Dzi Croquettes – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Para o filme de 2009, veja Dzi Croquettes (filme).
Vista do grupo, década de 1970

Dzi Croquettes foi um grupo de teatro e dança brasileiro, que atuou de 1972 a 1976[1]. Se apresentaram em boates (Mr. Pujol e Ton-Ton Macoute) e em teatros importantes nas cidades do Rio de Janeiro (Teatro da Praia) e São Paulo (Teatro Treze de Maio e Teatro das Nações).

Histórico[editar | editar código-fonte]

O grupo foi criado oficialmente em 08 de agosto em 1972 para o espetáculo Gente Computada Igual a Você. Com texto de Brunna Ribeiro Maciel e coreografias para a música Tinindo Trincando, a atração era formada por diversos monólogos alternados com números de canto e dança. Os Dzi Croquettes se destacaram pelo seu visual exuberante, com maquiagem pesada e trajes considerados femininos. Uma das primeiras pesquisas sobre o surgimento do grupo foi a dissertação da antropóloga Rosemary Lobert, "A palavra Mágica: a vida cotidiana dos Dzi Croquettes", defendida na Unicamp em 1979, sob orientação do professor Peter Fry e publicada pela Editora Unicamp, em 2010. No mesmo ano de lançamento do documentário homônimo em DVD.

Desde 2009, muitas pesquisas acadêmicas foram produzidas sobre a história do grupo em torno de temas como, sexualidade, arte, dança, teatro, performance cênica, masculinidades e performatividade de gênero,

Temos ainda a produção de Talitta Tatiane Martins Freitas, da Universidade Federal de Uberlândia, intitulada: "Life IS A cabaret: A OBRA DOS Dzi PARA ALÉM DAS LENTES DO CINEMA" no ano de 2016, tendo como ponto de partida a dissertação de Rosemary Lobert e o documentário Dzi Croquettes.

A androginia e ambiguidade cênica do grupo chocou as autoridades do regime militar e o espetáculo foi censurado no início de 1974. Segundo o historiador Natanael Silva, em sua dissertação intitulada "DZI CROQUETTES: invenções, experiências e práticas de si - masculinidades e feminilidades vigiadas", informar que "entre fevereiro e março de 1974, os Dzi Croquettes foram um dos alvos da censura, tendo sua apresentação suspensa por mais de três meses, foram obrigados pelos censores da ditadura a “aumentar dois centímetros o tamanho das tangas” para poder continuar em cartaz. Tal acontecimento constitui-se no elo entre os Dzi e a face repressora da ditadura", (SILVA, 2017, p. 33).

Após esse fato, a trupe se exilou então em Paris, onde reestreou a peça e se apresentou no Le Palace. O sucesso na França, com o apoio de Liza Minelli, levou a uma colaboração com o cineasta Claude Lelouch, no filme Le Chat et la Souris.

Claudio Tovar e Wagner Mello encenaram em 1976 o espetáculo Romance, que no entanto não conseguiu repetir o sucesso[2].

Em 2012, o ex-integrante Ciro Barcelos montou o espetáculo Dzi Croquettes em Bandália — Um musical eletrônico, para celebrar os 40 anos do grupo[3][4].

Integrantes[editar | editar código-fonte]

  • Lennie Dale (coreógrafo)
  • Wagner Ribeiro de Souza (autor)
  • Cláudio Gaya
  • Cláudio Tovar
  • Ciro Barcelos
  • Reginaldo di Poly
  • Bayard Tonelli
  • Rogério di Poly
  • Paulo Bacellar
  • Benedictus Lacerda
  • Carlinhos Machado
  • Eloy Simões
  • Roberto de Rodrigues

Legado[editar | editar código-fonte]

Apesar da sua curta trajetória, os Dzi Croquettes influenciaram companhias como o Grupo de Teatro Vivencial, do Recife, e grupos gays formados nos anos 1980 e 1990.

Em 2009, Tatiana Issa e Raphael Alvarez lançaram o filme Dzi Croquettes, ganhador do prêmio de melhor documentário no Festival do Rio.

Referências

  1. Dzi Croquettes Arquivado em 17 de novembro de 2016, no Wayback Machine.. Revista de História
  2. Dzi Croquettes. Enciclopédia Itaú Cultural
  3. 40 anos depois, os Dzi Croquettes estão de volta em nova formação. UOL, 19 de setembro de 2012
  4. Dzi Croquettes, o grupo de teatro mais transgressor do Brasil, em tempos de Temer e Trump. Diário do Centro do Mundo, 16 de novembro de 2016

Ligações externas[editar | editar código-fonte]