Elasticidade (economia) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Elasticidade é o tamanho do impacto que a alteração em uma variável (ex.: preço) exerce sobre outra variável (ex.: demanda).

"Em sentido genérico, é a alteração percentual de uma variável, dada a alteração percentual em outra, ceteris paribus. Assim, elasticidade é sinônimo de sensibilidade, resposta, reação de uma variável, em face de mudanças em outras variáveis".[1]

Uma variável "elástica" responde bastante a pequenas mudanças de outras variáveis. Do mesmo modo, uma variável "inelástica" não responde a mudanças em outras variáveis.

Elasticidade da Demanda[editar | editar código-fonte]

A fim de medir o quanto os consumidores reagem a mudanças de variáveis (ex.: aumento ou redução dos preços, da renda e de bens complementares) os economistas utilizam o conceito de elasticidade.

A elasticidade-preço da demanda e seus determinantes[2][editar | editar código-fonte]

A lei da demanda afirma que uma queda no preço de um bem aumenta a quantidade demandada desse bem. A elasticidade-preço da demanda é uma medida do quanto a quantidade demanda de um bem reage a uma mudança no preço do bem em questão.

A demanda de um bem é chamada de:

  • Elástica: A quantidade demandada responde substancialmente a mudanças de preço;
  • Inelástica: A quantidade demandada responde pouco a mudanças no preço.

A elasticidade-preço da demanda mede o quanto os consumidores estão dispostos de deixar de consumir um bem conforme seu preço aumenta. A curva traçada, portanto, reflete aspectos econômicos, sociais e psicológicos. Desta forma não é simples a determinação da curva. Todavia é possível apresentar algumas regras básicas sobre o que influência a elasticidade-preço da demanda.

  • Disponibilidade de bens próximos:
  • Bens necessários versus bens supérfluos:
  • Definição de mercado:
  • Horizonte de tempo:

Cálculo da elasticidade-preço da demanda[2][editar | editar código-fonte]

A elasticidade-preço da demanda é calculada por meio da variação percentual da quantidade demandada dividida pela variação percentual do preço:

  • EPD = elasticidade-preço
  • = Variação da quantidade demandada
  • = Variação do preço
Exemplo[editar | editar código-fonte]

Suponhamos que o aumento do preço da pipoca de microondas em 15% cause uma queda de 30% na demanda. A elasticidade da demanda pode ser calculada:

EPD igual a dois significa que a variação da quantidade demandada é duas vezes maior que a variação do preço.

Método do ponto médio[editar | editar código-fonte]

Economistas perceberam que a elasticidade-preço da demanda entre os pontos A e B de uma curva de demanda é diferente da elasticidade-preço demanda entre os pontos B e A.

Exemplo[editar | editar código-fonte]
Cálculo da elasticidade-preço da demanda
Ponto A Ponto B
Preço R$ 4,00 R$ 6,00
Quantidade 100 60

Calculando a Elasticidade-preço de A para B:

Preço sobre 50%

Quantidade cai em 40%

Calculando a Elasticidade-Preço de B para A:

Preço cai 33,3%

Quantidade aumentai em 66,6%


As variações acima surgem da diferença das bases por meio das quais as porcentagens são calculadas. Com o objetivo de resolver esse problema foi desenvolvido o método do ponto médio.

Baseia-se em dividir a variação de um valor pelo ponto médio dos níveis iniciais e finais.

Retomando o exemplo acima:

Cálculo da elasticidade-preço da demanda - Método do Ponto Médio
Ponto A Ponto B Ponto médio
Preço R$ 4,00 R$ 6,00 R$ 5,00
Quantidade 100 60 80

Variação de preço A para B:


Desta forma para a utilização do método do ponto médio usa-se a seguinte formula:

Curvas de demanda[2][editar | editar código-fonte]

Definição matemática[editar | editar código-fonte]

, onde:

  • indica o momento inicial;
  • indica o momento final;
  • indica a diferença da variável entre os momentos final e inicial.

A fórmula acima parte do pressuposto de que queremos medir a elasticidade de um intervalo e . Porém, também é possível medi-la em um intervalo infinitamente pequeno. Essa elasticidade medida em um intervalo infinitamente pequeno é a elasticidade de um ponto específico da curva e sua fórmula é:

, onde:

  • é a derivada de em relação a . Essa derivada traz consigo os eixos x e y, que por sua vez são interdependetes e harmônicos entre si.

Exemplos de aplicações[editar | editar código-fonte]

Microeconomia[editar | editar código-fonte]

Macroeconomia[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. VASCONCELOS, Marco Antonio Sandoval de. Economia Micro e Macro. São Paulo. Editora Atlas (2001)
  2. a b c Mankiw, N. Gregory (2020). Introdução à economia. São Paulo: [s.n.] OCLC 1265042696