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Eni S.p.A.
ENI
Logo da Eni
ENI
Palazzo Eni, em Roma
Empresa de capital aberto
Cotação
Atividade Petrolífera
Fundação 10 de fevereiro de 1953 (1953-02-10)
Sede Roma, Cidade Metropolitana de Roma-Capital, Lácio, Itália
Área(s) servida(s) Mundo
Pessoas-chave
Empregados 32,689 (2021)
Produtos
Subsidiárias Eni Power, Eni Rewind, Eni Plenitude, Versalis, Saipem
Lucro Aumento 5.821 bilhões (2021)[1]
Faturamento Aumento €76.575 bilhões (2021)[1]
Website oficial www.eni.com

A Eni (iniciais de Ente Nazionale Idrocarburi, que em português significa Empresa Nacional de Hidrocarbonetos) é uma multinacional petrolífera italiana constituída em 1953 por Enrico Mattei[2] e privatizada em 1998.[3] A empresa atua nos setores de petróleo, gás natural, petroquímico e bioquímico, produção e comercialização de energia elétrica a partir de combustíveis fósseis, cogeração e fontes renováveis. A Eni está cotada nas bolsas de Milão e de Nova Iorque e o Estado italiano detém uma participação minoritária no capital social (aproximadamente 30%).[4]

Em 2021 a Eni está presente em 69 países, tem 32 689 colaboradores e um faturamento de aproximadamente 76 bilhões de euros.[5]

Em 2023 Eni ocupa a 61ª posição na lista Fortune Global 500 em termos de faturamento[6] e a 81ª na lista Forbes Global 2000 por capitalização de mercado.[7] Além disso, a Eni está no Top 100 Global Energy Leaders da Thomson Reuters[8] e no Top 25 da Thomson Reuters para o setor de Petróleo e Gás.[9]

A presidente da Eni é Lucia Calvosa desde 13 de maio de 2020, enquanto Claudio Descalzi é o Diretor Geral desde 9 de maio de 2014.[10]

História[editar | editar código-fonte]

Em 1926 nasceu na Itália a empresa Agip com o objetivo de explorar petróleo e gás natural no território nacional. Juntamente com as atividades desenvolvidas na Itália, a Agip negociava contratos para ampliar a exploração na Romênia, Albânia e Iraque.[11]

Em 1936 foi fundada a empresa Anic.[12] Em 1941 foi criada a empresa Snam.[13] Em 1945 Enrico Mattei foi nomeado comissário da Agip e em 1953 fundou a Eni.[14]

Anos 1950-2000[editar | editar código-fonte]

Através da Lei número 136, de 10 de fevereiro de 1953, foi criada a Eni - a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos -, da qual Enrico Mattei se tornou presidente. A lei concedeu à empresa o monopólio da exploração e produção de hidrocarbonetos no Vale do e o controle da Agip, Anic, Snam e outras empresas menores.[15]

Em 1957 foi criada a Saipem.[16]

Desde seus primeiros anos, a ENI expandiu-se para África, onde, além de concluir acordos para exploração, construiu refinarias e redes de distribuição. Por meio de suas subsidiárias, Snamprogetti e Saipem, a elaboração de projetos e a construção de oleodutos e refinarias foram muitas vezes incluídos como contrapartida nos acordos para a pesquisa e a exploração de campos petrolíferos. Mattei introduziu uma fórmula chamada fifty-fifty nos países produtores, tanto na África quanto além, que permitia às autoridades locais compartilhar os lucros vindos do desenvolvimento da produção de petróleo e gás.[17]

Em 1962, Enrico Mattei morreu em um atentado aéreo ao voltar de Catania.[18]

Na década de 1970, a Snam inaugurou o gasoduto Transmed que, com mais de 2.500 km de comprimento, liga Hassi R'Mel, no deserto argelino, ao Vale do .[19] Em 1974, a Agip adquiriu a rede de distribuição Royal Dutch Shell Italia, renomeada para IP.[20]

Em 1982, a Eni criou a holding EniChimica, posteriormente renomeada como EniChem.[21]

Em 1989 a Eni assinou um acordo com a Montedison para reunir parte das empresas químicas de cada grupo com a criação da Enimont. Em 1991, a Eni integrou todas as instalações químicas de Montedison.[22]

Em 1992, a Eni foi privatizada e tornou-se uma empresa de capital aberto, tendo como único acionista o Ministério do Tesouro italiano.[23]

Em 1995, o Ministério do Tesouro vendeu 15% da Eni SpA através da cotação na Bolsa de Valores de Milão. Entre 1995 e 1998, quatro ofertas públicas (OPVs) colocaram no mercado cerca de 63% do capital.[24]

Em 1998, a Eni incorporou a Agip, que se tornou a Divisão Exploration & Production da empresa.[25]

Século XXI[editar | editar código-fonte]

Em 2001, com a liberalização do mercado de gás, a Eni perdeu o monopólio de importação e distribuição em Itália.[13] Paralelamente à criação da EniPower, a Eni entra no setor elétrico.[26]

Em 2002, a EniChem torna-se Polimeri Europa.[27]

A Eni adquiriu a British Borneo em 2000 [28] e a Lasmo em 2001.[29] Em 2000, foi descoberto o gigantesco campo de petróleo off-shore de Kashagan no Mar Cáspio.[30]

Em 2012, o Polimeri Europa torna-se Versalis.[31]

Em julho de 2021, a Eni anunciou a aquisição da Dhamma Energy, um grupo espanhol de produção de eletricidade a partir de energias renováveis. Em agosto de 2021, a Eni anuncia a aquisição da Be Power, empresa especializada em infraestruturas elétricas para veículos elétricos.[32]

A 21 de abril de 2022, a subsidiária da Eni no Congo revelou a assinatura de um acordo com a República do Congo para aumentar a produção e exportação de gás. Este acordo inclui o desenvolvimento de um projeto de gás natural liquefeito (GNL) que deverá ter início em 2023 e produzir mais de 3 milhões de toneladas por ano.[33]

A Eni é o principal acionista da empresa americana Commonwealth Fusion Systems (CFS).[34] Em colaboração com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), o CFS está tentando construir um reator de fusão usando um tokamak, uma câmara toroidal. Este reator, deve ser mais barato do que os projetados em outros projetos internacionais, como o ITER. Em setembro de 2021, a CFS realizou um teste usando super condutores de alta temperatura, que mostrou ser possível criar uma câmara de fusão que imita o processo de fusão de deutério e trítio que ocorre dentro do sol, a fim de produzir energia sustentável.[35]

Organização[editar | editar código-fonte]

A Eni está organizada em três grandes divisões operacionais:

  • Divisão de E&P (Exploration and Production): exploração e produção de hidrocarbonetos
  • Divisão G&P (Gas and Power): aquisição e venda de gás natural à grosso e a retalho, compra e venda de gás natural liquefeito (GNL) e compra, produção e venda de energia elétrica.
  • Divisão de R&M e Química (Refining and Marketing e Química): refinação e comercialização de combustíveis e outros produtos petrolíferos

Subsidiárias da ENI[editar | editar código-fonte]

O grupo Eni inclui cinco ramos principais:

Acionistas[editar | editar código-fonte]

  • Estado italiano 30%, mercado 70%.

Os principais acionistas são: Cassa Depositi e Prestiti S.p.A. - 25,96%, Ministério da Economia e Finanças - 4,37%.[36]

Presidentes – Comissários[editar | editar código-fonte]

  • Enrico Mattei (1953-1962)
  • Marcello Boldrini (1962-1967)
  • Eugenio Cefis (1967-1971)
  • Raffaele Girotti (1971-1975)
  • Pietro Sette (1975-1979)
  • Giorgio Mazzanti (1979)
  • Egidio Egidi (comissário, 1979)
  • Egidio Egidi (1980)
  • Alberto Grandi (1980-1982)
  • Enrico Gandolfi (comissário, 1982)
  • Umberto Colombo (1982-1983)
  • Franco Reviglio (1983-1989)
  • Gabriele Cagliari (1989-1993)
  • Luigi Meanti (1993-1999)
  • Gian Maria Gros-Pietro (1999-2002)
  • Roberto Poli (2002-2011)
  • Giuseppe Recchi (2011-2014)
  • Emma Marcegaglia (2014-2020)
  • Lucia Calvosa (desde 2020)

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b https://www.eni.com/assets/documents/eng/reports/2021/Annual-Report-2021.pdf
  2. «A Itália contra as sete irmãs do petróleo, por André Araújo». jornalggn.com.br 
  3. «EM BUSCA DE NOVOS CAMINHOS: O SINTTEL DE MINAS GERAIS, E A PRIVATIZAÇÃO DA TELEMIG (1994-2000)» (PDF). biblioteca.pucminas.br 
  4. «O MERCADO DO GÁS NATURAL:DIVERSIFICAÇÃO EM CONTEXTO DE MERCADO LIBERALIZADO» (PDF). repository.utl.pt 
  5. «Eni Annual Report 2021» (PDF). Eni.com 
  6. «Fortune 500». Fortune.com 
  7. «The Global 2000». forbes.com 
  8. «Top 100 Global Energy Leaders». thomsonreuters.com 
  9. «Top 25 Energy Subsector Honorees». thomsonreuters.com 
  10. «Matteo Renzi nomeia Claudio Descalzi para CEO da Eni». jornaldenegocios.pt 
  11. «O MERCADO DE GÁS RUSSO-EUROPEU DETERMINANTES E PERSPECTIVAS» (PDF). Econ.puc-rio.br 
  12. «Energy supply and economic development in italy the role of the state-owned companies» (PDF). Unimib.it 
  13. a b «O MERCADO DO GÁS NATURAL DIVERSIFICAÇÃO EM CONTEXTO DE MERCADO LIBERALIZADO» (PDF). Utl.pt 
  14. «Unitização dos reservatórios de óleo e gás» (PDF). Avm.edu.br 
  15. «Empresas Estatais na França, Itáliae na Polônia». Enap.gov.br 
  16. «RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE» (PDF). Thron.com 
  17. «O PROCESSO DE INDIVIDUALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO NA ÁREA DO PRÉSAL E OS POTENCIAIS PROBLEMAS PRÁTICOS ADVINDOS DA CONVIVÊNCIA DOS TRÊS MODELOS DE CONTRATOS INTERNACIONAIS DE PETRÓLEO» (PDF). Ufrj.br 
  18. «Itália admite atentado no caso Mattei». Uol.com.br 
  19. «Magrebe, Islamismo e a relação energética de Portugal». Cepese.pt 
  20. «A Comparative History of National Oil Companies». Books.google.com 
  21. «A story of commitment renewed over time». Eni.com 
  22. «Mãos Limpas: objeto e ciência de uma operação anticorrupção italiana1». Sinteseeventos.com.br 
  23. «O estado como acionista controlador» (PDF). Usp.br 
  24. «The History of Privatization». Eni.com 
  25. «Eni SpA: Building an International Energy Major» (PDF). blackwellpublishing.com 
  26. «AS IDEIAS DA ENI PARA A GALP». Publico.pt 
  27. «After the Three Italies: Wealth, Inequality and Industrial Change». Books.google.com 
  28. «Agip compra a British Borneo». Folhadelondrina.com.br 
  29. «Eni oferece 881 milhões pela britânica Lasmo». Publico.pt 
  30. «Campo de Petróleo de Kashagan – Campo de Alojamento para 6.500 trabalhadores». Dorce.com 
  31. «A COMUNICAÇÃO ÉTICA E A RESPONSABILIDADE SOCIAL NO MEIO EMPRESARIAL» (PDF). Ua.pt 
  32. «Eni assina acordo para aquisição da Be Power S.p.A». Jornaldasoficinas.com 
  33. «Itália vai receber mais gás natural de Angola e da República do Congo». Jornaldenegocios.pt 
  34. «A new era in fusion research at MIT». Mit.edu 
  35. «MIT testa primeiro elemento de reator de fusão nuclear inovador». Inovacaotecnologica.com.br 
  36. «List of shareholders». Eni.com 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • (en) Marcello Boldrini, Mattei, Rome, Colombo, 1969
  • (it) Marcello Colitti, Energia e sviluppo in Italia, Bari, De Donato, 1979
  • (en) Paul H. Frankel, Oil and Power Policy, New York - Washington, Praeger, 1966
  • (it) Nico Perrone, Enrico Mattei, Bologna, Il mulino, 2001 ISBN 88-15-07913-0

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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