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Enesidemo
Biografia
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para
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Cidadania
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Outras informações
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estudante
Heraclide (d)
Superior
Zeussipo (d)

Enesidemo (em grego antigo: Αἰνησίδημος, transl. Ainēssídēmos) foi um filósofo cético grego da antiguidade. Diógenes de Laércio o coloca como nascido em Cnossos, na ilha de Creta,[1] enquanto que Fócio o coloca em Egeia.[2] Viveu durante o século I a.C.

É possível que tenha sido membro da Academia, mas a tenha abandonado quanto Antíoco trouxe as doutrinas estoicas para a escola, contrariando o ceticismo acadêmico que predominava. Com isso, Enesidemo teria revivido os princípios do ceticismo original de Pirro de Élis.[2]

Pouco se sabe de Enesidemo, e nenhuma de suas obras sobreviveu, embora ele tenha sido mencionado por Fócio (em sua obra Myriobiblion), Sexto Empírico, e Diógenes Laércio. Sexto e Diógenes o atribuem oito dos dez tropos do ceticismo apresentados extensivamente por Sexto Empírico.[1][3]

Discursos Pirrônicos[editar | editar código-fonte]

A obra mais conhecida de Enesidemo, considerando sua citação em mais de uma ocasião por Diógenes de Laércio, foi o Discursos Pirrônicos (Πυρρωνίων λόγοι). A obra não sobreviveu ao nosso tempo, mas foi uma das 279 obras que Fócio registrou em seu Biblioteca. Segundo ele

O ponto central do livro é estabelecer que não temos nenhuma apreensão, seja pelos sentidos ou pelo intelecto, de modo que nem os pirrônicos e nem os outros filósofos conhecem a verdade que está nas coisas em si mesmas[2]

Fócio assim apresenta a estrutura da obra:

Discurso Conteúdo
Explanação dos "princípios" do ceticismo de Pirro.

Diferenciação entre pirrônicos e acadêmicos.

Linha geral do sistema filosófico pirrônico.

Demonstração da inapreensibilidade da verdade, causas, afecções, movimento, geração e destruição.
Demonstração da inapreensibilidade do movimento e das sensações.
Demonstração da impossibilidade dos "sinais" para apreensibilidade da realidade

Demonstração da inapreensibilidade de problemas sobre a natureza, o mundo e os deuses.

Demonstração da inapreensibilidade das causas

Demonstração das maneiras pelas quais os teóricos das causas foram levados ao erro

Demonstração da inapreensibilidade bem e do mal, e das coisas desejáveis e evitáveis.
Demonstrações dos erros filosóficos quanto às virtudes.
Demonstrações dos erros filosóficos nas éticas teleológicas.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b Laércio, Diógenes. Vidas e Doutrinas dos Filósofos Ilustres. [S.l.: s.n.] p. XI, 116 
  2. a b c Fócio (2023). Enesidemo: Discursos Pirrônicos. Blumenau: [s.n.] 
  3. Sexto Empírico. Hipotiposes Pirrônicas, I, 180.