Sistema Europeu de Transferência e Acumulação de Créditos – Wikipédia, a enciclopédia livre

O Sistema Europeu de Transferência e Acumulação de Créditos (inglês: European Credit Transfer and Accumulation System, ECTS) é um sistema de pontos desenvolvido pela União Europeia que visa facilitar a leitura e comparação dos programas de aprendizagem dos diferentes países europeus. A sigla ECTS, abreviatura do termo em inglês European Credit Transfer Scale, é o termo mais utilizado por razões práticas. O sistema ECTS aplica-se principalmente à educação superior. No contexto da formação profissional, existe um sistema semelhante e comparável: Sistema Europeu de Créditos da Educação e Formação Profissionais (inglês: European Credit System for Vocational Education and Training, ECVET).

Os pontos de créditos ECTS são um meio padrão para comparar o "volume de aprendizagem baseado nos resultados de aprendizagem definidos e a sua carga de trabalho associada" para a educação superior em toda a União Europeia e outros países europeus colaborantes.[1] Para programas completados com sucesso, os pontos de créditos ECTS são concedidos. Um ano académico corresponde a 60 pontos de créditos ECTS que são normalmente equivalentes a 1500–1800 horas de carga total de trabalho, independentemente do padrão ou tipo de qualificação. Os pontos de créditos ECTS são utilizados para facilitar a transferência e a progressão em toda a União. O ECTS também inclui uma escala de classificação padrão, que deve ser exibida em adição às classificações do padrão local (p.e. nacional).[2]

Sistemas atuais[editar | editar código-fonte]

Lista de pontos de créditos ECTS concedidos num ano nos países europeus[3]
País Pontos de crédito por ano Horas por ponto de crédito Nome do ponto de crédito
União Europeia (UE) 60 25-30[4] Pontos de crédito ECTS
Estados membros da UE
Áustria 60 25 ECTS (para além de ECTS-Punkte, ECTS credits)
Bélgica 60 25-30 ECTS (para além de studiepunten, ECTS)
Bulgária 60 25-30 кредити
Croácia 60 25-30 ECTS bodovi
Chipre 60 30 ECTS
República Checa 60 ~26 kredity
Dinamarca 60 ~28 ECTS-point
Estónia 60 26 ainepunkt (EAP). Atualmente, porque muitos estudantes ainda estão acostumados com o sistema antigo, o nome mais antigo 'euroopa ainepunkt' é o mais usado para maior clareza
Finlândia 60 27 opintopiste (op) / studiepoäng (Sueco)
França 60 29 crédits ECTS
Alemanha 60 25-30 ECTS, Leistungspunkte (LP), Kreditpunkte (KP), Credit Points (CP) ou Credits
Grécia 60 30 ECTS, Credit Points (CP), Μονάδες Φόρτου Εργασίας (Διδακτικές Μονάδες - Δ.Μ) ou Credits
Hungria 60 30 kredit(pont)
Irlanda 60 ECTS
Itália 60 25 crediti formativi universitari (CFU)
Letónia 60 30 ECTS kredītpunkts (1 ponto de crédito "letão" (kredītpunkts) equivale a 1.5 ECTS)[5][6]
Lituânia 60 ~28 kreditai; ECTS kreditai
Luxemburgo 60 ECTS
Malta 60 25 ECTS-credits
Países Baixos 60 28 studiepunten (ECTS ou EC)
Polónia 60 25-30 punkty ECTS, eceteesy
Portugal 60 28 pontos de créditos ECTS, pontos ECTS ou créditos ECTS
Roménia 60 30 credite (SECTS)
Eslováquia 60 25 kredity
Eslovénia 60 25-30 kreditne točke
Espanha 60 25-30 créditos ECTS
Suécia 60 26.667 högskolepoäng (Usado desde julho de 2007)
Estados membros da EFTA
Islândia 60 25-30 einingar (units)
Liechtenstein 60
Noruega 60 25-30 studiepoeng
Suíça 60 25-30[7] ECTS-credits, Kreditpunkte (KP)
Outros países europeus
Bósnia e Herzegovina 60 25 ECTS bodovi
Inglaterra, Gales e Irlanda do Norte 120 (60 ECTS) 10 (20 horas por ECTS) Credits (Open University – points). Dois créditos de Inglaterra/Gales/Irlanda do Norte são equivalentes a um crédito ECTS.[8][9]
Montenegro 60 ECTS-krediti
Macedónia do Norte 60 кредити (ECTS)
Escócia 120 (60 ECTS) 10 (20 horas por ECTS)[10] SCQF credit points (2 pontos SCQF equivalem a 1 ponto ECTS[11])
Sérvia 60 30 ЕСПБ бодови / ESPB bodovi
Turquia 60 25-30 AKTS - kredi[12]
Ucrânia 60 30 кредити
Geórgia 60 30 კრედიტები (kreditebi)

Apresentação[editar | editar código-fonte]

Este sistema permite atribuir pontos a todos os componentes de um programa de estudo com base na carga de trabalho a ser executada pelo estudante. Por conseguinte, oferece uma melhor legibilidade europeia dos programas de estudo nacionais e constitui, assim, um instrumento complementar ao suplemento ao diploma, facilitando a mobilidade de um país para outro e de uma instituição para outra.

Este sistema não fornece reconhecimento automático do valor desses pontos de créditos. Cada instituição de ensino superior decide de maneira autónoma, ou no âmbito do quadro das regulamentações nacionais, se esses pontos de créditos são ou não reconhecidos para inscrição em um dos seus cursos, ou se a conclusão de um programa de estudo conduz a um dos diplomas que ela oferece. O reconhecimento pode assim tornar-se eficaz entre duas instituições que assinaram um acordo de parceria, em especial no âmbito do programa Erasmus.

O reconhecimento de qualificações relativas à educação superior é o âmago da Convenção de Lisboa.

O uso deste sistema de pontos não só reflete uma forma de quantificar a educação superior mas também, ao se centrar no papel do aluno e não no do professor, requer uma mudança metodológica que consiga colocar o aluno no centro do processo da aprendizagem, sendo coerente com os princípios construtivistas que enfatizam que a educação se realiza, principalmente, pelo sucesso do aluno que aprende e não do professor.[13][14]

História[editar | editar código-fonte]

O ECTS foi criado em 1988 pela União Europeia. Desde 1999, é uma das principais ferramentas do Processo de Bolonha.

A criação do ECTS resulta de uma vontade de instaurar uma Europa dos conhecimentos. Neste contexto, foram criados os programas Sócrates e Erasmus - programas de intercâmbio. O ECTS foi colocado em prática em 1989 como parte do programa Erasmus. Facilitou o reconhecimento académico dos programas de estudo realizados nos países europeus.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Guia de Utilização ECTS» (PDF). Oficina de Publicações da União Europeia. 2015. p. 10 
  2. «European Credit Transfer and Accumulation System (ECTS) - Education and training - European Commission». Educação e formação 
  3. «Guia de Utilização ECTS» (PDF). Oficina de Publicações da União Europeia. 2015 
  4. valores típicos que podem variar entre sistemas nacionais, "ano académico" é normativo
  5. «Sistema de pontos de crédito». Consultado em 27 de novembro de 2015 
  6. «Lei da educação superior (em letão)». 1 de janeiro de 1995. Consultado em 27 de novembro de 2015 
  7. «SR 414.205.1 Richtlinien des Hochschulrates vom 28. Mai 2015 für die koordinierte Erneuerung der Lehre an den universitären Hochschulen der Schweiz im Rahmen des Bologna-Prozesses (Bologna-Richtlinien UH)». www.admin.ch. Consultado em 22 de setembro de 2020 
  8. «Créditos Erasmus Mundus» (PDF). Universidade de Salford. Consultado em 20 de maio de 2012 
  9. «Quadro de crédito de educação superior para a Inglaterra: orientação sobre acordos de crédito académico na educação superior na Inglaterra». Quality Assurance Agency for Higher Education. Agosto de 2008. Arquivado do original em 17 de março de 2018 
  10. «Pontos de crédito SCQF». Consultado em 15 de janeiro de 2015 
  11. «O SCQF: Explicação da Aprendizagem ao Longo da Vida e Desenvolvimentos Europeus» (PDF). Consultado em 8 de janeiro de 2016 
  12. «ECTS and Course Load - Yükseköğretim Kurulu». www.yok.gov.tr. Consultado em 16 de julho de 2018. Arquivado do original em 13 de março de 2018 
  13. «Bibliography - STCSE». archiv.ipn.uni-kiel.de. Consultado em 9 de outubro de 2020 
  14. Taber, Keith S. (1 de janeiro de 2006). «Beyond Constructivism: the Progressive Research Programme into Learning Science». Studies in Science Education (1): 125–184. ISSN 0305-7267. doi:10.1080/03057260608560222. Consultado em 9 de outubro de 2020 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Fontes[editar | editar código-fonte]

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