Emirado de Bucara – Wikipédia, a enciclopédia livre

Emirado de Bucara

امارت بخاراBuxoro amirligi

Estado independente
(protetorado russo entre 1873 e 1917)

1785 — 1920 
Bandeira
Bandeira
Bandeira

Localização do Emirado de Bucara (verde) na Ásia c. 1850
Coordenadas da capital   39° 46' N 64° 26' E
Continente Ásia
Região Ásia Central
Capital Bucara
Países atuais Usbequistão
Tajiquistão
Turquemenistão
Cazaquistão
Afeganistão

Língua oficial persa
Outros idiomas usbequebucara
Religião oficial e maioritária islã sunita
Outras religiões sufismo (Naqshbandi)
xiitajudaísmo

Forma de governo Monarquia absolutista
Emir
• 1785–1800  Mir Maçum Xá Murade
• 1911–1920  Maomé Alim Cã

História  
• 1747  Controle mangudai do Canato de Bucara
• 1785  Fundação
• 1868  Derrota frente ao Rússia
• 1873  Protetorado russo
• Outubro de 1920 de 1920  Dissolução

O Emirado de Bucara[2] ou Bukhara (em persa: امارت بخارا; em usbeque: Buxoro amirligi) foi um Estado da Ásia Central [3] que existiu entre 1785 a 1920. Ocupou o território entre os rios Amu Dária e Sir Dária, conhecido anteriormente como Transoxiana. Seu território principal estendia ao longo do rio Zarafexã inferior, e seus centros urbanos eram as antigas cidades de Samarcanda e a capital do emirado, Bucara. Foi contemporâneo do Canato de Quiva ao oeste, em Corásmia; e o Canato de Cocanda ao leste, no vale de Fergana. Está agora dentro dos limites do Usbequistão.

História[editar | editar código-fonte]

Maomé Alim Cã (1880–1944), o último emir de Bucara, fotografado por Sergei Mikhailovitch Prokudin-Gorski em Mazar-e Sharif em 1911

O Emirado de Bucara foi criado oficialmente em 1785, mediante o pressuposto governo do emir mangudai, Xá Murade. Ao longo do século XVIII, os emires ganharam vagarosamente o controle efetivo do Canato de Bucara, a partir de sua posição como atalique (tutor dos príncipes). Nos anos 1740, quando o canato foi conquistado por Nader Xá da Pérsia, ficou claro que os emires detinham o poder real. Em 1747, após a morte de Nader Xá, o atalique Maomé Raim Bi (Khudayar Bi) assassinou o Abulfaiz e seu filho, pondo fim à dinastia janidida. A partir de então os emires permitiram que os cãs fantoches governassem até que, após a morte de Abul Gazi Cã, Xá Murade assumiu abertamente o trono.[4]

Em 1868, o emirado perdeu uma guerra com a Rússia imperial, que possuía aspirações coloniais na região. A Rússia anexou grande parte do território do emirado, incluindo a importante cidade de Samarcanda.[5] Em 1873, o restante se tornou um protetorado russo,[6] e logo foi cercado pela Gubernia-Geral do Turquestão.

Os reformistas dentro do emirado tinham encontrado um emir conservador, Maomé Alim Cã, sem vontade de afrouxar sua permanência no poder, e se voltaram para os revolucionários bolcheviques russos para uma assistência militar. O Exército Vermelho lançou um ataque mal sucedido em março de 1920, e, em seguida, um bem sucedido, em setembro do mesmo ano.[7] O Emirado de Bucara foi conquistado pelos bolcheviques e substituído com a República Popular Soviética de Bucara. Atualmente, o território do extinto emirado reside principalmente no Usbequistão, com partes no Tajiquistão, Turquemenistão e Cazaquistão. Também esteve incluído no atual norte do Afeganistão entre 1793 e 1850.

Mapa do Turquestão russo em 1900, com Emirado de Bucara a verde e ao centro

Referências

  1. Olivier Roy (2000), The new Central Asia: the creation of nations, p. 70
  2. Fernandes, Ivo Xavier (1941). Topónimos e Gentílicos. I. Porto: Editora Educação Nacional, Lda. 
  3. Gabriele Rasuly-Paleczek, Julia Katschnig (2005), European Society for Central Asian Studies. International Conference, p. 31
  4. Soucek, Branko; Soucek, Svat (2000), A History of Inner Asia (em inglês), Cambridge University Press, pp. 179–80 
  5. Soucek 2000, p. 198
  6. Russo-Bukharan War 1868, Armed Conflict Events Database, OnWar.com
  7. Soucek 2000, pp. 221–2
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