depois, descreveu Eudóxia como sendo "uma segunda Hipátia".[2]

Família[editar | editar código-fonte]

Do seu primeiro casamento, com Constantino X Ducas, Eudóxia teve:

Do se segundo casamento, com Romano IV Diógenes, Eudóxia teve:

Miguel Pselo era muito próximo da família, e Eudóxia considerava-o um "tio". De acordo com Pselo, Eudóxia era nobre, bela e inteligente.

Referências

  1. Norwich, pg. 344
  2. Dzielska 1995 p. 67

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • (fonte original) Miguel Pselo. Cronografia.
  • The Oxford Dictionary of Byzantium, Oxford University Press, 1991.
  • Lynda Garland, Byzantine Empresses: Woman and Power in Byzantium, AD 527-1204. Routledge, 1999.
Eudóxia Macrembolitissa
Nascimento: 1021 Morte: 1096
Títulos reais
Precedido por:
Catarina da Bulgária
Imperatriz-consorte bizantina
1059–1067
1068–1071
Sucedido por:
Maria de Alânia
Precedido por:
Teófano
Imperatriz-mãe do Império Bizantino
1067–1078