Emanuel Ungaro – Wikipédia, a enciclopédia livre

Emanuel Ungaro
Emanuel Ungaro
Nome completo Emanuel Maffeolit Ungaro
Nascimento 13 de fevereiro de 1933
Aix-en-Provence, França
Morte 21 de dezembro de 2019 (86 anos)
Nacionalidade francês
Ocupação Estilista

Emanuel Maffeolit Ungaro (Aix-en-Provence, 13 de fevereiro de 193321 de dezembro de 2019) foi um estilista francês de origem italiana. Foi fundador de uma casa de alta costura que leva seu nome.[1]

Geralmente considerado como o último grande costureiro, Ungaro aposentou-se em 2005.[1]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Filho de um imigrante italiano, na época um modesto alfaiate do Midi, na França, é com ele que Emanuel Ungaro começa a aprender seu ofício.

Descobre Paris com a idade de vinte e dois anos. Posteriormente transfere-se para Barcelona, onde vai trabalhar com Cristóbal Balenciaga. Ungaro deve a sua formação a Balenciaga, com quem diz ter aprendido tudo, entre 1958 e 1965.

Em 1965, cria sua marca, que se distingue pelas misturas de estampados, pelas nuances vivas e pelos belos drapeados. Desde 1967, a loja principal de Emanuel Ungaro situa-se no 8e arrondissement, na Avenue Montaigne, dentro do chamado "triângulo de ouro de Paris" (delimitado pelas avenidas Montaigne, George V e Champs-Elysées), onde se localizam as principais lojas do comércio de luxo.

À frente de uma das últimas maisons de costura independentes, comemora, em 1995, um quarto de século de costura, com seu estilo rico, florido e sensual. Ele se lembra: "Hoje todo mundo quer ser artista... Eu, depois que as operárias iam embora, varria o local, com vergonha de que soubessem que era eu mesmo quem fazia a limpeza..."

Em 1997 a marca foi vendida para o grupo italiano Ferragamo. Ungaro prefere então retirar-se. Deixa o mundo da moda parisiense em 26 de maio de 2004. Em 2005, a marca foi novamente vendida e entrou numa fase de refluxo, com a frequente troca de designers[2][3]

Em 2009, as vendas da marca totalizaram cerca de duzentos milhões de dólares em perfumes e produtos das linhas menos caras vendidos na Ásia, mas a coleção de passarela tem sido deficitária há anos.[2]

Atualmente a maison Ungaro está nas mãos do paquistanês Asim Abdulah. A marca permanece deficitária e, até 2010, registrava perdas não inferiores a seis milhões de euros por ano.[4] Em 2010, depois de uma desastrosa passagem da atriz Lindsay Lohan pela área de criação da grife, Abdullah teria procurado Matteo Marzotto, ex-presidente da Valentino, mas a negociação não prosperou. Segundo o New York Post, Abdullah continuou à procura de um novo investidor, enquanto tentava trazer de volta Giambattista Valli, estilista da Ungaro até 2005.[5]

Em 24 de setembro de 2012, foi anunciado que a marca retornaria à Semana da Moda de Paris na temporada outono/inverno de 2013, sob o comando criativo de Fausto Puglisi, estilista siciliano que já vestiu Madonna, Beyoncé e a jornalista de moda Anna Dello Russo, consultor da Vogue japonesa. O retorno da griffe ao evento teria sido possibilitado por um acordo entre Abdullah, através de sua companhia de investimentos, Aimz, e o grupo italiano Aeffe (fundado em 1972, pela estilista italiana Alberta Ferretti), que já controla as marcas Alberta Ferretti, Moschino e Cacharel, entre outras. O acordo foi mais uma tentativa de revitalizar a Emanuel Ungaro, que desde 2005 teve mais de cinco diretores de criação - além da polêmica conselheira artística, Lindsay Lohan. Após o acordo, o grupo italiano ficou responsável pela produção e distribuição internacional das linhas feminina e de acessórios da Emanuel Ungaro. Fausto Puglisi foi indicado pelo presidente da Aeffe, Massimo Ferretti.[6]

Ungaro morreu no dia 21 de dezembro de 2019, aos 86 anos.[7]

Referências

  1. a b Milligan, Lauren (19 de Abril de 2010). «Emanuel Ungaro» (em inglês). Vogue.com (UK). Consultado em 26 de Maio de 2010. Arquivado do original em 18 de julho de 2010 
  2. a b Wilson, Eric (5 de outubro de 2009). «A Controversial Debut for Lohan in Paris». The New York Times. Consultado em 1 de maio de 2010 
  3. Alexander, Hilary (21 de abril de 2010). «Giles Deacon for Emanuel Ungaro?». The Daily Telegraph. UK. Consultado em 25 de abril de 2010 
  4. The Fall of the House of Ungaro. Por Cathy Hory. NY Times, 20 de agosto de 2010.
  5. Lindsay Lohan foi a gota d’água: grife Ungaro pode ser vendida. Terra/FFW, 30 de março de 2010.
  6. Emanuel Ungaro: marca contrata novo diretor criativo e promete voltar às passarelas. Por Carla Valois. FFW, 25 de setembro de 2012.
  7. Amapane, Antonella (21 de dezembro de 2019). «È morto lo stilista Emanuel Ungaro, il "chirurgo" dell'eleganza». La Stampa (em italiano). Consultado em 22 de dezembro de 2019 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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