Eleitorado de Tréveris – Wikipédia, a enciclopédia livre



Kurfürstentum Trier (em alemão)
Électorat de Trèves (em francês)

Eleitorado de Tréveris

Estado do Sacro Império Romano


898 – 1801
 

 

 

Flag Brasão
Bandeira Brasão
Localização de Tréveris
Localização de Tréveris
Continente Europa
Região Europa Central
País Alemanha
Capital Tréveris
Ehrenbreitstein
Governo Principado Eclesiástico
História
 • 898 Concessão da autonomia
 • 898 Imediatidade imperial
 • Entre 1189 e 1212 Elevado a Eleitorado
 • 1512 Ingressa no Círculo Eleitoral do Reno
 • 9 de fevereiro de 1801 Tratado de Lunéville
 • 1801 Reconstituído como Grão-Ducado do Baixo Reno dentro da Prússia

O Eleitorado de Tréveris (em alemão: Kurfürstentum Trier; em francês: Électorat de Trèves) foi um principado eclesiástico do Sacro Império Romano que existiu entre o final do século IX e o início do século XIX. Consistia nas posses temporais do príncipe-arcebispo de Tréveris (Erzbistum Trier), também príncipe-eleitor do império. Havia apenas dois outros príncipes-eleitores eclesiásticos no império: os do Eleitorado de Colônia e do Eleitorado de Mainz, sendo que Mainz ocupava o primeiro lugar ante os demais.[1]

A capital do eleitorado era Tréveris, mas a residência principal do Eleitor foi transferida para Koblenz a partir do século XVI. O eleitorado foi secularizado em 1803 durante o governo napoleônico.

O Eleitor de Tréveris, na qualidade de arcebispo, também administrava a Arquidiocese de Tréveris, cujo território não correspondia ao eleitorado.

História[editar | editar código-fonte]

Tréveris, como importante capital da província romana de Augusta Treverorum, era uma sede episcopal desde os tempos romanos, sendo elevada ao status arquiepiscopal durante o reinado de Carlos Magno, cuja determinação mencionava as dioceses de Metz,Toul e Verdun como suas sufragâneas.

Os bispos de Tréveris já eram proprietários de territórios virtualmente independentes durante a dinastia merovíngia. Em 772, Carlos Magno concedeu ao bispo Weomad total autonomia da jurisdição do conde governante para todas as igrejas e mosteiros, além das aldeias e castelos pertencentes à Igreja de São Pedro em Tréveris. Em 816, Luís I, o Piedoso confirmou ao arcebispo Hetto os privilégios de proteção e imunidade concedidos por seu pai.

Na divisão do Império Carolíngio, ratificado pelo Tratado de Verdun em 843, Tréveris foi entregue a Lotário I. Com o Tratado de Meersen de 870, a Lotaríngia foi dividida e a região de Tréveris passou a integrar o Reino da Frância Oriental, que se tornaria mais tarde o Reino da Germânia.

Em 898, Zuentiboldo - filho ilegítimo do imperador Arnulfo da Caríntia, que reinou brevemente como rei da Lotaríngia - concedeu ao arcebispo Radbod total isenção de impostos para todo o território episcopal. O rei encontrava-se sob grande pressão de seus nobres independentes e precisava desesperadamente de um aliado poderoso. O ato acabou por fortalecer a posição dos arcebispos como senhores territoriais por direito próprio. Após o assassinato de Zuentiboldo em 900, os ministros do rei Luís, a Criança passaram a cortejar Radbod, concedendo-lhe definitivamente o distrito e a cidade de Tréveris, com permissão para impor tarifas alfandegárias e emitir moeda (tanto um símbolo de autoridade independente quanto recurso econômico). Da corte de Carlos, o Simples, ele obteve o direito irrevogável de eleição do bispo de Tréveris pelo capítulo, livre da interferência imperial.

Referências

  1. Dillinger, p. 9-10.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]