Enkrateia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Xenofonte foi um dos primeiros a escrever sobre enkrateia.

Enkrateia (do grego ἐγκράτεια, "no poder (de si mesmo)") tem origem no adjetivo enkratês (ἐγκρατής de ἐν (en, “em”) + κράτος (krátos, “poder”) que significa possessão, poder sobre algo ou alguém. Foi durante a vida de Sócrates, no dialeto ático, que três de seus discípulos, Isócrates, Xenofonte e Platão, transformaram o adjetivo Enkratês no substantivo Enkrateia e deram um diferente significado: com eles, Enkrateia deixa de significar poder sobre algo ou alguém e passa a significar poder sobre si mesmo, poder sobre suas paixões e instintos, autocontrole.[1] Enkrateia, para Aristóteles é o antônimo de akrasia (ἀκρασία de ἀ, sem + κράτος, poder, controle) que significa "falta de comando (sobre si mesmo)", falta de autocontrole.[2] Nesse sentido, Enkrateia é o estado de fazer o que é sabido ser uma escolha positiva por causa de suas consequências positivas ao contrário de akrasia que é o estado de fazer o que é sabido não ser uma escolha positiva (por causa de suas consequências negativas) mas ainda assim fazê-lo por causa de seus prazeres imediatos.[3]

Para Xenofonte, Enkrateia não é uma virtude particular, mas "a base de todas as virtudes".[4]

Veja também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Jaeger, W. (1943) Paideia: The Ideals of Greek Culture. Volume 2: In Search of the Divine Centre. New York and Oxford: Oxford University Press. pp 52-57
  2. http://plato.stanford.edu/entries/aristotle-ethics/#Akr
  3. Akrasia in Greek Philosophy: From Socrates to Plotinus (2007) Christopher Bobonich and Pierre Destrée (ed.) Brill. p. 9
  4. Jaeger, W. (1943) Paideia: The Ideals of Greek Culture. Volume 2: In Search of the Divine Centre. New York and Oxford: Oxford University Press. p. 54