Erva fadada – Wikipédia, a enciclopédia livre

A erva fadada é uma planta mágica da mitologia portuguesa que tem o poder de engravidar donzelas que toquem nela. A erva fadada é referida em xácaras[1] e romances medievais como o de Dona Ausenda ou em contos populares.[2]

"À porta de Dona Ausenda está uma erva fadada; mulher que ponha mão nela logo se sente pejada."

- in «Romanceiro», Almeida Garret, 1853[3]

Dona Ausenda[editar | editar código-fonte]

De acordo com Almeida Garret, no seu «Romanceiro», no capítulo dedicado à xácara de D.ª Ausenda, fica-se a saber que será das xácaras mais antigas do romanceiro português, remontando presumivelmente ao período da ocupação mourisca.[4]

Embora na época de Garret a xácara já estivesse a cair em desuso, cerceando-se às regiões circatejanas da Estremadura e do Alto Alentejo, faz alusões a marcos arquitectónicos do Norte do país, denomindadamente, a ponte da Aliviada[5], em Marco de Canaveses. [6]

Na época de Garret, o título desta xácara já dava pelo nome espúrio de D.ª Ausência, um antropónimo demarcadamente erróneo, porquanto Garret afiança que tal nome nunca existiu em Portugal e que a correcta grafia se tratará certamente de Ausenda (ou Auzenda), nome medieval português com larga expressão em registos históricos. [7]

Superstições europeias análogas[editar | editar código-fonte]

De acordo com Almeida Garret, no seu Romanceiro, no Tomo II, pág. 172, num romance asturiano encontra-se um verso semelhante ao da xácara de D.ª Ausenda, com alusões a uma erva mágica com as mesmissímas propriedades[8]:

«Hay una yerba en el campo

que se llama la borraja; toda mujer que la pisa

luego se siente prenada.

Na sua obra «O povo portuguez nos seus costumes, crenças e tradições», Teófilo Braga correlaciona a erva fadada à «La yerba que extravia»[9][10] e à «L’herbe qui égare» dos folclores medievais espanhóis e franceses, respectivamente. Ambos os termos significam a «erva que tresmalha;a erva que desencaminha; a erva que faz perder». [2]

Faz ainda alusão ao feto, que na Turíngia era comummente designado por irrkraut ("a erva que faz perder")[11], sendo a planta, especialmente a sua semente, usada para fazer feitiços de amor e amavios[2][12].Curiosamente, no folclore tradicional português, também se atribuía às sementes do feto, mais concretamente as que fossem colhidas na noite de São João, a susceptibilidade de serem usadas na preparação de amavios ou amuletos com propriedades amorosas.[13]

Inclusive se encontram alusões a esta crença popular, em cantigas do século XIX, da região do porto[14]:

Meu amor não vás a Avintes/

Nem para lá tomes o jeito/

Olha que as moças de lá/

Trazem a semente do feito

Há ainda um paralelo relevante, que não foi feito por Teófilo Braga, mas que é feito por Véronique Barrau, na sua obra «Les Plantes des Fées et des autres esprits de la nature», em que equaciona todas estas ervas mágicas já aludidas, e ainda acrescenta o exemplo do Zabutko, proveniente do folclore russo.[15]

No folclore francês[editar | editar código-fonte]

No folclore francês há amplas referências a esta erva, que dá por muitos nomes, desde «l'herbe qui egare» (ou d’égaille em Vendée)[16], «herbe de la détourne» (erva do desvio), «herbe d’oubli» (na Bretanha) (lit. erva do esquecimento)[17], «herbe qui détourne» (lit. erva que desencaminha), «herbe d’écart» (lit. erva do afastamento), «herbe de la détorne» (lit. erva do extravio) e ainda «Herbe de Fourvoiement» (lit. erva das encruzilhadas) em obras do século XVII.[18]

No folclore francês, a erva que desencaminha, tem a propriedade de fazer com que quem a pise se perca no caminho, errando às cegas por entre os bosques, ou que fique encantado sob a maldição de repetir sempre o mesmo trajecto em círculos, voltando sempre a encontrá-la, até que quebre o ciclo vicioso, deixando de a pisar.[19]

Na tradição folclórica francesa a única outra maneira de desfazer o encanto desta erva era revirar os bolsos e as vestes do avesso[20][21], superstição que, por sinal, também tem reflexo na superstição tradicional portuguesa, onde o acto de revirar a roupa do avesso tem o efeito de proteger contra os malefícios lançados pelas bruxas.[22]

Na tradição francesa esta erva encontra-se associada às fadas, marcando a entrada secreta para o mundo feérico, daí que quem a pise se sinta perdido, porque se vê transportado para um mundo apartado do mundo dos Homens[17].Esta também é uma referência pertinente, para paralelizar com o conceito português, que- afinal de contas- designa a sua versão desta planta como «erva fadada» portanto, em lídimo ensejo de se interpretar como "erva das fadas", sendo certo que não se deve descartar a interpretação, igualmente lídima, de "erva do fado ou do destino".

Sendo certo que houve inúmeros antropólogos e estudiosos franceses que tentaram rastrear concretamente que planta real corresponderia à «herbe d'égare», o facto é nunca se chegou a um consenso.[19]

Interpretação historiográfica[editar | editar código-fonte]

Teófilo Braga relembra ainda que na idiomática das línguas neolatinas, incluindo a língua portuguesa, os termos «perdida[23]» e «perdição[24]» podem encerrar uma conotação alusiva à conduta moral indevida ou à promiscuidade sexual de uma pessoa, e não apenas a um sentido literal de desnortear-se. Concretamente, fora prática comum usar o eufemismo "mulheres perdidas" para designar prostitutas, no século XIX e antes, não só em Portugal, mas também em Espanha, França e em inúmeras partes da Europa. [25]

Ainda nesta linha de conta, será pertinente notar que, na era medieval, dava-se às prostitutas e às mulheres promíscuas, em geral, o ápodo de "ervoeira[26][27]", o que denota a simbologia eufemística do português medieval em associar o conceito de "ervas" às relações sexuais ilícitas[28]. Na mesma toada, é igualmente digno de nota o conceito de "filho das ervas", eufemismo medieval português para designar os filhos bastardos de pai desconhecido, que, por sinal, tem uma ligação semântica por demais evidente com a noção e o mito associado às ervas fadadas.[29]

É certo que, seja num sentido literal de perda física ou num sentido figurado de perda moral, há vários paralelos deste conceito da "erva fadada" nos folclores europeus coevos do folclore português.

Análise sociológica do mito[editar | editar código-fonte]

O mito da erva fadada cumpria, portanto, um papel tríplice na tradição oral portuguesa.

Por um lado, tinha uma finalidade análoga aos contos do caralho-de-asas, que se encontram na tradição oral brasileira, que seria o de dar uma etiologia à paternidade desconhecida ou não assumida.[30] Neste sentido, relevam os términos eufemísticos, mas pejorativos, dados aos filhos bastardos no português medieval, que eram: «filho das ervas»[31] ou ainda «filho das tristes ervas», «filho das malvas» e «filho das ervas e neto das águas correntes»[32], que, por sinal, se coligam tematicamente com o mito da erva fadada. Em rigor, o conceito de «erva fadada» cumpria uma função social de procurar desculpar ou aligeirar o estigma social atribuído às mulheres que engravidassem em contexto de adultério, mormente o tipo de adultério praticado por mulher solteira, atribuindo uma causa sobrenatural e incontrolável àquela gravidez indesejada.[33]

Por outro lado, o mito da erva fadada tem a função de dar manifesto literário a um receio que pertencia ao imaginário da mulher medieval e, ulteriormente, à mulher portuguesa de outras épocas do passado lusitano, que era o de se ver grávida, por meios inteiramente alheios ao seu controlo, no seio de uma sociedade que atribuía um enorme e pesado estigma às mães solteiras e, fundamentalmente, que incidia uma ênfase monumental ao aspecto da castidade feminina, como uma prerrogativa fulcral da noção de honra e dignidade da sua pessoa em sociedade.[34] Nesse sentido, xácaras como a da D.ª Ausenda, em que a protagonista se vê grávida, por artes que lhe são completamente desconhecidas e estão manifestamente fora do seu domínio e controlo, podem revestir-se de contornos tétricos que, à partida, poderão não ser imediatamente perceptíveis numa leitura superficial do texto.[35]

Por último, pode cumprir uma função de escarmento, ou seja, de conto exemplar, que tinha o objectivo de incutir na sociedade da época determinados valores, lições morais ou normas de conduta. Neste caso, destaca-se a função de infundir nas raparigas o preceito cultural fulcral da castidade, como prerrogativa da sua honra e da sua boa imagem perante a sociedade; bem como da prática do casamento por conveniência, para poupar as jovens à maternidade solteira, por haver um estigma tanto para com a mãe como para com o filho bastardo. [36][34]

Referências

  1. S.A, Priberam Informática. «Consulte o significado / definição de xácara no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, o dicionário online de português contemporâneo.». dicionario.priberam.org. Consultado em 16 de dezembro de 2020 
  2. a b c Braga, Teófilo (1885). O povo portuguez nos seus costumes, crenças e tradições, Volume 2. Porto: .Livraria Ferreira. p. 102 
  3. Garret, Almeida (1853). Romanceiro. Lisboa: Viúva Bertrand e Filhos. p. 40 
  4. Garret, Almeida (1853). Romanceiro. Lisboa: Viúva Bertrand e Filhos. p. 39  «Antiga é, e das mais antigas, porque esta Dona Ausenda e este Conde Dom Ramiro têm um sabor moçárabe que não engana.»
  5. Patrício, António (2009). Lendas de São Gonçalo e de Amarante. Marco de Canaveses: Paróquia de São Gonçalo. pp. 41 e 42 
  6. Garret, Almeida (1853). Romanceiro. Lisboa: Viúva Bertrand e Filhos. p. 39  «Estremenhos e Alentejanos estão concordes» ; «Mas a ponte da Aliviada de que aqui se fala é no Minho. Como é que a história de seu ermitão se não conhece ali, e veio ter e ficar-se nas duas províncias circatejanas»
  7. Garret, Almeida (1853). Romanceiro. Lisboa: Viúva Bertrand e Filhos. p. 39  «A tradição visivelmente corrupta dá por título a este belo romance Dona Ausência»» ; «Ausência não é nome próprio que jamais se usasse em nenhuma parte de Espanha. Ausenda há-de ser que por séculos se encontra em todos os documentos nossos da Meia- Idade, e era dos mais geralmente usados e conhecidos.»
  8. Garret, Almeida (1853). Romanceiro. Lisboa: Viúva Bertrand e Filhos. p. 172 
  9. Faustino Sarmiento, Domingo (1886). Viajes por Europa, África y América 1845-1848. Santiago de Chile: Imprenta Gutenberg. 498 páginas  «Entre los matorrales, yerbas y arbustos que cubren la montaña maldita, crece la hierba que extraviay el viajero que, por descuido la pisa, no vuelve a encontrar su camino, aunque marche toda la noche. Cuantas muchachas de la vecindad han pisado a esta fatal hierba!»
  10. Machado y Álvarez, Antonio. «Supersticiones populares francesas. La yerba que extravía». Sociedad Folk-lore Andaluz. El Folk-Lore Andaluz: 453 
  11. Le Men, R.F. (1870). «la Revue celtique : « Ar ioten – Ar Ghéoten»». Librarie A. Franck. la Revue celtique, tome I, 1870: 460-506 
  12. S.A, Priberam Informática. «Consulte o significado / definição de amavio no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, o dicionário online de português contemporâneo.». dicionario.priberam.org. Consultado em 19 de dezembro de 2020 
  13. Braga, Teófilo (1885). O povo portuguez nos seus costumes, crenças e tradições, Volume 2. Porto: .Livraria Ferreira. p. 70  «O feto, feito ou feitelha, cuja semente o vulgo colhe com um guardanapo, na noite de São João, para aquele que a possuir se torne amado (...)»
  14. Braga, Teófilo (1885). O povo portuguez nos seus costumes, crenças e tradições, Volume 2. Porto: .Livraria Ferreira. p. 70  «Meu amor não vás a Avintes/Nem p'ra lá tomes o geito/Olha que as moças de lá/Trazem a semente do feito»
  15. Barrau, Véronique (2014). Les PLANTES des Féés et des autres esprits de la nature. [S.l.]: PLUME CAROTTE. 150 páginas  «En Russie, c'est la Zabutko qui effraie»
  16. Rézeau, Pierre (1983). «De l'herbe à la Détourne à l'herbe au Tonnerre. Etude de quelques lexies populaires et/ou régionales désignant les plantes dans l'Ouest de la France». Annales de Normandie (1): 213–230. doi:10.3406/annor.1983.3906. Consultado em 19 de dezembro de 2020 
  17. a b Barrau, Véronique (2014). Les PLANTES des Féés et des autres esprits de la nature. [S.l.]: PLUME CAROTTE. 150 páginas  «Ces herbes-fées habitées d'un lutin comme l'Ariotanou de nature féerique se retrouvent partout. On l'appelle l'Egaire en Normandie ; l'herbe-qui-égare dans le Jura ; l'herbe d'engaire dans le Berry ; l'herbe des tournes en Saintonge, etc. En Allemagne, c'est l'Irkraut dont se méfient les promeneurs sur les sentiers réputés hantés par les elfes.»
  18. Rézeau, Pierre. «De l'herbe à la Détourne à l'herbe au Tonnerre. Etude de quelques lexies populaires et/ou régionales désignant les plantes dans l'Ouest de la France». Cahier des Annales de Normandie n°15, 1983. Dialectologie et littérature du domaine d'oïl occidental : actes du colloque tenu à l'Université de Caen. Cahier des Annales de Normandie n°15: 213-230 
  19. a b Mogn, Roland (Novembro 2012). «Les plantes magique de Bretagne». Penn ar Bed. Penn ar Bed n°212: 50-56 «La croyance à l'herbe qui égare est très répandue : au XVIIè siècle, elle s'appelait 'l'herbe de fourvoiement'. Plusieurs plantes que l'on redoute sans savoir quelle est au juste leur forme, font perdre le sens de la direction, ou font revenir sur leurs pas ceux qui ont posé le pied dessus» e «Elle [l'aïeule] nous parlait aussi de l'herbe à la détourne qui faisait perdre le sens de l'orientation à ceux qui avaient le malheur de marcher dessus et les condamnait à errer continuellement jusqu'à l'épuisement complet»
  20. Bergerac, Cyrano (1650). Lettre contre les Sorciéres. Paris: Charles de Sercy. p. 3 a 84. 346 páginas 
  21. Sébillot, Paul (1968). Le folklore de France. Paris: Maisonneuve et Larose. p. 467  «Dans la partie bretonnante des Côtes d’Armor, on connaît un moyen facile de retrouver sa route ; il consiste à toucher, quand on pense avoir marché sur la plante magique, un morceau de bois ou de fer. Ailleurs, on conseille de retourner sa veste ou ses poches»
  22. Gandra, Manuel J. (2007). Portugal Sobrenatural: Deuses, Demónios, Seres Míticos, Heterodoxos, Marginados, Operações, Lugares Mágicos e Iconografia da Tradição Lusíada. Barreiro: Ésquilo. p. 451. 538 páginas. ISBN 978-989-809-218-2  «Para arrenegar bruxas é aconselhável virar a camisa e o fato do avesso.»
  23. S.A, Priberam Informática. «Consulte o significado / definição de perdida no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, o dicionário online de português contemporâneo.». dicionario.priberam.org. Consultado em 19 de dezembro de 2020 
  24. S.A, Priberam Informática. «Consulte o significado / definição de perdição no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, o dicionário online de português contemporâneo.». dicionario.priberam.org. Consultado em 19 de dezembro de 2020 
  25. Braga, Teófilo (1885). O povo portuguez nos seus costumes, crenças e tradições, Volume 2. Porto: .Livraria Ferreira. p. 102  «Em Portugal chama-se perdição à prostituição; perdida a mulher sem honestidade. Isto explica a tradição espanhola e francesa de La yerba que extravia, e da L’herbe qui egare, sobre a qual falam as revistas Melusine, e Folk-Lore Andaluz, p. 453. A generalidadeda mesma superstição conduz à ideia de um fundo comum cultual»
  26. S.A, Priberam Informática. «Consulte o significado / definição de ervoeira no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, o dicionário online de português contemporâneo.». dicionario.priberam.org. Consultado em 19 de dezembro de 2020 
  27. «Dicionário Online - Dicionário Caldas Aulete - Significado de ervoeira». aulete.com.br. Consultado em 19 de dezembro de 2020 
  28. Neves, Orlando (2000). Dicionário de Expressões Correntes. [S.l.]: Edital Notícias. pp. 195–196. ISBN 9789724609539  «'«para se compreender esta expressão, é necessário recuar ao exercício da mais velha profissão do mundo, a prostituição, segundo dizem. Muitos nomes havia para se chamar às mulheres que a exerciam durante a Idade Média. Um deles era hervoeira (hoje grafado ervoeira depois que erva perdeu o h inicial). Naturalmente, a prostituta dessas eras recebia os clientes em qualquer lugar: em casa, no mato, sobre a erva. Constituía, de resto, ofensa dar-se tel nome a uma mulher, tanto que um documento encontrado em Tomar e datado de 1388 dizia: "E se Confrade chamar à Confrada hervoeira ou aleivosa ou ladra pague 5 soldos à Confraria."»
  29. ««Filho da Igreja», «filho de Deus», «filho das ervas» e «filho das malvas» - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa». ciberduvidas.iscte-iul.pt. Consultado em 19 de dezembro de 2020 
  30. Neves, António Amaro (2001). Filhos das Ervas - A ilegitimidade no Norte de Guimarães (séculos XVI-XVIII). Guimarães: Núcleo de Estudos de População e Sociedade Instituto de Ciências Sociais Universidade do Minho. p. 170-179. 253 páginas 
  31. S.A, Priberam Informática. «Consulte o significado / definição de filho das ervas no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, o dicionário online de português contemporâneo.». dicionario.priberam.org. Consultado em 19 de dezembro de 2020 
  32. ««Filho da Igreja», «filho de Deus», «filho das ervas» e «filho das malvas» - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa». ciberduvidas.iscte-iul.pt. Consultado em 19 de dezembro de 2020  «'É interessante notar as várias expressões populares usadas para designar o filho enjeitado, recusado pelo pais, evidenciando o abandono a que a criança é votada e a entrega a uma entidade superior (filho de Deus) e à natureza: «filho das ervas», «filho das tristes ervas», «filho das malvas» e «filho das ervas e neto das águas correntes».'
  33. Neves, António Amaro (2001). Filhos das Ervas - A ilegitimidade no Norte de Guimarães (séculos XVI-XVIII). Guimarães: Núcleo de Estudos de População e Sociedade Instituto de Ciências Sociais Universidade do Minho. p. 122. 253 páginas «Em Portugal empregam-se diversos termos para identificar aqueles que nascem fora de um casamento. A maior parte das designações conhecidas têm conotações pejorativas: adulterino, bastardo, bastardinho, espúrio, (...) filho das ervas (aquele cujo Pai se ignora por sua Mãe tratar desonestamente com muitos), ganhadiço, apanhadiço, ilegítimo, natural.»
  34. a b Bonat Trevisan, Mariana (2012). CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES DE GÊNERO E AFIRMAÇÃO RÉGIA: Os casais da realeza portuguesa entre os séculos XIV e XV a partir das crônicas de Fernão Lopes (Portugal - século XV). Niterói: Centro de Estudos Gerais- Universidade Fluminense. 272 páginas 
  35. Cabral Coser, Miriam (2008). «CASAMENTO, POLÍTICA E DIREITOS DAS MULHERES NA IDADE MÉDIA PORTUGUESA». Universidade de Vassouras. Revista do Mestrado de História, Vassouras, v.10 n°11: p.93-105 
  36. Neves, António Amaro (2001). Filhos das Ervas - A ilegitimidade no Norte de Guimarães (séculos XVI-XVIII). Guimarães: Núcleo de Estudos de População e Sociedade Instituto de Ciências Sociais Universidade do Minho. p. 173. 253 páginas 


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