Estremadura (Espanha) – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Para a antiga província homónima portuguesa, veja Estremadura.
Espanha Estremadura

Extremadura

Estremaúra
Extremaúra

 
  Comunidade autónoma  
Símbolos
Bandeira de Estremadura
Bandeira
Brasão de armas de Estremadura
Brasão de armas
Hino Hino da Estremadura
Gentílico estremenho
Localização
Coordenadas 39° N 6° O
Administração
Capital Mérida
Presidente María Guardiola (PP)
Características geográficas
Área total 41 634 § km²
População total (2017) 1 079 224 hab.
Densidade 26,55 hab./km²
Outras informações
Províncias BadajozCáceres
Idioma oficial castelhano
Estatuto de autonomia 26 de fevereiro de 1983
ISO 3166-2 ES-EX
Congresso
Senado
10 assentos
8 assentos
Sítio www.juntaex.es
§ 8,25% da área total de Espanha
2,6% da população total de Espanha
Mapa da Estremadura
A Plaza Mayor de Garrovillas de Alconétar
Templo romano de Diana, em Mérida
Serra de Gredos na sua parte estremenha, em La Vera

A Estremadura[1] (em castelhano: Extremadura é uma das comunidades autónomas da Espanha, situada no sudoeste da Península Ibérica. Com 1 067 710 habitantes em 2016, tem a sua capital em Mérida e divide-se em duas províncias, as mais extensas do país: Cáceres (a norte) e Badajoz (a sul). Faz fronteira a norte com Castela e Leão, a leste com Castela-Mancha, a sudeste e a sul com a Andaluzia e oeste com Portugal (regiões do Centro e do Alentejo, incluindo os distritos de Castelo Branco, Portalegre, Évora e parte do de Beja).

A sua capital é uma das duas únicas capitais de comunidade autónoma que não é sede de uma província de Espanha. A azinheira é a árvore típica dos estremenhos (está no centro do escudo estremenho). A Estremadura tem passado histórico partilhado com Portugal, desde a antiga Lusitânia até ao reino de Badajoz.

O seu clima é mais quente a sul e temperado no norte. O pico mais alto da região é o Calvitero (2 405 m), situado no vale do Jerte, a nordeste da província de Cáceres. Também pela Estremadura passam dois dos rios mais importantes da península, que partilha com Portugal — o Tejo e o Guadiana.

Os reinos de Leão e de Castela conquistaram a Taifa de Badajoz entre os séculos XII e XIII. A província da Estremadura surge oficialmente em 1371, após a formação da Coroa de Castela em 1230. A região destaca-se por ser o berço de vários conquistadores: Francisco Pizarro, Hernán Cortés, Pedro de Valdivia, Pedro de Alvarado, Vasco Núñez de Balboa e Hernando de Soto.

O seu território, essencialmente rural e de tradição agrícola, faz com que diversos produtos nela produzidos sejam reconhecidos a vários níveis. É o caso dos vinhos (com várias denominações de origem), presunto, queijos, azeite, pimentão, mel, cerejas e vários tipos de carnes.

As mais importantes festividades ocorrem no dia 8 de setembro, quando se celebra a festa católica em honra de Nossa Senhora de Guadalupe mas também o Dia da Estremadura. Também se celebra a cada 18 de agosto, desde 2018, o Dia das Línguas da Estremadura, entre as quais se inclui o português.

Origem do nome[editar | editar código-fonte]

O vocábulo Estremadura (Extremadura) era usado durante a Reconquista para denominar as terras situadas nos extremos dos reinos cristãos do norte com o Al-Andalus muçulmano, tendo sido registado pela primeira vez no século X para designar a região em torno de Viseu.[2] No caso de Castela, estas eram as terras em volta do que é hoje a província de Sória (recorde-se que o escudo da sua capital se lê "Soria pura cabeza de Extremadura" — tratar-se-ia da Estremadura castelhana), e territórios do Reino de Leão mais extremos, mais distantes, e na primeira linha de defesa frente ao inimigo islâmico durante a Reconquista, que ocupariam inicialmente uma boa parte da actual província de Cáceres, para depois se estender após a conquista do Reino de Badajoz — em sentido estrito esta tratar-se-ia da Estremadura leonesa.[3] Um caso semelhante ocorre também com a Galiza estremeira, termo que designa os territórios fronteiriços das regiões vizinhas onde é falado o galego.

Outra hipótese para a origem deste corónimo postula que a palavra deriva do latim Extrema Dorii — extremos do Douro — ou melhor — no outro extremo do Douro, fazendo referência à posição a sul deste rio — o qual designava os territórios a sul da bacia do Douro e dos seus afluentes.[4]

Não deve confundir-se a Estremadura espanhola com a antiga província portuguesa da Estremadura, embora a etimologia seja a mesma.

História[editar | editar código-fonte]

A Lusitânia foi uma antiga província romana que incluía uma parte do que é hoje Portugal (excepto a zona norte), e uma grande porção do que é hoje a Estremadura espanhola. Tinha como capital Emerita Augusta, a actual Mérida, uma das mais importantes cidades à época.

Muitos conquistadores espanhóis são originários da Estremadura, facto que está na origem de muitas cidades da América Latina terem nomes de aldeias e cidades da Estremadura: Mérida é nome de grandes cidades do México e da Venezuela, Medellín é uma pequena localidade estremenha, mas também a segunda maior cidade colombiana; Albuquerque é a maior cidade no Novo México e o seu nome provém de Alburquerque, na província de Badajoz.

Geografia[editar | editar código-fonte]

A área da Estremadura é de 41 633 km², o que faz dela a 5ª Comunidade Autónoma de Espanha em área. As suas duas províncias são as maiores em área de Espanha.

Sistemas montanhosos[editar | editar código-fonte]

Ao norte da comunidade erguem-se as serras do Sistema Central, com a Serra de Gredos, Serra de Béjar — onde a Estremadura alcança a sua maior altitude no Calvitero com 2 401 m — e Serra de Gata, que a separam da meseta norte-castelhana.

No centro encontra-se, de este para oeste, a Serra de las Villuercas, a Serra de Montánchez e a Serra de San Pedro, que fazem parte dos Montes de Toledo.

A sul eleva-se a Serra Morena, que separa Estremadura de Andaluzia.

Rio Ibor à passagem pela localidade de Bohonal de Ibor, na província de Cáceres

Hidrografia[editar | editar código-fonte]

Todo o território estremenho pertence à vertente atlântica e a quatro bacias hidrográficas distintas:

  • Tejo, cujos afluentes principais são, na margem direita (norte), o Tiétar e o Alagón, e na margem esquerda (sul), o Almonte, Ibor, o Salor e o Sever (este último fazendo fronteira com Portugal). Os afluentes da margem direita contribuem com maior caudal, dado que se alimentam principalmente das torrentes de montanha do Sistema Central, onde as precipitações são muito abundantes e no inverno se acumulam grandes quantidades de neve.
  • Guadiana, cujos afluentes principais são, na margem direita (norte), o Guadarranque e o Ruecas, e na margem esquerda (sul), o Zújar — o mais caudaloso — e o Matachel
  • Guadalquivir.

Clima[editar | editar código-fonte]

Vale do Jerte
Dehesa (pastagem de montado) estremenha na primavera

O clima da Estremadura é do tipo mediterrânico, excepto no norte, onde é do tipo mediterrânico continentalizado, e no oeste, onde a influência do Atlântico faz com que o clima seja mais suave.[carece de fontes?]

Em geral, e dado que o clima é mediterrânico, caracteriza-se por verões muito quentes, concentrando-se a precipitação nos resto do ano, já que no período estival é muito escassa. Os invernos são extensos e suavizados pela influência oceânica da relativa proximidade da costa atlântica portuguesa.[carece de fontes?]

A orografia influencia decisivamente o clima em algumas partes da região, criando microclimas muito húmidos nas serras do norte, particularmente nas comarcas da Serra de Gata, Vale do Ambroz, Hurdes, Vale do Jerte e La Vera, onde as precipitações são muito abundantes.

Temperaturas[editar | editar código-fonte]

As temperaturas médias anuais oscilam ente 16 e 17 °C. No norte a temperatura média é de 13 °C, mais baixa que os 18 °C do sul — os valores sobem à medida que se avança para sul, até chegar às imediações da Serra Morena, onde voltam a diminuir com a altitude.

Durante o verão a temperatura média do mês de julho ultrapassa os 26 °C, alcançando máximas acima dos 41 °C, acima do que se esperaria em teoria tendo em conta a relativa proximidade do Atlântico. A latitude da região determina que o grau de insolação seja elevado, o que, aliado à influência do anticiclone dos Açores e à reduzida altitude média da região, que oscila entre 200 e 400 m, determina a elevada temperatura média da região.

Os invernos são suaves.[carece de fontes?] As temperaturas mais baixas registam-se nas zonas altas de montanha, como o Sistema Central, a serra de Guadalupe e algumas áreas da Serra Morena, onde a temperatura média no inverno é de 7,5 °C.

Garganta (torrente) Mayor, na Serra de Tormantos, a norte de Plasencia

Precipitação[editar | editar código-fonte]

A Precipitação anual oscila entre os 450 e 500 mm (litros por metro quadrado) nas zonas baixas e são muito mais abundantes nas comarcas do norte, especialmente em Serra de Gata, Vale do Ambroz, Hurdes, Vale do Jerte e La Vera, onde é comum ultrapassarem os 1200 mm anuais. Outras zonas de grande precipitação correspondem a lugares montanhosos, como a serra de Guadalupe e Serra Morena, onde é frequente alcançar os 1000 mm. As zonas onde a precipitação é menor são as de menor altitude — as Vegas Baixas do Guadiana.

A distribuição é muito sazonal, concentrando-se no inverno. Predomina a chuva de rajada, com ocorrências breves e bruscas, mais frequentes que a chuva contínua ou os chuviscos. Há períodos de vários anos em que a precipitação é maior (La Niña) e em que são menores (El Niño), que se sucedem alternadamente.

Demografia[editar | editar código-fonte]

Municípios mais populosos
Posição Município População[5]
Badajoz 146 832
Cáceres 92 187
Mérida 55 568
Plasencia 40 105
Don Benito 35 334
Almendralejo 33 177
Villanueva de la Serena 25 576
Navalmoral de la Mata 17 103
Zafra 16 218
10ª Montijo 15 973

A população da Estremadura é de 1 097 744 habitantes,[5] o que representa 2,38% da população espanhola (46 157 822[5]).

A densidade populacional é de 26,37 hab./km², muito baixa em comparação com a espanhola (89,54 hab./km²).

A província com mais população é a de Badajoz, com 685 246 habitantes,[5] com densidade populacional de 31,48 hab./km² e 21 766 km² de área, o que faz dela a mais extensa de Espanha.

A província de Cáceres tem 412 498 habitantes[5] e (19 868 km² de área, o que faz dela a segunda mais extensa de Espanha.

Os núcleos urbanos mais importantes em termos de população são Badajoz (146 832[5]), Cáceres (92 187[5]) e Mérida (55 568[5]).

Estrangeiros[editar | editar código-fonte]

No território estremenho vivem 29 069 estrangeiros[6] — 16 647 na província de Badajoz e 12 421 na de Cáceres.

A comunidade imigrante mais numerosa é a marroquina (9 218), seguida da romena (4 324), portuguesa (3 492), brasileira (1 676) e colombiana (1 408).

Entre os naturais da África subsahariana que vivem na Estremadura, a comunidade mais numerosa é a do Senegal, com 88 membros. No que respeita a pessoas originárias da Ásia, a maior comunidade é a chinesa, com 631 pessoas.

Procissão da Semana Santa

Evolução histórica[editar | editar código-fonte]

Segundo o censo de 1591, a população da Estremadura era de 540 000 habitantes, 8% do total da Espanha. No censo fidedigno seguinte, que só se realizou em 1717, já só contava com 326 358.

Desde essa época a população verificou-se um aumento de população mais ou menos constante até aos anos 1960 (1 379 072 em 1960).[7] A partir daí assistiu-se a uma descida acentuada da população devido à emigração para outros países e para outras regiões mais prósperas de Espanha.

Religião[editar | editar código-fonte]

Na Estremadura estão presentes numerosas confissões religiosas. A maior parte dos estremenhos são cristãos, católicos romanos na sua grande maioria, mas também evangélicos e anglicanos. As Testemunhas de Jeová e mórmons também têm alguns seguidores. Além disso, existem fiéis do Judaísmo e Islão, estes últimos com uma presença notável, que se estima em 25 800 fiéis.[8]

Organização territorial[editar | editar código-fonte]

Comarcas da Estremadura

A Estremadura tem 384 municípios, 164 na província de Badajoz e 220 na de Cáceres. Devido à sua diminuta população, quatro municípios regem-se pela fórmula de concelho aberto.[nt 1]

Todos os municípios se encontram agrupados em comarcas. Além da divisão por comarcas, todos os municípios à excepção de Badajoz, Cáceres, Mérida, Plasencia e Navalmoral de la Mata pertencem a uma das mancomunidades em que a região foi dividida.

Comarcas[editar | editar código-fonte]

Província de Badajoz
Província de Cáceres

Línguas[editar | editar código-fonte]

Tabuleta escrita en castelhano e fala

Na Estremadura a única língua reconhecida como oficial é o espanhol, falada numa variante conhecida como castúo. Não obstante, também são faladas outras línguas:

Governo e administração[editar | editar código-fonte]

O PSOE da Estremadura — federação regional do Partido Socialista Operário Espanhol — tem governado a Estremadura desde a entrada em vigor do Estatuto de Autonomia em 1983, tendo ganho todas as eleições desde então até às últimas, em 2007.

Em 2014, o presidente da Junta de Estremadura era José Antonio Monago, do Partido Popular. Entre 2007 e 2011, o presidente da Junta foi Guillermo Fernández Vara; entre 1983 e 2007 foi Juan Carlos Rodríguez Ibarra, este último eleito a 20 de dezembro de 1982, tendo sido durante o seu primeiro mandato que foi aprovado o Estatuto de Autonomia da Estremadura, em 25 de fevereiro de 1983.

O parlamento autonómico estremenho é a Assembleia da Extremadura. É constituída por 65 deputados, 35 eleitos por Badajoz e 30 por Cáceres. Após as eleições autonómicas de 2007 ficou composto por 38 deputados do Partido Socialista Operário Espanhol da Estremadura e 27 do Partido Popular.

Presidentes da Junta Regional de Estremadura (pré-autonómica)[editar | editar código-fonte]

Presidentes da Junta da Estremadura[editar | editar código-fonte]

  • 1983–2007: Juan Carlos Rodríguez Ibarra, pelo Partido Socialista Operário Espanhol da Estremadura
  • 2007–2011: Guillermo Fernández Vara, pelo Partido Socialista Operário Espanhol da Estremadura
  • Monago 2011–2015: José Antonio Terraza, pelo Partido Popular da Estremadura
  • De 2015 até a atualidade: Guillermo Fernández Vara, pelo Partido Socialista Operário Espanhol da Estremadura

Economia[editar | editar código-fonte]

O sector com maior peso na economia da Estremadura é o de serviços (57%). A construção e as pequenas e médias empresas são a base de uma economia que está a desenvolver um comércio incipiente com as terras vizinhas de Portugal e que mantém um elevado grau de terciarização. Esse efeito sente-se inclusivamente nos espaços rurais, tradicionalmente agrícolas, devido ao apogeu do turismo cultural e ecoturismo.

O crescimento económico da região é superior à média espanhola, sem dúvida partindo de um atraso económico histórico, mas descobrindo e desenvolvendo novas possibilidades de mercado, principalmente nos sectores do turismo, comércio e agro-alimentar. O projecto para a instalação de uma refinaria de petróleo no sul da região originou forte polémica a nível regional, tanto em Espanha como em Portugal.

A região tinha mais de 400 000 inscritos na Segurança Social em 2007.[9]

Existem na Estremadura aproximadamente 8 000 empresas industriais, a maioria delas pequenas e médias. Os principais subsectores são a energia, agroindústria, cortiça, pedra ornamental, maquinaria e têxtil.

Em matéria energética, o desenvolvimento de barragens e quedas de água permitiu uma exploração estável dos recursos hidroelétricos e a uma produção de energia maior que as necessidades de consumo da própria região.[carece de fontes?] A região conta também com uma central nuclear, em Almaraz, perto de Cáceres, a qual produz 9%[carece de fontes?] de toda a electricidade produzida em Espanha (ver: Central nuclear de Almaraz).

Transportes[editar | editar código-fonte]

Estradas[editar | editar código-fonte]

As estradas da Estremadura são geridas por diversas entidades. As quatro mais importantes são: Ministério do Fomento de Espanha (Ministerio de Fomento de España), Junta da Estremadura, Deputação[nt 2] de Badajoz e Deputação[nt 2] de Cáceres.

Além destas quatro entidades, existem outras redes de estradas sob gestão dos municípios (ayuntamientos).

Autoestradas nacionais[editar | editar código-fonte]

Estas autoestradas (em castelhano: autovías) são administradas pelo Ministério do Fomento de Espanha

Identificador Denominação Itinerario
Autovía del Suroeste MadridAlcorcónMóstolesTalavera de la ReinaNavalmoral de la MataTrujilloMéridaBadajozPortugal
Autovía Extremadura-Comunidad Valenciana Mérida–*–Puertollano A-41 Ciudad RealManzanares–*–Argamasilla de AlbaTomelloso–*–Villarrobledo–*–San ClementeAtalaya del Cañavate
Autovía Trujillo-Cáceres Trujillo–*–Cáceres
Autovía Ruta de la Plata GijónOviedo, OnzonillaBenavente–*–ZamoraSalamancaPlasenciaCáceresMéridaSevilla
Autovía Badajoz-Granada Badajoz–*–Granada

Autoestradas autonómicas[editar | editar código-fonte]

Estas autoestradas (autovías) são administradas pela Junta da Estremadura

Identificador Denominação Itinerario Categoria Extensão
Autovía Navalmoral de la Mata–Portugal De Navalmoral de la Mata a Portugal Autovía autonómica 52,3 km
Autovía de Las Vegas Altas De Miajadas a Vegas Altas (Don Benito-Villanueva de la Serena) Autovía autonómica 23,7 km
Autovía de Zafra a Jerez de Los Caballeros De Zafra a Jerez de los Caballeros Autovía autonómica em projeto
Autovía de Cáceres a Badajoz De Cáceres a Badajoz Autovía autonómica em projeto
Autovía de Almendralejo a A-5 De A-5 (Guadajira, Lobón) a Almendralejo Autovía autonómica em projeto
Autovía de Badajoz a Olivença De Badajoz a Olivença Autovía autonómica em projeto

Cultura[editar | editar código-fonte]

Património da Humanidade[editar | editar código-fonte]

Mosteiro Real de Santa Maria de Guadalupe, claustro mudéjar

A Estremadura possui três locais classificados como Património da Humanidade pela UNESCO:

Estão em preparação as seguintes candidaturas:

Património Europeu[editar | editar código-fonte]

El Peropalo, um boneco típico do carnaval de Villanueva de la Vera

Festas de interesse turístico[editar | editar código-fonte]

Estão classificados como festas de interesse turístico aproximadamente 40 eventos periódicos da Estremadura.[13] Esta classificação é atribuída pela Consejería de Medio Ambiente, Urbanismo y Turismo da Junta da Estremadura, segundo os critérios definidos por lei:[14]

  • Originalidade da celebração
  • Valor cultural, gastronómico ou ambiental
  • Antiguidade mínima de 10 anos
  • Capacidade para atrair visitantes de fora da Estremadura
  • Celebração de forma periódica

Estas festas coincidem frequentemente com festividades populares em vários lugares da Estremadura, como São Sebastião, São Brás em castelhano: San Blas, Carnaval, Semana Santa, Agosto ou o Dia de Todos-os-Santos.

A Estremadura no cinema[editar | editar código-fonte]

Alguns dos filmes cuja acção decorre na Estremadura ou nela foram rodados:

  • Las Hurdes, tierra sin pan, (1932)
  • Los santos inocentes (filme)| (1984)
  • El Lute: camina o revienta (1987)
  • Jarrapellejos (1988)
  • Christopher Columbus: The Discovery (1992)
  • El séptimo día (2004)
  • Teresa: el cuerpo de Cristo (2007)
  • El hombre de arena (2007)
  • Pueblos de Europa (2008)
  • Un novio para Yasmina (2008)

Espaços naturais protegidos[editar | editar código-fonte]

A Estremadura é uma das regiões europeias cujos sistemas naturais estão menos degradados, apesar do número de nível de protecção destes espaços ser claramente insuficiente.[parcial?]

Parque Nacional de Monfragüe[editar | editar código-fonte]

Parque Nacional de Monfragüe
Ver artigo principal: Parque Nacional de Monfragüe

A zona do Parque Nacional de Monfragüe, foi declarada Parque Nacional a 3 de março de 2007, convertendo-se no 14º parque nacional da Espanha. 39° 50' 27" N 6° 1' 48" O

Em 2008 foi visitado por 350 000 pessoas.[15]

Além da classificação de parque nacional, a zona faz parte de uma Zona de Protecção Especial para as Aves (ZPE) de 116 160 ha e está classificada como Reserva da Biosfera pela UNESCO (116 160 ha)[16] e Lugar de Importância Comunitária (LIC) pela União Europeia.

O parque está situado numa zona muito pitoresca de 18 396 ha nos vales do Tejo e Tiétar, a aproximadamente 20 km a sul de Plasencia, é atravessado pela estrada que liga esta cidade a Trujillo. É conhecido especialmente pelas colónias de aves de rapina, mas a sua fauna terrestre e aquática é também importante. É considerado um dos refúgios mais importantes da fauna e flora mediterrânica. O seu interesse geológico também é relevante, nomeadamente os afloramentos quartzíticos que dão origem a relevo do tipo apalachiano.[17][18][19][20]

A área tem vários vestígios de ocupação humana muito antiga, remontando a 2 500 a.C. Existem pinturas rupestres em abrigos e grutas, e o lugar de Monfragüe propriamente dito, um morro na confluência dos rios Tejo e Tiétar foi um castro entre no 1º milénio a.C. Acredita-se que aí existiria um forte romano, que foi posteriormente reconstruído em 811 d.C. pelos muçulmanos que ocupavam a área desde 713. A primeira reconquista cristã desse castelo foi levada a cabo pelo português Geraldo Sem Pavor em 1169, mas a posse definitiva da região só se daria em 1180, por Afonso VIII de Castela.

Parques naturais[editar | editar código-fonte]

Vista do Rio Tejo na zona do Parque Natural do Tejo Internacional
Reserva Natural Garganta de los Infiernos, no Vale do Jerte
Los Barruecos, monumento natural em Malpartida de Cáceres)

Existem dois parques naturais na Estremadura, classificados e geridos pela Junta da Estremadura:

Reservas naturais[editar | editar código-fonte]

Reserva Natural Garganta de los Infiernos, no Vale do Jerte, com uma área de 6 927 ha. Ocupa o vale de uma riacho de montanha (em castelhano: garganta), em que a altitude varia entre os 600 e os 2 000  m em apenas alguns quilómetros, pelo que apresenta uma extraordinária diversidade de fauna e flora. São especialmente interessantes os efeitos da erosão da água nas formações graníticas dos leitos dos cursos de água, nomeadamente as marmitas de gigante.

Paisagem protegida[editar | editar código-fonte]

Monumentos naturais[editar | editar código-fonte]

Zonas de Interesse Regional[editar | editar código-fonte]

Paisagem de La Serena

Zonas de proteção de aves[editar | editar código-fonte]

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. O concelho aberto (em castelhano: concejo abierto) é uma forma de administração autárquica adoptada nos municípios com muito pouca população (tipicamente inferior a cem, se bem haja excepções). Nestes municípios a administração local resume-se a um alcaide e à assembleia constituída por todos os cidadãos do município.
  2. a b Diputación (deputação) é ao nome dado em Espanha ao conjunto de entidades responsável pela administração de uma província.

Referências

  1. «Estremadura». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia 
  2. «¿Cuándo nació Extremadura?». www.elsaltodiario.com (em local). Consultado em 28 de maio de 2020 
  3. Domené, Domingo (2006). «¿Qué era Extremadura?» (PDF). Universo Extremeño (em espanhol) (1). Consultado em 29 de dezembro de 2009 
  4. Martín, Bonifacio Palacios (1989). «Sobre el origen y significado del nombre de Extremadura. Estudio historiográfico de la etimología duriense» (PDF). Madrid: Unlversldad Complutense. Revista de la Facultad de Geografía e Historia (em espanhol) (4): 409-423. Consultado em 29 de dezembro de 2009 [ligação inativa]
  5. a b c d e f g h Instituto Nacional de Estadística de España, INE (2008-01-01). Real Decreto 2124/2008, de 2008-12-26 (BOE 312 de 2008-12-27) (em castelhano)
  6. Instituto Nacional de Estadística de España, INE (2007-01-01) (em castelhano)
  7. Fondo documental del Instituto Nacional de Estadística de España, INE. Censo 1960. Tomo III. Volúmenes provinciales. (em castelhano)
  8. «La Unión de Comunidades Islámicas estima que 28.500 musulmanes viven en la región» (em espanhol). El Periódico Extremadura. 14 de janeiro de 2008. Consultado em 29 de dezembro de 2009 
  9. Agência EFE (14 de janeiro de 2008). «Superados los 400.000 afiliados a la Seguridad Social en Extremadura» (em espanhol). Jornal Hoy. Consultado em 30 de dezembro de 2009 
  10. «Archaeological Ensemble of Mérida». World Heritage List. UNESCO. Consultado em 30 de dezembro de 2009  (em inglês)
  11. «Old Town of Cáceres». World Heritage List. UNESCO. Consultado em 30 de dezembro de 2009  (em inglês)
  12. «Royal Monastery of Santa María de Guadalupe». World Heritage List. UNESCO. Consultado em 30 de dezembro de 2009  (em inglês)
  13. «Fiestas». Web oficial de Turismo de Extremadura (em espanhol). Junta da Estremadura, Consejería de Turismo. Consultado em 30 de dezembro de 2009 
  14. «DECRETO 152/1997, de 22 de diciembre, sobre Fiestas de Interés Turístico de Extremadura» (PDF). Junta da Estremadura. Diario Oficial de Extremadura (em espanhol) (149): 8829-8831. 27 de dezembro de 1997. Consultado em 30 de dezembro de 2009 
  15. Armero, Pilar (23 de novembro de 2009). «La compra de otra finca convierte el 40% de Monfragüe en suelo público». Hoy Digital (em espanhol). Badajoz: Ediciones Digitales SLU, Diario Hoy de Extremadura. Consultado em 30 de dezembro de 2009. Cópia arquivada em 30 de dezembro de 2009 
  16. «MAB Biosphhere Reserves Directory, Biosphere Reserve Information, Monfragüe». UNESCO. 27 de fevereiro de 2007. Consultado em 30 de dezembro de 2009  (em inglês)
  17. «Parque Nacional de Monfragüe - Descripción» (em espanhol). Atumon, Asociación de Servicios Turísticos de Monfragüe. Consultado em 30 de dezembro de 2009 
  18. «Parque Nacional de Monfragüe» (em espanhol). Iberian Nature– Servicio de Guías de Naturaleza. Consultado em 30 de dezembro de 2009 
  19. «Parque Nacional de Monfragüe» (em espanhol). Patronato de Turismo, Artesanía y Cultura Tradicional de Cáceres. Consultado em 30 de dezembro de 2009 
  20. «Parque Nacional de Monfragüe» (em espanhol). Junta da Estremadura, Consejerái de Industria, Energia y Medio Ambiente. Consultado em 30 de dezembro de 2009 
  21. Merida, Javier Alvarez Amaro (7 de outubro de 2003). «Hallan restos de agricultura en la región datados hace 7.000 años» (em espanhol). El Periódico Extremadura. Consultado em 30 de dezembro de 2009. Cópia arquivada em 30 de dezembro de 2009 
  22. Bonilla, José Antonio. «Monumento Natural» (em espanhol). fuentesdeleon.net. Consultado em 30 de dezembro de 2009 
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