Estenquilo da Suécia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Estenquilo

Stenkil
Rei da Suécia
Reinado 1060 a 1066
Antecessor(a) Emundo
Sucessor(a) Érico VII

Érico VIII

 
Morte 1066
Cônjuge Filha de Emundo
Descendência
Casa Estenquilo
Pai Ragualdo, o Velho

Estenquilo [1] (n. data desconhecida – m. 1066) - mais conhecido pelo seu nome original Stenkil [2] ( PRONÚNCIA) - foi rei da Suécia entre 1060 e 1066, sendo o primeiro monarca e fundador da dinastia de Stenkil (Stenkilska ätten), a qual viria a deter o poder no país até 1130.

Era possivelmente filho do jarl Ragualdo, o Velho e neto de Olavo I da Noruega. Casou eventualmente com uma filha do rei Emundo, de nome incerto, com quem teve possivelmente três filhos - porventura Erik (m. 1067), Halstano da Suécia (Hallsten) e Ingo (Inge). [3][4][5]

O quinto era o rei Stænkil. Ele amava os homens da Västergötland acima de todos os homens do seu reino. E ele era um bom atirador e forte, de modo que suas marcas de tiro ainda estão em Levene. Uma delas chama-se Konungasten. Outra está em Konungsledstolpe, uma terceira em Ståndsberget. E as gentes da Västergötland ficaram contentes com ele enquanto durou a sua vida.

Kungalängden (escrita por volta de 1240 pelo ”Padre de Vidhem” e anexada à Lei da Västergötland; conservada no manuscrito KB B 59 da Biblioteca Nacional da Suécia [6]

Etimologia e uso[editar | editar código-fonte]

O nome Stenkil ocorre em sueco e dinamarquês antigo na forma Stæinkætill, composta pelas palavras stein (lit. pedra; em sentido lato: duro, forte, invulnerável) e ketill (lit. caldeirão; em sentido lato: elmo, elmo de chefe, elmo de sacrificador). [7]
Na Saga de Hervör (século XIII) e na saga Morkinskinna (século XIII) aparece como Steinkell e na Lei da Gotalândia Ocidental (século XII) como Stænkil. [8][9]
Nos texto escritos em latim, o nome aparece com formas variadas: Está mencionado como Steinkel, Stenkel e Stenkil nos Atos dos Bispos da Igreja de Hamburgo de Adão de Bremen (século XI) e em 1554, foi nomeado como Stenchillus na História de todos os reis gautas e suíones do arcebispo sueco João Magno. [10][11]
Nos textos académicos em português costuma ser usada a forma nórdica Stenkil. [12]

História[editar | editar código-fonte]

As fontes históricas sobre Estenquilo são difíceis de verificar, pois nem sempre coincidem e por vezes são contraditórias. Ele aparece nos Atos dos Bispos da Igreja de Hamburgo (século XI), na Lista dos reis da Suécia da Lei da Gotalândia Ocidental (século XIII), na Heimskringla, na Saga de Hervör (século XIII) e na saga Morkinskinna (todas do século XIII).[3]

Com a morte de Emundo em 1060, sem deixar descendência, acabou a Casa de Munsö. A pré-história sueca se encerrava, e a Suécia entrava na Idade Média com a eleição de Estenquilo e a criação de sua casa.[13][14] Seu reinado, porém, duraria só até 1066, ano da Batalha de Hastings.[15] Segundo a Saga de Hervör:[16]

Estenquilo era um homem nobre e poderoso da Suídia. Sua mãe se chamava Astride e era filha de Finn Skjalges; seu pai era Ragualdo, o Velho. Foi o primeiro conde da Suídia, mas depois da morte do Emundo, o Velho, os suecos o proclamaram rei. Sendo assim, o poder real deixou de pertencer a antiga família real. Casou-se com a filha de Emundo e morreu de tuberculose na Suídia, quase ao mesmo tempo que o rei Haroldo Hardrada caia em Inglaterra

Estenquilo tinha a sua base de poder nas suas posses na Gotalândia Ocidental e na sua aliança com a Igreja Católica, tendo sido um impulsionador da expansão do cristianismo na Uplândia e no vale do Malar.[17][18] Controlou praticamente toda a Suécia medieval. É muito reconhecido na literatura como um rei popular. Foi elogiado por ter ajudado o bispo e missionário Adaluardo a estabelecer um bispado em Sigtuna. Diz-se que que Adaluardo pretendeu atear fogo no templo pagão de Upsália, mas Estenquilo o impediu de fazê-lo, evitando assim uma possível rebelião dos suecos pagãos.[3][19] Foi sucedido por seu filho Érico VII, que não tinha as qualidade de seu pai. O território governado por Estenquilo se desintegrou e não se uniria novamente até a ascensão de Ingo I em 1079. Este período obscuro e conturbado tem pouca e contraditória documentação histórica.[20]

Genealogia[editar | editar código-fonte]

Emundo, o Velho
Emund den gamle
Estenquilo
Stenkil
Filha de Emundo
Halstano
Halsten
Ingo I
Inge den äldre
Helena

Referências

  1. Neves 2019.
  2. Rodrigues 2017, p. 62.
  3. a b c Gillingstam, Stenkil.
  4. Lagerqvist 1997, p. 41.
  5. Lagerqvist, Lars (2001). «Svensk medeltid». Svensk historia (História sueca) (em sueco). Estocolmo: Instituto Sueco. p. 23. 204 páginas. ISBN 91-520-0608-5 
  6. {{citar web |url=https://project2.sol.lu.se/fornsvenska/01_Bitar/A.L5.D-Vidhem.html |título=Yngre Västgötalagen - Vidhemsprästens anteckningar |citacao=Fæmti war Stænkil konongær. Han ælskæðhi wæstgøthæ vmfram allæ þe mæn, i hans riki waru. Oc han war goðhær skyttæri oc starkær, swa sum æn stanðæ hans skotmark i Lifwini. Callær eth Konongsten. Annar stanðær wið Konongs liðstolppæ, þridhi a Stanzbyærghi. Oc e glæddus wæstgøtær af hanum, mæð hans liffdaghær waru. |publicado=Fornsvenska Textbanken |autor= |língua=sv |acessodata=28 de janeiro de 2024
  7. «Stenkil» (em inglês). Nordic Names. Consultado em 21 de janeiro de 2024. Old Swedish and Old Danish form of Stæinkætill 
  8. Bouineau 1994, p. 386.
  9. «Yngre Västgötalagen Vidhemsprästens anteckningar». Holm B 59. Consultado em 22 de janeiro de 2024 
  10. Adão de Brema 1876, p. 133.
  11. João Magno 1554, p. 557.
  12. Lucas Pereira Rodrigues. «Entre Reis e Missionários: Conversões e Conflitos na Escandinávia (c.800 - c.1100)». Universidade de Passo Fundo - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - Curso de História. p. 58. Consultado em 23 de novembro de 2020. Ele também conta que o rei Stenkil advertiu os missionários Adalvard e Egino a não tentarem destruir o “templo” de Gamla Uppsala, por medo que fossem mortos ou que ele mesmo fosse deposto. 
  13. Lagerqvist 2004, p. 10.
  14. Orrling 1995, p. 184.
  15. Henrikson 1963, p. 94.
  16. Pritsak 1981, p. 223.
  17. Nyberg 2009.
  18. Larsson 1999, p. 57.
  19. Seidel 2001.
  20. Lagerqvist 1997, p. 40.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Adão de Brema (1876). Adami Gesta Hammaburgensis ecclesiae pontificum. Hanôver: Imprensis Bibliopolii Hahniani 
  • Bouineau, Jacques (1994). Histoire des institutions: Ier-XVe siècle. Paris: Litec 
  • Henrikson, Alf; Berg, Björn (1963). «Stenkilska ätten». Svensk historia (História sueca) (em sueco). Estocolmo: Bonnier. p. 94. 1062 páginas. ISBN 91-0-055344-1 
  • Lagerqvist, Lars O. (1976). Sverige och dess regenter under 1000 år (em sueco). Estocolmo: Bonnier. 399 páginas. ISBN 91-0-075007-7 
  • Lagerqvist, Lars O. (1997). «Stenkilska ätten». Sveriges Regenter. Från forntid till nutid (em sueco). Estocolmo: Norstedts. 440 páginas. ISBN 91-1-963882-5 
  • Larsson, Lars-Ove (1993). «Stenkil». Vem är vem i svensk historia (Quem é quem na história sueca). Från år 1000 till 1900 (em sueco). Estocolmo: Prisma. 208 páginas. ISBN 91-518-3427-8 
  • Larsson, Hans Albin (1999). «Kungariket Sverige växer fram». Boken om Sveriges historia (em sueco). Estocolmo: Forum. 344 páginas. ISBN 9789137114842 
  • Lagerqvist, Lars; Åberg, Nils (2004). «4.Emund gamle». Litet lexikon över Sveriges regenter (Pequeno léxico dos regentes da Suécia) (em sueco). Boda kyrkby: Vincent. 63 páginas. ISBN 91-87064-43-X 
  • Pritsak, Omeljan (1981). The Origin of Rus': Old Scandinavian sources other than the sagas. Cambrígia, Massachussetes: Imprensa da Universidade de Harvard 
  • Rodrigues, Lucas Pereira (2017). Entre Reis e Missionários: Conversões e Conflitos na Escandinávia (c.800 - .1100). Passo Fundo: Universidade de Passo Fundo